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Transição no Piratini

- Publicada em 18 de Novembro de 2010 às 00:00

PP decide manter postura de oposição ao governo Tarso


FREDY VIEIRA/JC
Jornal do Comércio
Após quase três horas de reunião, a executiva estadual do Partido Progressista (PP) decidiu que não integrará a base do governo de Tarso Genro (PT). Desde que saiu vitorioso no primeiro turno, em 3 de outubro, o petista tem manifestado a vontade de trazer os progressistas para sua gestão.

Após quase três horas de reunião, a executiva estadual do Partido Progressista (PP) decidiu que não integrará a base do governo de Tarso Genro (PT). Desde que saiu vitorioso no primeiro turno, em 3 de outubro, o petista tem manifestado a vontade de trazer os progressistas para sua gestão.

A definição da sigla não foi unânime. Apesar de a maioria rechaçar a união com Tarso, lideranças simpatizam com a ideia, como o prefeito de São Jerônimo, Marcelo Schreinert, o deputado Mano Changes e a vice-prefeita de Canoas, Beth Colombo.

A avaliação da maioria é de que o partido foi escolhido pela sociedade para permanecer na oposição. "Não fomos eleitos para ser situação, as urnas disseram isso", resumiu o deputado estadual João Fischer. Ele acredita que a posição pode fortalecer a legenda, assim como aconteceu com o PT, que fez oposição ao governo de Yeda Crusius (PSDB) e aumentou sua bancada na Assembleia Legislativa de 10 para 14 parlamentares.

Os progressistas saíram da reunião convencidos de que não farão um enfrentamento radical contra o novo governo. "Não vamos tratar mal o governo. Tarso vem com uma proposta diferenciada, o exemplo que temos com o PT no passado não deixou marcas boas", ponderou o presidente estadual do PP, Pedro Bertolucci.

Ele disse que a bancada eleita de sete deputados no Parlamento gaúcho será "solícita", sem que isso macule a postura oposicionista. Um graduado progressista projeta que os parlamentares do PP serão os mais valiosos para Tarso. "Será a bancada fiel da balança nas votações."

A posição é partilhada pela senadora eleita Ana Amélia Lemos, alçada ao posto de maior liderança da sigla. "Faremos uma oposição diferente daquela que foi feita pelo PT. Teremos responsabilidade, independência e colaboração nas questões relacionadas aos interesses do Estado", concluiu.

Aliado de Tarso, Mano Changes acredita que a aproximação com o PT ocorrerá ao longo do mandato (2011-2014). "O diálogo será gradual", projetou. Tarso será comunicado da decisão dos progressistas na terça-feira.

Vereadores da Capital discutem alianças de Tarso

Fernanda Bastos

Os vereadores da Câmara Municipal de Porto Alegre aproveitaram o período de lideranças dos partidos, durante a sessão de ontem, para falar sobre as articulações políticas para o futuro governo de Tarso Genro (PT) no Estado.

A discussão começou quando o vereador João Dib (PP), líder do governo, fez críticas ao PT, afirmando que o partido "perdeu a ideologia", em alusão à aliança nacional com o PMDB e às investidas petistas para construir maioria na Assembleia Legislativa. "Hoje, o Partido dos Trabalhadores preservou somente a capacidade de atacar" cutucou.

A vereadora e deputada eleita Juliana Brizola (PDT) criticou a posição de seu partido, que vem negociando cargos no governo petista. Juliana aponta que o PDT disputou ao lado do PMDB e contra Tarso o Piratini e, por isso, defende que a sigla seja oposição. "O PDT quer ser um partido grande, não quer ficar a reboque de outros partidos."

Ela ainda relacionou a busca por cargos no governo do Estado com o caso da presidente eleita Dilma Rousseff (PT), que deixou o PDT no ano 2000 e seguiu na Secretaria Estadual de Minas e Energia no governo petista de Olívio Dutra (1999-2002). Para Juliana, o vereador Pedro Ruas, que deixou o PDT para ir para o P-Sol agiu corretamente, ao deixar o partido por não concordar com as diretrizes.

O vereador Carlos Comassetto (PT) foi à tribuna para defender as negociações do PT gaúcho para a composição da base aliada ao Executivo. "É uma discussão com partidos que não estiveram conosco no primeiro turno e sinalizaram que querem discutir programa para compor um governo de coalizão", explicou.

Ele sustentou que Tarso quer repetir no Estado a articulação feita pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, quando assumiu o Planalto. "O PT tem identidade, mas respeita a identidade de outros partidos para construir esse projeto", argumentou. Comassetto também reforçou que as eleições municipais de 2012 não devem entrar nas negociações.

Ruas rasgou elogios para Juliana, que para ele compreendeu que "seu partido deveria entender que teve o projeto derrotado, ao invés de aceitar a derrota como moeda de troca". "Daqui a pouco não teremos diferença entre os partidos. Teremos um que ganha e os outros que vão junto", sentenciou.

O vereador Luiz Braz (PSDB) criticou antigos aliados da governadora Yeda Crusius (PSDB) que agora estão negociando a participação no governo petista. "Yeda formou sua base de sustentação, que aproveitou os benefícios dos frutos do governo. Agora vejo que essas pessoas que se valeram disso já anunciaram que vão trair o governo", afirmou, se referindo à disposição do PTB de votar contra projetos de Yeda que interfiram nos interesses do próximo governo.

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