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Saúde

- Publicada em 15 de Dezembro de 2010 às 00:00

Homens correm mais risco de morrer violentamente


ELZA FIÚZA/ABR/JC
Jornal do Comércio
Acidentes e violências representaram 12% do total de mortes ocorridas no Brasil em 2008. Eles somaram 133.644 dos 1.066.842 de óbitos registrados naquele ano e foram a terceira maior causa de mortes no País, atrás das doenças do aparelho circulatório e das neoplasias. Os homens continuam sendo maioria entre os mortos (83,1%) e entre os feridos que precisaram de internação hospitalar (70,3%).
Acidentes e violências representaram 12% do total de mortes ocorridas no Brasil em 2008. Eles somaram 133.644 dos 1.066.842 de óbitos registrados naquele ano e foram a terceira maior causa de mortes no País, atrás das doenças do aparelho circulatório e das neoplasias. Os homens continuam sendo maioria entre os mortos (83,1%) e entre os feridos que precisaram de internação hospitalar (70,3%).
Os dados constam no capítulo Acidentes e Violências no Brasil: um Panorama Atual das Mortes, Internações Hospitalares e Atendimentos em Serviços de Urgência, do informativo Saúde Brasil 2009, publicação anual da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde (MS). O trabalho apresenta uma descrição da mortalidade, morbidade hospitalar e atendimentos de emergência no SUS.
"As causas externas representam uma crescente demanda pelos serviços de saúde públicos. Portanto, sua prevenção é um desafio permanente para profissionais e gestores do setor, bem como para toda a sociedade brasileira", afirma o diretor do Departamento de Análise de Situação de Saúde, Otaliba Libânio de Morais Neto.
O risco de mortes por causas externas entre os homens foi 5,1 vezes maior do que entre as mulheres. Para eles, as principais causas de morte violenta foram as agressões (40,6%), especialmente as provocadas por armas de fogo (29,4%). Em seguida, estão os acidentes de trânsito (26,9%), principalmente com motos (6,9%). A maioria dos homens estava na faixa dos 20 aos 39 anos (50,4%).
Para as mulheres, a maior proporção de mortes por causas externas deveu-se aos acidentes de trânsito - 30% do total. A maioria das vítimas era pedestre (9,8%). As agressões vêm em segundo lugar, com 17,3% - 8,8% por armas de fogo. Do total de mulheres vítimas de causas externas, 33,8% tinham 60 anos ou mais, sendo a maioria (53,3%) branca.
"Devido ao excesso de mortes de homens por causas externas, fizemos a razão de risco entre os sexos segundo o tipo de acidente ou violência. O maior valor encontrado foi para agressões com arma de fogo, no qual o risco de um homem morrer por este tipo de agressão mostrou ser 16,7 vezes o das mulheres", detalha o diretor da SVS.
Ao considerar as taxas de mortalidade por suicídio e homicídio, verificou-se o baixo risco entre crianças e adolescentes com até 14 anos. Dos 15 aos 19 anos, o risco de morrer por homicídio aumenta expressivamente, atingindo o pico entre 20 e 39 anos. No estudo, o risco de suicídio aumentou progressivamente com a idade, atingindo o maior valor acima dos 60 anos.
Maceió, Recife, Vitória, Salvador e Belém foram as capitais que apresentaram os coeficientes de homicídios mais altos. Em Maceió, foram registrados 101,6 óbitos por 100 mil habitantes, enquanto este indicador foi de 61,2 em Recife; 58,9 em Vitória; 57,1 em Salvador; e 50,3 em Belém. Desde 2004, a mortalidade por homicídios está em queda no Brasil. Na comparação dos triênios 2008-2006 e 2001-2003, houve redução de 23,5%.

Mortalidade na infância cai 58%

As crianças brasileiras estão vivenciando uma nova realidade. A avaliação do Ministério da Saúde mostra que a taxa da mortalidade na infância, entre menores de cinco anos, caiu 58% entre 1990 e 2008. Neste período, o índice se reduziu de 53,7 óbitos a cada mil nascidos vivos para 22,8. O País deve antecipar em três anos o cumprimento do quarto Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM) - reduzir a mortalidade na infância para 17,9 óbitos por mil nascidos vivos. O prazo estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para que os países atinjam a meta é 2015, considerando 1990 o ano-base para início da série temporal de comparação da tendência de cada um dos ODM.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil está à frente dos 67 países prioritários na corrida pela redução da taxa de mortalidade na infância. Desde 1990, a taxa vem se reduzindo entre 4,7% e 5,2% ao ano.
Com o ritmo de redução na taxa observado desde 1990, o Brasil deve alcançar a meta antes de 2015, data limite do ODM. O Nordeste puxou a queda nacional e conseguiu reduzir em 65% o índice regional, entre 1990 e 2008 - uma redução média de 5,3% ao ano, no período.
O levantamento também aponta que, de 1990 para 2008, registrou-se redução na morte de recém-nascidos. Houve queda de 75% na taxa de mortalidade pós-neonatal (óbitos ocorridos entre os primeiros 28 e 364 dias de vida), de 24 para seis óbitos por mil nascidos vivos. Além disso, o estudo mostra que caiu 43% a taxa de mortalidade neonatal precoce (bebês com até seis dias de vida), passando de 17,7 para dez óbitos por mil nascidos vivos. Da mesma forma, houve queda de 44% na taxa de mortalidade neonatal tardia (bebês de sete a 28 dias de vida), passando de 5,4 para três óbitos por mil nascidos vivos.

Se nada for feito, Brasil atingirá nível de obesidade dos EUA

Perto de encerrar a sua gestão no Ministério da Saúde, o ministro José Gomes Temporão entregará à presidente eleita, Dilma Rousseff, um Plano Nacional de Redução da Obesidade no Brasil. Levantamento do ministério mostra que, nos últimos anos, as políticas do governo não conseguiram êxito contra o problema. Se prosseguir no ritmo atual, a obesidade e o sobrepeso no País vão atingir em 2022 os níveis dos Estados Unidos.
De acordo com o relatório apresentado ontem, as doenças cerebrovasculares, isquêmicas do coração e o diabetes são as três principais causas de mortes no País. Esses males são causados principalmente por sedentarismo, má alimentação e tabagismo. "Estamos diante de uma bomba-relógio", observou Temporão.
O plano nacional vai priorizar a negociação com a indústria de alimentos processados, com objetivo de reduzir os teores de açúcares e sal. Além disso, pretende promover ações educativas para estimular atividades físicas. Em apenas três anos, o diabetes passou de quarto para terceiro no ranking das causas específicas de morte no País.
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