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Empresas & Negócios

- Publicada em 10 de Agosto de 2009 às 00:00

Crédito agrícola a todo vapor


NILSON KONRAD/MASSEY FERGUSON/DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
O cenário que se desenha para a próxima safra agrícola brasileira, com o incremento de tecnologia nas lavouras, em função da baixa nos preços dos insumos, clima favorável e possível aumento de área plantada, indica uma tendência de estímulo por parte dos produtores no sentido de contratar crédito. O governo federal assegura que recursos não vão faltar e colocou à disposição dos agricultores R$ 107,5 bilhões através do Plano de Safra 2019/2010. A agricultura comercial contará com R$ 92,5 bilhões e a familiar terá outros R$ 15 bilhões. O total previsto acrescenta 37% mais recursos ao crédito agrícola em relação ao Plano Agrícola e Pecuário da safra passada.
O cenário que se desenha para a próxima safra agrícola brasileira, com o incremento de tecnologia nas lavouras, em função da baixa nos preços dos insumos, clima favorável e possível aumento de área plantada, indica uma tendência de estímulo por parte dos produtores no sentido de contratar crédito. O governo federal assegura que recursos não vão faltar e colocou à disposição dos agricultores R$ 107,5 bilhões através do Plano de Safra 2019/2010. A agricultura comercial contará com R$ 92,5 bilhões e a familiar terá outros R$ 15 bilhões. O total previsto acrescenta 37% mais recursos ao crédito agrícola em relação ao Plano Agrícola e Pecuário da safra passada.
Se tomar como parâmetro o comportamento do setor durante a crise econômica internacional, desencadeada a partir de outubro de 2008, é bem possível que o movimento no sentido de contratar crédito seja realmente intenso. Dos recursos programados para o crédito rural no ano safra 2008/2009, um total de R$ 65 bilhões, descontados aqueles destinados à agricultura familiar, amparada pelo Pronaf, foram aplicados R$ 64,9 bilhões, ou seja, 99,9%.
Esse desempenho foi alcançado mesmo diante das turbulências econômicas que geraram retração do crédito privado, a redução da demanda internacional por commodities e o aviltamento dos preços dos grãos, além das adversidades climáticas, como enchentes e estiagens, o que resultou numa retração de 7,2% na produção de grãos, fibras e oleaginosas. “Tal conjuntura, no entanto, não freou o ímpeto da produção agropecuária”, avalia o coordenador de Políticas Setoriais da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (Mapa) João Claudio da Silva Souza.
Neste ano-safra, a verba autorizada para o custeio e comercialização da agricultura empresarial soma R$ 66,2 bilhões, dos quais 82% serão aplicados com taxa de juros controlada de, no máximo, 6,75% ao ano. Os programas de investimento para a próxima safra vão contar com R$ 14 bilhões, valor 37% superior em relação ao plano anterior. Os limites de crédito para custeio, investimento e comercialização, subiram de R$ 150 mil para R$ 250 mil.
Além disso, os preços mínimos fixados para 33 culturas foram reajustados em até 65%, como é o caso do arroz (20%), o leite (15%), soja (10%) e milho (6%). Para a safra 2009/2010, o ministério aumentará de 25 para 39 o número de culturas contempladas pelo zoneamento agrícola de risco climático, programa que tem por objetivo reduzir as perdas nas lavouras ocasionadas pelo clima.
O presidente da Farsul, Carlos Sperotto concorda com a motivação dos produtores no sentido de contratar bons volumes de crédito e com isso melhorar a produtividade de suas lavouras. No entanto, ele destacou as dificuldades enfrentadas pelos produtores de milho, que devem optar por substituir áreas destinadas ao cereal pela soja no Rio Grande do Sul.
A perspectiva é de que ocorra uma redução de 50% de área plantada do milho, em função dos preços rebaixados. Outro fator que indica a tendência de opção pela soja é o baixo volume dos reservatórios para irrigação do arroz, o que pode significar o uso de áreas do cereal também com a oleaginosa. “O quadro é bem favorável para a soja, o que não deixa de ser uma boa notícia, pois o mundo está ávido pela oleaginosa. Comercializa-se soja em qualquer esquina.”
Entre os produtores da agricultura familiar, o sentimento também é de otimismo. Sobre os recursos, o assessor de política agrícola da Fetag, Airton Hochscheid, disse que é bem possível que, em termos de Brasil, sobre verba. Dos R$ 13 bilhões liberados para a safra passada, foram utilizados, até maio, R$ 9,7 bilhões.
O técnico concorda com as perspectivas favoráveis no que diz respeito à redução dos custos de produção, pela queda de até 15% destes, causada pela baixa dos preços dos fertilizantes. No entanto, ele reforça a necessidade de que sejam tomadas medidas para que ocorra uma reação dos preços, especialmente os do milho e do trigo. “A saca de milho vendida a R$ 16,50 é um absurdo. O trigo a R$ 22,00 também é inaceitável. Assim fica difícil ter motivação para plantar”, diz o dirigente.
Produtor garante investimentos para aumentar produtividade
O produtor de milho do município de Horizontina Dari Edson Conti disse que nesse ano pretende contratar os mesmos valores de crédito, que utilizou para a implantação da safra 2008/2009: R$ 7 mil. Com esse montante ele pretende incrementar a lavouras em termos de tecnologia, já que, no ano passado, os altos custos dos fertilizantes impediram resultados melhores em produtividade. “Os custos de produção caíram cerca de 30% nesse período e o ano será bom em termos de clima, com tendência de chuva na hora certa. Vamos investir em sementes de melhor qualidade e adubos nitrogenados.”
O agricultor diz que, mesmo com os preços aviltados, o cultivo de milho é indispensável para as pequenas propriedades, que dependem do cereal para a alimentação dos animais. “Sem milho não temos avicultura nem pecuária de leite, que é a base do nosso lucro.”
Ele diz que por enquanto não pensa em utilizar a verba de investimento para incremento do rebanho ou compra de tratores, mas assegura que o programa Mais Alimentos tem feito grande sucesso no município. “São muitos agricultores se beneficiando das facilidades do programa”, afirma. 
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