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Colunas#Painel Econômico

Coluna

- Publicada em 01 de Março de 2011 às 00:00

Campanha mostra a qualidade dos seus vinhos


DUDA PINTO/DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
Atualizado em 8 de março.
Atualizado em 8 de março.
A região da Campanha, que já produz 15% dos vinhos finos brasileiros, com mais de 150 produtores distribuídos em 1.300 hectares, promoveu um encontro, no final de semana, para mostrar a jornalistas e especialistas a qualidade dos seus vinhos e, principalmente, o potencial da região para a produção de qualidade. São nove municípios - Santana do Livramento, Bagé, Candiota, Quaraí, Dom Pedrito, Itaqui, Rosário do Sul e Alegrete - a segunda maior região produtora de vinhos do Brasil. O encontro, organizado pela Associação dos Produtores de Vinho da Campanha, contou com a participação das vinícolas Almadén, Seival Estate, Vinobles Routhier & Darricarrère, Cordilheira de Santana, Vinhos Rio Velho, Vinícola Campos de Cima, Nova Aliança, Guatambu, Bella Vista Estate e Carrau. Afrânio Moraes, presidente da associação, garantiu que em próximos eventos todas as 16 associadas participarão.
Guatambu
A Vinícola Guatambu, em Dom Pedrito, que já possui quatro vinhos no mercado, elaborados por terceiro, aproveitou o domingo para fazer o lançamento da pedra fundamental de sua cantina, que começou a ser construída, ontem, junto às instalações centrais do Grupo Guatambu, constiuído por uma empresa que possui 20 mil hectares de terras dedicados à criação de gado, produção de arroz, soja e outros produtos agrícolas. O empresário rural Valter José Pötter apresentou o projeto que, além da produção de vinho, oferecerá atividades de enoturismo. Uma grande área foi escavada sobre uma coxilha para a construção de um prédio em estilo espanhol, típico das grandes estâncias da Campanha. Gabriela Pötter, responsável pela vinícola, aproveitou para anunciar o lançamento do primeiro espumante da Guatambu, que acontecerá na ExpVinis, em São Paulo.
Carrau
O Grupo Carrau, tradicional produtor de vinhos no Uruguai, e que possui uma vinícola em Rivera, fronteira com Livramento, anunciou que entrará na Associação dos Vinhos da Campanha, pois está construindo outra vinícola, no lado brasileiro, nas proximidades do Cerro da Trindade. Francisco Carrau recebeu os visitantes e serviu algumas das preciosidades de sua adega, como um Tannat 1979, o primeiro elaborado com uvas plantadas em Rivera, que, apesar dos seus 31 anos, estava vivo e saboroso, coisa rara para um vinho sul-americano. Numa área de 300 hectares, 45 ha dos quais dedicado às uvas, Carrau produz em Rivera alguns vinhos ícones da empresa, como o Amat, cuja safra de 2002 foi citada entre “os mil vinhos que precisam ser degustados antes de morrer”. “A qualidade do terroir da Campanha é excepcional”, afirmou Francisco Carrau.
Cordilheira
A Cordilheira de Santana, outra vinícola de Livramento, está se preparando para participar da ExpoVinis, em abril, em São Paulo. Com sete vinhos em seu portfólio, alguns já premiados, os enólogos Rosana Wagner e Gladistão Omizzolo trabalham desde 1999, em 24 hectares de vinhedos, e produzem vinhos de alta qualidade nos varietais gewurztraminer, chardonnay, merlot e cabernet sauvignon, além de dois assamblage, um tinto, outro branco.
Nova Aliança
A segunda maior vinícola de Santana do Livramento, a Nova Aliança, que adquiriu os vinhedos e a cantina que eram dos japoneses da Santa Colina, também comemora uma boa safra e anunciou grandes investimentos. Pretende duplicar as atuais instalações, onde processa um milhão de quilos de uvas, para dois milhões de quilo, duplicando a produção de vinhos finos. O presidente da cooperativa, cuja sede é em Caxias do Sul, Alceu Dalle Molle, informou que também será ampliado o plantio atual de 42 hectares, pois a área da vinícola é de 450 hectares. O enólogo Flávio Augusto Novello informou que 2010-2011 foi “um ano perfeito, resultando em boa quantidade de uvas de execlente qualidade, o que vai garantir vinhos de alta qualidade”.
Wine Day
Durante um Dia do Vinho, realizado, dia 26, na Almadén, o diretor do Miolo Wine Group, Adriano Miolo, dirigiu uma degustação com os principais vinhos da vinícola e apresentou as novidades da empresa, que não são poucas. Primeiro, afirmou que a safra de 2011, na Campanha, que ele chama de Nova Califórnia, será histórica porque as uvas são de altíssima qualidade e fornecerão vinhos premium. A empresa vai lançar novos vinhos tops, inclusive, um Velhas Vinhas Tannat, que era seu sonho, com aproveitamento das videiras com mais de 30 anos da Almadén.  O enólogo Leonel Caliari comentou que vai ser “um tannat para fazer os uruguaios chorarem”. Uma referência ao fato de que o tannat é o vinho ícone do Uruguai. O enólogo Ricardo Hass acrescentou: “Estamos com a melhor colheita dos últimos 20 anos”. O enólogo português da Miolo, Miguel Almeida, fez coro: “A safra 2011 é fantástica, tanto que vamos fazer a segunda edição do Sesmarias” - o vínho ícone do Miolo Wine Group. Adriano acrescentou que também serão elaborados o Millésime, o Castas Portuguesas, o Merlot Terroir, os Cuvée Giuseppe e o Lote 43. A Bella Vista Estate, do narrador esportivo Galvão Bueno, também aproveitará a boa qualidade das uvas e lançará os varietais Pinot Noir e Sauvignon Blanc.
Mecanização
Entre as novidades da Alamdén está a mecenização de várias etapas da produção de uvas, além do uso do calor para combater pragas, o que evita o uso de produtos químicos, diminuindo custos e preservando a qualidade das uvas e o meio ambiente. Cerca de R$ 800 mil foram aplicados em máquinas para poda verde, desfolhadora (que retira as folhas que cobrem os canhos), desbrotadeira (que arranca os brotos nascidos em locais inadequados) e colheitadeira de uvas, que pode funcionar nas 24 horas do dia, fazendo o trabalho de 80 homens. Economiza em mão de obra, não cria problemas trabalhistas, não cansa nem precisa parar para beber água ou se alimentar. Fabricada na França, é a primeira máquina do tipo em uso no Brasil.
Impostos
Os produtores de vinho unidos na associação da Campanha vão começar uma luta para conseguir um tratamento tributário diferenciado pelo fato de estarem em região de fronteira. Valter José Pötter, da Vinícola Guatambu, diz que é impossível concorrer com os free shops do lado uruguaio, que vendem para os brasileiros vinhos vindos de todos os países do mundo com imposto zero. “É uma concorrência muito desleal”, acrescentou Dellamore. O primeiro passo será a abertura de uma lojinha, quase sobre a linha divisória Brasil-Uruguai, com vinhos de todas as vinícolas da Campanha, para demonstrar a qualidade e os bons preços dos produtos nacionais.
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