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AGRONEGÓCIOS

- Publicada em 27 de Dezembro de 2010 às 00:00

Novo Secretário da Agricultura quer fazer o Estado produzir mais


MARCO QUINTANA/JC
Jornal do Comércio
Fazer o Estado produzir mais, com aumento de produtividade nas lavouras e na pecuária. Para o novo secretário da agricultura Luiz Fernando Mainardi esse é o principal desafio da sua gestão, que se inicia no dia 1 de janeiro. Para chegar à produção recorde, Mainardi tem na manga uma série de projetos que vão desde saídas para a estiagem, fomento à pecuária ovina a novas linhas de crédito para o arroz. O secretário pretende ainda desenvolver o programa Melhor Carne do Mundo e, com isso, estimular a produção bovina. Reformular a Fepagro e reestruturar a Emater também fazem parte dos planos do novo governo.
Fazer o Estado produzir mais, com aumento de produtividade nas lavouras e na pecuária. Para o novo secretário da agricultura Luiz Fernando Mainardi esse é o principal desafio da sua gestão, que se inicia no dia 1 de janeiro. Para chegar à produção recorde, Mainardi tem na manga uma série de projetos que vão desde saídas para a estiagem, fomento à pecuária ovina a novas linhas de crédito para o arroz. O secretário pretende ainda desenvolver o programa Melhor Carne do Mundo e, com isso, estimular a produção bovina. Reformular a Fepagro e reestruturar a Emater também fazem parte dos planos do novo governo.
Jornal do Comércio - Quais os principais desafios a serem enfrentados pelo novo governo no setor agropecuário?
Luiz Fernando Mainardi -Estamos assumindo o governo diante de enormes desafios e o primeiro é o de fazer o Estado produzir mais. O Rio Grande do Sul tem na atividade primária metade do seu Produto Interno Bruto. O primeiro passo é fazer com que a economia cresça para que, através desse crescimento, se possa produzir renda pública, que é o que vai ajudar o governo a fazer frente a todas as demandas, inclusive a do campo. Não temos como expandir territorialmente, mas sim a partir do crescimento da produtividade. O desafio de aumentar a produção em cima de uma área que já existe se faz alimentando a expectativa do produtor de que ele vai ter renda maior. A mola propulsora, portanto, é termos um agricultor cada vez mais estimulado. E para que se possa atingir maior produção, precisamos de mais investimentos em tecnologia.
JC - O incremento tecnológico se viabilizaria através de incentivos para entidades como a Fepagro e da Emater?
Mainardi - Podemos aumentar a produtividade e a produção em todas as áreas: mais arroz desde que se encontre mercado para se vender; mais carne bovina, desde que se invista em melhoramento de pastagens; podemos produzir mais frangos, mais suínos, desde que se garantam mercados no exterior. Podemos produzir qualquer atividade no Estado e o aumento dessa produtividade pelas novas tecnologias e qualificação do produtor se dá a partir do trabalho dos institutos de pesquisa. Queremos reformular a Fepagro e descobrir vocações que ela venha a ter para auxiliar no desenvolvimento deste Estado tão diversificado. Nossa ideia é que a Fepagro possa trabalhar de forma articulada com a Embrapa. Fazer com que todo trabalho de pesquisa seja articuladamente feito com a Fepagro. A Emater vai ser revitalizada para cumprir o papel na disseminação dessas novas tecnologias e qualificação dos produtores.
JC - Como ficou a polêmica sobre a eleição do Irga? Quais os projetos voltados para os arrozeiros?
