Foi em junho passado que comemoramos os 15 anos do Plano Real, lançado em meados de 1994. As comemorações, embora modestas, se justificam plenamente. Depois de cerca de 10 planos e pacotes econômicos fracassados, que ao invés de solucionarem os problemas para os quais foram criados os tornaram mais agudos e maléficos para a sociedade, com o Plano Real foi diferente. O foco do plano do então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso era basicamente acabar com a inflação. É importante lembrar que nos 12 meses anteriores ao Plano Real a taxa inflacionária havia chegado à incrível marca de 2.700%. Estava muito claro que o maior e mais grave problema da economia brasileira estava justamente em sua escalada inflacionária, a mais elevada do mundo. Passado todo esse tempo, comprova-se que realmente o Plano Real cumpriu com sua principal missão.
Se a inflação continua sendo alvo de atenção e controle governamental - e a isso saudemos como medida necessária e fundamental - louve-se que estejamos convivendo com taxas inflacionárias modestas e civilizadas, inconcebíveis na era pré-Real. A economia brasileira e o Brasil, como um todo, mudaram muito nesse período, e para melhor. Com a inflação sob controle, o Brasil viu nascer uma nova mentalidade empresarial, alicerçada numa cultura regada pela necessidade da eficiência e competitividade. Com isso, a economia ganhou em produção e produtividade, incorporou novos mecanismos em seu processo de inovação tecnológica e avançou no mercado mundial, tornando-se um parceiro eficiente, com ganhos incalculáveis para seu parque industrial e a população em geral. A economia como um todo está mais madura. Há previsibilidade e respeito aos contratos para que os investimentos, sejam de origem interna, sejam de capital externo, sejam realizados. Não é outra a razão por que nosso País é considerado destino saudável para novos capitais. E não unicamente capital especulativo, mas falamos de investimento direto no mercado produtivo. O Plano Real tem tudo a ver com isso.
Presidente do Sulpetro