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Indústria

- Publicada em 18 de Novembro de 2010 às 00:00

CNI sugere agenda de reformas


WILSON DIAS/ABR/JC
Jornal do Comércio
Para minorar os efeitos da avalanche de dólares que chega ao País, o governo deveria exigir que investimentos estrangeiros voltados a projetos produtivos fossem direcionados à exportação. A proposta é do novo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, que tomou posse ontem, em Brasília. "Eles não devem vir só para explorar o nosso mercado", defendeu. Assim, o ingresso de moeda estrangeira que vem derrubando a cotação e prejudicando as exportações poderia ser convertido em reforço para a balança comercial.
Para minorar os efeitos da avalanche de dólares que chega ao País, o governo deveria exigir que investimentos estrangeiros voltados a projetos produtivos fossem direcionados à exportação. A proposta é do novo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, que tomou posse ontem, em Brasília. "Eles não devem vir só para explorar o nosso mercado", defendeu. Assim, o ingresso de moeda estrangeira que vem derrubando a cotação e prejudicando as exportações poderia ser convertido em reforço para a balança comercial.
Essa política não é diferente da praticada na China, disse ele, ao ser questionado por um jornalista daquele país sobre a opinião dos empresários brasileiros sobre o ingresso de investimentos na produção. "Os chineses querem comprar terra aqui para plantar soja e fabricar óleo aqui ou para exportar soja, produzir óleo na China e exportar de volta para cá?", questionou. Ele reconheceu que o produto brasileiro não tem condições de competir em preço com os chineses, porque aqui existem normas trabalhistas, ambientais e tributárias mais exigentes do que as de lá. "Os investimentos chineses são bem-vindos, mas para competir em pé de igualdade conosco."
Por causa do real apreciado, o Brasil vem perdendo competitividade e se desindustrializado, avaliou o novo presidente da CNI. "Mas não tem solução única para o problema do câmbio", disse. Medidas em estudo pelo governo, como a elevação da tributação sobre aplicações financeiras estrangeiras estão no caminho correto. "Pode colocar Imposto de Renda", disse. "O brasileiro paga, por que o estrangeiro não?"
Andrade defendeu também a imposição de quarentena no ingresso de investimentos estrangeiros. "O mercado financeiro acha que isso não é adequado, é difícil ter consenso, mas tem experiências bem sucedidas, como no Chile", citou. "Esse é o tipo de medida imediata que poderia ser tomada."
A questão cambial está na agenda de curto prazo que a entidade pretende discutir com o governo federal. Há, porém, outros itens. "Temos uma grande oportunidade, que é a mudança de governo", disse. "Agora que nos acostumamos a um regime de seriedade fiscal, moeda estável e desenvolvimento econômico, precisamos estabelecer as condições para que isso continue nos próximo anos."
Entre as condições está a contenção do crescimento das despesas públicas. "O gasto do governo é responsável pelo aumento da inflação e do juro", afirmou. Ele defendeu que os dispêndios cresçam a uma taxa inferior à do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), de forma a fazer uma redução gradual. Para o presidente da CNI, o Banco Central deve ser independente do governo na sua atuação para manter a estabilidade monetária.
Outros desafios fazem parte de uma agenda que, segundo ele próprio reconheceu, não avançou muito em duas décadas: reforma tributária, reforma previdenciária, reforma política, modificação das leis trabalhistas, melhora na infraestrutura, melhora na educação e formação de trabalhadores qualificados. "Vamos procurar trabalhar com o governo e com o Congresso", disse.
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