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Opinião

Editorial

- Publicada em 18 de Novembro de 2010 às 00:00

Distorção cambial continua prejudicando indústria


Jornal do Comércio
O G-20 realizou uma reunião bem comportada em Seul, Coreia do Norte, da qual o presidente Lula saiu satisfeito pelo espírito de cooperação dos grandes países industrializados, Estados Unidos da América à frente. Pois enquanto não assume, Dilma Rousseff – que esteve em Seul - promete desonerar a folha de pagamentos das empresas a fim de, indiretamente, dar competitividade aos produtos nacionais. Boa ideia, uma vez que, em 2010, o Brasil foi a economia que registrou a maior expansão de importação de produtos europeus em todo o mundo. O crescimento das vendas europeias ao Brasil foi de 54% nos oito primeiros meses do ano. A chamada desindustrialização do País – fato contestado por alguns, mas dado como certo pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) - recebeu críticas do novo presidente da entidade, Robson Braga de Andrade. Defendeu a adoção de novas medidas para conter a apreciação do real. Para Robson, além da taxação da entrada de capital estrangeiro em renda fixa, deveriam ser adotados novos instrumentos, como a cobrança de Imposto de Renda sobre aplicações de agentes internacionais no País. Ou enfrentamos a situação do câmbio imediatamente ou a indústria brasileira continuará submetida à concorrência predatória. Robson Braga de Andrade pediu também menos gastos públicos, uma política industrial de médio e longo prazo e a reforma tributária. No Brasil, o empresário paga imposto quando investe, o que não ocorre em outras partes do mundo. Todos sabem, menos gastos públicos - a dívida da União está em R$ 1,5 trilhão - facilitariam a queda dos juros. Em consequência, o real se valorizaria.
O G-20 realizou uma reunião bem comportada em Seul, Coreia do Norte, da qual o presidente Lula saiu satisfeito pelo espírito de cooperação dos grandes países industrializados, Estados Unidos da América à frente. Pois enquanto não assume, Dilma Rousseff – que esteve em Seul - promete desonerar a folha de pagamentos das empresas a fim de, indiretamente, dar competitividade aos produtos nacionais. Boa ideia, uma vez que, em 2010, o Brasil foi a economia que registrou a maior expansão de importação de produtos europeus em todo o mundo. O crescimento das vendas europeias ao Brasil foi de 54% nos oito primeiros meses do ano. A chamada desindustrialização do País – fato contestado por alguns, mas dado como certo pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) - recebeu críticas do novo presidente da entidade, Robson Braga de Andrade. Defendeu a adoção de novas medidas para conter a apreciação do real. Para Robson, além da taxação da entrada de capital estrangeiro em renda fixa, deveriam ser adotados novos instrumentos, como a cobrança de Imposto de Renda sobre aplicações de agentes internacionais no País. Ou enfrentamos a situação do câmbio imediatamente ou a indústria brasileira continuará submetida à concorrência predatória. Robson Braga de Andrade pediu também menos gastos públicos, uma política industrial de médio e longo prazo e a reforma tributária. No Brasil, o empresário paga imposto quando investe, o que não ocorre em outras partes do mundo. Todos sabem, menos gastos públicos - a dívida da União está em R$ 1,5 trilhão - facilitariam a queda dos juros. Em consequência, o real se valorizaria.
O ex-ministro da Fazenda Delfim Netto acredita que o governo de Dilma Rousseff baixará os juros reais para entre 2% e 3% ao ano até 2014. Segundo ele, é a redução dos juros reais que diminuirá o excesso de ingresso de capitais especulativos em busca da alta rentabilidade e baixo risco, oferecidos especialmente pelos títulos públicos federais. Hoje, essa taxa está em 5,95% no Brasil medida pelo critério “ex-ante”, quando é negativa em várias economias, como os EUA, zona do euro, Japão e Inglaterra. Na avaliação de Delfim Netto, se o governo da presidente eleita fortalecer o ajuste fiscal para um patamar próximo a 3,3% do PIB no próximo ano, sem descontar investimentos do PAC, conjugada com a expressiva queda dos juros reais, o Brasil terá todas as condições de crescer entre 5% e 6% nos próximos anos. “Dilma é competente, trabalhadora e faz follow up. Uma ordem que ela dá hoje, quatro dias depois está lá cobrando do assessor, com um papelzinho anotado”, comentou. Com o real sobrevalorizado, a expansão das exportações europeias ao Brasil apresentou uma taxa duas vezes superior à média do aumento das vendas da UE ao mundo, de 22%. Já as exportações brasileiras para a Europa passaram de ¤ 17 bilhões entre janeiro e agosto de 2009 para ¤ 20,6 bilhões neste ano, uma alta de 21%. Vamos mal, mesmo que a explicação seja a de um mercado interno aquecido. A China e os Estados Unidos desvalorizam as suas moedas. O Brasil taxou a aplicação nos fundos de investimento, mas, tudo indica, o resultado, até agora, foi pífio. Desonerar a folha de pessoal será uma medida salutar porque facilitará a admissão de pessoal e deverá tornar mais baratos os produtos nacionais.

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