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AGRONEGÓCIOS

- Publicada em 06 de Janeiro de 2011 às 00:00

Governo forma equipe para monitorar a seca


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Jornal do Comércio
Uma força-tarefa vai avaliar as condições dos municípios gaúchos atingidos pela estiagem no Rio Grande do Sul. Medidas que incluem auxílio às localidades mais afetadas foram anunciadas ontem pelo governo do Estado. Pelo menos três prefeituras já decretaram estado de emergência: Candiota, Pedras Altas e Pinheiro Machado, outras 49 devem seguir o exemplo, caso o clima seco perdure.
Uma força-tarefa vai avaliar as condições dos municípios gaúchos atingidos pela estiagem no Rio Grande do Sul. Medidas que incluem auxílio às localidades mais afetadas foram anunciadas ontem pelo governo do Estado. Pelo menos três prefeituras já decretaram estado de emergência: Candiota, Pedras Altas e Pinheiro Machado, outras 49 devem seguir o exemplo, caso o clima seco perdure.
"Formamos um grupo de trabalho com várias secretarias e entidades, pois sabemos que esse é um quadro evolutivo", afirmou o vice-governador Beto Grill. O primeiro passo será o reforço no envio de carros-pipa para as localidades prejudicadas pela estiagem, para que seja melhorado o abastecimento. "É preciso levar água para quem não tem, pois há animais morrendo e pessoas sem ter o que beber", disse Grill. O subchefe da Defesa Civil, major Oscar Luis Moiano, se mostrou preocupado com a situação das famílias, e lembrou que em alguns casos nem mesmo carros-pipa serão adequados. "Muitos não têm reservatórios para armazenar a água, contam apenas com baldes."
Até o momento, cinco municípios estão recebendo água por meio através de pipas com a capacidade para 4,5 mil litros. Moiano lembra que nas áreas urbanas o quadro é mais estável, diferentemente do que ocorre nas comunidades do Interior, que não contam com infraestrutura adequada para o abastecimento. "Na maioria dos casos há apenas poços", afirma.
Os prefeitos dos municípios mais prejudicados foram convocados pelo vice-governador a se engajar na força-tarefa de combate aos efeitos da estiagem. Já para amanhã ficou agendada reunião do grupo de trabalho formado pelas secretarias da Agricultura, Desenvolvimento e Cooperativismo, Obras, Saneamento, Defesa Civil e Emater-RS.
Em um segundo momento, o governo intensificará as ações da Secretaria de Obras para iniciar o trabalho de perfuração de poços artesianos e de construção de microaçudes. O vice-governador ressaltou a importância de avançar na implantação do programa de irrigação do Estado, com medidas duradouras a fim de minimizar os efeitos da seca.
O secretário da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, disse que ainda é cedo para se ter uma real dimensão das perdas no campo, mas confirmou que elas estão ocorrendo, em especial na atividade leiteira e bovinos de corte.
O secretário destacou a necessidade da criação de um programa de convivência com a estiagem, a exemplo do que fazem os estados do Nordeste. "De cada cinco anos, três são de seca. Vamos realizar um estudo para viabilizar grandes investimentos em infraestrutura", disse Mainardi.
Grill destacou ainda o trabalho que será feito em parceria com a Emater-RS buscando levantar os danos causados nas lavouras e na produção pecuária. "Mas para isso é preciso primeiro terminar a seca. Hoje existem alguns prejuízos que vão aumentar. Só depois será feito o laudo para fins de seguro." A intenção do governo é realizar visitas às regiões atingidas para ter a dimensão correta dos prejuízos. A partir dos laudos feitos pela Emater-RS e pela Defesa Civil, o governo do Estado encaminhará pedido de socorro ao governo federal.

Município de Candiota já contabiliza perdas de R$ 7 milhões

Os municípios gaúchos que estão sofrendo com a estiagem já começam a calcular os prejuízos na agropecuária. Candiota, um dos mais afetados, estima perdas de R$ 7 milhões, especialmente na pecuária. O rebanho, que é de 50 mil cabeças de boi, apresenta 15% de perda de peso, o que leva a um comprometimento de R$ 3 milhões para os produtores. Os prejuízos também envolvem os grãos e as pastagens da bacia leiteira. "A perda direta já é de 50% para os pequenos produtores de leite, que têm nessa atividade a sua principal fonte de renda", alerta o prefeito de Candiota, Luiz Carlos Folador. Segundo ele, esses cálculos não envolvem o comércio, apesar de já haver uma diminuição da circulação de dinheiro na cidade. Folador relata que a preocupação também é grande com o abastecimento de água. A prefeitura está intensificando o transporte de água para cerca de 600 famílias.
Além disso, a expectativa é que já em março o município receba recursos de R$ 700 mil do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome para a construção de 500 cisternas. "Vamos começar a armazenar as águas da chuva e formar reservatórios, já que parte da população não possui nem caixa d´água", diz o prefeito.
Outros municípios da Metade Sul sofrem com a falta de chuvas há mais de dois meses. A estimativa é de que pelo menos 150 mil pessoas já foram afetadas. Além de Candiota, cidades próximas à fronteira com o Uruguai decretaram situação de emergência. Em Bagé, com 120 mil habitantes, o ano começou com racionamento de água. A população só é abastecida 12 horas por dia. Atualmente, as três barragens da cidade estão abaixo do nível normal. O agricultor Volnir Milhorança, de Herval, já perdeu as esperanças de reaver o prejuízo. "O milho, o feijão e o pasto que plantamos já morreram'', lamenta. No dia 14 deverá ser apresentado um diagnóstico sobre o momento vivido pelo município. De acordo com o prefeito de Bagé, a medida é essencial para que seja conhecido como a cidade está sendo afetada pela estiagem. "O nosso objetivo é que possamos agilizar estes relatórios para evitarmos transtornos maiores para o nosso município", diz o prefeito de Bagé, Dudu Colombo.
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