Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Notícias da Lei

- Publicada em 05 de Outubro de 2010 às 00:00

Manual instrui mulheres sobre seus direitos


MARCELLO CASAL JR/ABR/JC
Jornal do Comércio
A Lei Maria da Penha, sancionada em agosto de 2006, trouxe às mulheres mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar. Além disso, estabeleceu medidas de assistência a elas nestas situações. Mas será que todas as mulheres têm conhecimento desses direitos? O advogado Ângelo Carbone constatou que não. Frente a isto, escreveu um guia dedicado ao sexo feminino, orientando-as sobre como proceder perante a Justiça em determinadas situações.
A Lei Maria da Penha, sancionada em agosto de 2006, trouxe às mulheres mecanismos para coibir e prevenir a violência doméstica e familiar. Além disso, estabeleceu medidas de assistência a elas nestas situações. Mas será que todas as mulheres têm conhecimento desses direitos? O advogado Ângelo Carbone constatou que não. Frente a isto, escreveu um guia dedicado ao sexo feminino, orientando-as sobre como proceder perante a Justiça em determinadas situações.
O intitulado Manual de Sobrevivência utiliza-se de uma linguagem simples e objetiva para tratar de temas como agressões (física e verbal), divórcio, guarda dos filhos, adoção, cuidados e relacionamentos casuais. Segundo Carbone, muitas mulheres sem condição econômica ou instrução não sabem os direitos que têm nem possuem dinheiro para contratar um advogado. “Elas precisam tomar conhecimento de que podem fazer tudo isso sem o auxílio de um advogado particular, porque o direito está explícito. Falta é informação”.
Trabalhando há 35 anos no ramo, o advogado relata que já presenciou muitas situações desse tipo e afirma que muitas não têm consciência de que na hora em que são agredidas, ou sofrem pressão psicológica muito séria, têm o direito de ir até uma delegacia da mulher e prestar queixa. “Se ela estiver machucada, a própria delegada, após fazer o boletim de ocorrência, vai encaminhá-la para o Instituto Médico Legal (IML), pedindo para uma médica atender.”
 Com o boletim de ocorrência e o exame do IML nas mãos, esta mulher já será orientada para ir até o foro e conseguir um advogado gratuito. “Dependendo da gravidade do caso, o juiz já emite uma ordem, que se chama separação de corpos, e manda colocar o marido para fora de casa. Então, ela volta para a sua residência com o oficial de Justiça”, garante.
Outro enfoque do manual é a questão dos relacionamentos ocasionais e a possível gravidez indesejada. Nessa ocasião, a cartilha orienta a mulher de que o nascituro (a criança que está no seu útero) já tem direitos que podem e devem ser buscados na Justiça. Basta que se proponha uma ação de investigação de paternidade cumulada com alimentos, em prol do nascituro, e a Justiça vai tratar de citar o suposto pai e exigir que ele faça o DNA. “Basta ela estar grávida para pedir investigação de paternidade e pensão de alimentos”, instrui Carbone.
Uma das maiores dificuldades na busca dos direitos das mulheres, segundo o advogado, é que, além do desconhecimento, existe o medo. No manual ele descreve que elas se sentem ameaçadas e pressionadas, tendo medo de consequências graves, como agressões mais sérias, medo de perder guarda de filhos e de envolver familiares e terceiros.
Télia Negrão, secretária-executiva da Rede Feminista de Saúde, considera que o maior problema é que a violência contra as mulheres está dentro do imaginário social. Assim, elas carregam muito medo decorrente de uma história concreta, porque é algo muito real. “Outro ponto que não pode ser esquecido é que existem os riscos que as mulheres correm depois de realizar a denúncia, elas ficam muito mais expostas.” Segundo Télia, para que isto se reverta é necessário redes de políticas públicas que sejam capazes de protegê-las. “Existe também uma parte psíquica e emocional na qual as mulheres acreditam que, de certa forma, são culpadas pela agressão”, finaliza.  
O Manual de Sobrevivência, de Ângelo Carbone, é encontrado para download no site http://manualdasmulheres.com.br. Sugestão de Leitura: Assessoria Jurídica Popular, Paulo Abrão e Marcelo Torelly, Editora Edipucrs, 400 páginas, preço sugerido R$ 60,00.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO