Tarso Genro destaca procura por investimentos no Estado

"Queremos manter a estabilidade política como um trunfo para atração de investimentos", animou-se o governador, destacando a consolidação de sua maioria no Parlamento.

As observações foram feitas nesta quinta-feira, em visita ao Jornal do Comércio, onde o governador foi recebido pelo diretor-presidente do JC, Mércio Tumelero. Também estiveram no encontro o diretor de Expansão do JC, José Salimen Jr., o diretor Comercial, Luiz Borges, e o editor-chefe do jornal, Pedro Maciel.

Tarso, que foi acompanhado da secretária de Comunicação e Inclusão Digital, Vera Spolidoro (PT), pretende utilizar o Fundo Operação Empresa (Fundopem) do Rio Grande do Sul para estimular investimentos na Metade Sul.

O governador revelou que no mínimo uma empresa bate diariamente à porta do Palácio Piratini com interesse em investir no Estado.

"Precisamos até dividir a equipe para receber os empresários. Até o final do mês publicaremos um relatório com todos os empreendimentos que nos procuraram", informou.

Para o petista, se 50% dos investimentos de fato se viabilizarem, o Rio Grande do Sul viverá um outro patamar de desenvolvimento nos próximos anos. "Se conseguirmos canalizar metade das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e dos investimentos privados, o Estado estará decolando em dois anos."

Na visita ao Jornal do Comércio, Tarso entregou ao diretor-presidente Mércio Tumelero um resumo dos sete eixos estratégicos de sua gestão, além da mensagem remetida à Assembleia Legislativa e um estudo sobre o desempenho da economia gaúcha.

Em agenda no Rio Grande do Sul até sábado, a progressista se encontrou também com o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adão Villaverde (PT). Foi o primeiro encontro reservado dos chefes dos Poderes com um dos três senadores gaúchos.

"É com muita honra que recebo esta senadora que tem condições de prestar um enorme serviço ao Estado e ao País. As portas e informações do Palácio Piratini estão abertas", elogiou o governador.

Ana Amélia conversou com Tarso sobre o empréstimo ao Bird, além de pontuar outras preocupações que norteiam seu mandato. "O Código Florestal, a Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas e o acordo entre Mercosul e Egito são temas que precisam ser debatidos", considerou. O encontro da senadora com o governador ocorreu na quinta-feira, dois dias após o petista ter recebido a bancada e a direção estadual do PP.

A progressista - que ganhou status de maior liderança do partido no Rio Grande do Sul após se eleger ao Senado com mais de 3 milhões de votos - acredita que é possível fazer uma oposição consistente e propositiva. "Podemos fazer uma política diferente. Somos uma oposição com foco e crítica, mas que está disposta a colaborar no que for possível", resumiu.

Após deixar o Palácio Piratini, às 10h30min de quinta, Ana Amélia foi abordada por manifestantes que protestavam contra a demissão de 500 funcionários da Fundação Riograndense Universitária de Gastroenterologia em Porto Alegre (Fugast) que trabalham no Hospital Materno Infantil Presidente Vargas e em outras unidades de saúde. Os servidores reivindicam um vínculo empregatício com o Estado. A senadora se solidarizou com a causa, passou contatos de assessores e sugeriu que o grupo procure o deputado estadual João Fischer (PP).

"Seria muito importante para a democracia brasileira ter um partido de centro. Avalio que o PMDB hoje não cumpre esse papel. Mas o PP no Rio Grande do Sul pode ser esse partido de centro estável, o que é muito bom para a democracia", apontou.

Tarso vem buscando se aproximar dos progressistas desde o discurso após a confirmação de sua vitória nas urnas em primeiro turno, no dia 3 de outubro do ano passado.

Nesta semana, ele iniciou pelo PP a série de encontros com as bancadas de oposição na Assembleia Legislativa.

Para o governador, o Partido Progressista não está na situação nem na oposição, pois tem uma postura independente.

O petista aponta para a convergência entre as duas siglas, apesar das diferenças que marcaram a trajetória das legendas nas últimas três décadas - o PP tem origem no PDS, que veio da Arena, partido de sustentação do regime militar.

"A questão democrática (da luta contra a ditadura) está superada. Então, o primeiro marco dessa convergência é a Constituição de 1988. E não se trata de pedir que o PP se torne agora socialista. Mas há outros pontos afins", observou Tarso, citando o vínculo com o setor público - "o PP não é neoliberal, pelo contrário, defende uma estrutura estatal boa" - e com a base social, mencionando a importância que PT e PP dão para a agricultura familiar.