Mainardi - O Irga só existe porque existem os arrozeiros, nossa preocupação é com os arrozeiros. Pensamos em criar uma linha de crédito a partir do ano que vem para que arrozeiros arrendatários possam adquirir a terra, com ótimas condições de pagamento. Precisamos melhorar as condições de comercialização do arroz e de rentabilidade do produtor, além de oferecer a possibilidade de construir silos de armazenagem para os seus produtos. Estamos preocupados com o baixo preço do arroz e da rentabilidade e queremos conversar com o governo federal para que ele possa, junto com demais países do Mercosul, produzir política de venda voltada para um terceiro país. Seria venda conjunta, buscando um terceiro mercado para não ficar disputando entre nós, achatando e quase inviabilizando a atividade. A questão da presidência do Irga é secundária, mas tem que obedecer ao bom senso. Até hoje, nenhum governador do Estado deixou de implantar sua política para o arroz de forma isolada. Queremos desenvolver um grande trabalho em favor da lavoura orizícola, exercer a plenitude dos direitos constitucionais do governador. É uma questão de bom senso e respeito às prerrogativas
constitucionais.
JC Como o senhor deve tratar a questão da retirada da vacina contra a febre aftosa?
Mainardi - É fundamental que estejamos convencidos da assertiva em relação à retirada da vacina. O tema da vacina apaixona as pessoas e tem muitos interesses por trás. Precisamos buscar mercados, mas temos que ter a mais absoluta segurança para não comprometer as conquistas já feitas. Garanto que não haveremos de ter, em um breve espaço de tempo, alguma alteração.
JC - O senhor é a favor da retirada da vacina?
Mainardi - Sou a favor de nós termos um Estado que produza os melhores rebanhos sem vacinação, mas sem risco. Como saber em qual momento não vamos mais correr risco, especialmente num Estado com tantas fronteiras, por isso é preciso ter muita precaução.
JC - Como será tratada a questão da estiagem, especialmente nesse momento em que o Estado passa por mais um período de La Niña?
Mainardi - Vou apresentar um estudo ao governador Tarso Genro com um projeto de investimentos para a criação de políticas de convivência com a estiagem, a exemplo do que fizeram estados do Nordeste. A cada cinco, seis anos temos três de estiagem, isso já começou a fazer parte da nossa vida. Nossa ideia é fazer investimentos pesados em infraestrutura, para que se possa dar o salto na produtividade. Essa é uma questão fundamental.
JC - E quais os projetos na área de pecuária?
Mainardi - A melhor carne do mundo é a carne produzida no Pampa gaúcho, mas precisamos ampliar a produção. A genética nós temos. O que necessitamos é difundir e ampliar a produção de gado de qualidade, essa é uma das tarefas. O primeiro passo é aumentar o rebanho e o desfrute, pois o que vai ter impacto na economia é a ampliação do volume de carne produzida no Rio Grande do Sul para só então fazer forte marketing no exterior, através do programa Melhor Carne do Mundo. Além disso, para aumentar o rebanho seria importante ter linhas de crédito para retenção de matrizes.
JC - No caso específico da ovinocultura, a estratégia seria parecida?
Mainardi - Nesse caso, primeiro temos que organizar a cadeia. Pretendemos desenvolver um programa que aumente o desfrute de ovinos do Estado e que nos permita oferecer cordeiro durante o maior tempo possível. Vamos trabalhar com a cadeia de forma a poder chegar à contratualização do produtor integrado, sabendo que ele vai ter para quem vender e que terá preço. Ao mesmo tempo, a indústria deve buscar o comércio com a garantia da regularidade da oferta. O comércio, por sua vez, deve buscar um consumidor exigente. Estamos pensando num programa que possa viabilizar uma linha de crédito para retenção de matrizes, pois os preços estão altos e os produtores acabam vendendo as matrizes e piora a situação da oferta.
JC - E o tema da rastreabilidade, como deve ser tratado?
Mainardi - Queremos avançar no programa de rastreabilidade associado à ampliação e consolidação do programa de informatização das inspetorias veterinárias, criando um programa através do qual seja possível definir o estoque de animais. Temos que modernizar esse serviço e por meio desse sistema controlar todas as fases, fiscalizando os abates para evitar a clandestinidade, diminuindo a sonegação e combatendo o abigeato.
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