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Bahrein

- Publicada em 18 de Fevereiro de 2011 às 00:00

Governo dispersa manifestantes


JOSEPH EID/AFP/JC
Jornal do Comércio
Forças de segurança do Bahrein, apoiadas por dezenas de tanques blindados, invadiram sem aviso prévio a praça Pearl, no centro da capital, Manama, para expulsar, com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, milhares de manifestantes antigoverno. Ao menos quatro pessoas morreram e cem ficaram feridas, elevando a seis o número de mortos durante quatro dias de protestos.
Forças de segurança do Bahrein, apoiadas por dezenas de tanques blindados, invadiram sem aviso prévio a praça Pearl, no centro da capital, Manama, para expulsar, com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha, milhares de manifestantes antigoverno. Ao menos quatro pessoas morreram e cem ficaram feridas, elevando a seis o número de mortos durante quatro dias de protestos.
Milhares de manifestantes xiitas saíram às ruas do país nesta semana pedindo reformas políticas e melhorias econômicas no país, onde uma família de muçulmanos sunitas governa uma população que é majoritariamente xiita. Centenas de pessoas acamparam na praça Pearl, um cruzamento na capital que eles pretendiam transformar em base dos protestos como aconteceu com a praça Tahrir, no Cairo, que levou à renúncia do ditador egípcio, Hosni Mubarak, na sexta-feira passada.
Mas a praça bareinita estava praticamente vazia no início da manhã desta quinta-feira, depois de a polícia ter invadido o local, que estava cheio de barracas abandonadas, cobertores e lixo. O cheiro de gás lacrimogêneo pairava no ar. “Eu estava lá. Os homens estavam correndo, mas as mulheres e as crianças não podiam correr tão facilmente”, disse Ibrahim Mattar, um parlamentar do principal bloco de oposição xiita, o Wefaq, que abandonou o Parlamento do país.
Mahmoud Mansouri, um manifestante, disse que a polícia cercou a praça e então, rapidamente, a invadiu. “Gritamos ‘estamos em paz! Paz!’. Mulheres e crianças foram atacadas como o resto de nós”, contou. “Eles se moveram assim que a imprensa nos deixou e sabiam o que estavam fazendo.”
O médico Sadek Akikri, de 44 anos, disse que estava atendendo manifestantes em uma tenda improvisada quando a polícia a invadiu. Ele contou ter sido amarrado e espancado. “Eles estavam me espancando tão forte que eu não podia mais ver. Tinha muito sangue escorrendo da minha cabeça”, afirmou.
Os manifestantes começaram a acampar no local na terça-feira passada, debaixo de um monumento de 90 metros representando uma pérola gigante (pearl, em inglês, significa pérola), fazendo da praça o centro nervoso dos primeiros protestos antigoverno que atingiram o Golfo Pérsico desde as revoltas populares na Tunísia e no Egito.
O correspondente da rede norte-americana ABC News no país, Miguel Marquez, foi apanhado no meio da multidão e espancado por homens que levavam cassetetes. No entanto, ele não teve ferimentos graves. Funcionários de hospitais, falando sob condição de anonimato, afirmaram que quatro pessoas foram mortas nesta quinta-feira. O número de feridos chega a dezenas – o jornal espanhol El País cita 300.
Tanques e veículos blindados eram vistos em algumas ruas – o primeiro sinal de envolvimento militar na crise – e autoridades enviaram uma mensagem de texto para telefones celulares que dizia: “O Ministério do Interior alerta todos os cidadãos e residentes para não saírem de casa devido ao conflito potencial em todas as áreas do Bahrein”.
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