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Coluna

- Publicada em 01 de Outubro de 2010 às 00:00

Quatro momentos da vida de um homem


DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
No romance Três traidores e uns outros, o escritor, professor, tradutor e crítico literário gaúcho Marcelo Backes, autor do romance Maisquememória (Record, 2007) e outras obras, apresenta quatro momentos decisivos na vida de um homem, que faz uma volta ao passado a partir do instante em que descobre que, na recordação, tudo vira “agora”. Um homem fracassado pensa e repensa o amor, os livros, as traições e a arte. No interior gaúcho ou na distante Alemanha, o protagonista perambula entre mulheres e culturas, sempre com um pé aqui e o outro acolá, refletindo que, no fundo, as pessoas não mudam e que as influências da infância dominam os destinos do adulto. Na narrativa de Backes, como ele mesmo diz, qualquer referência à realidade não é mera coincidência. Enquanto o personagem vai tentando juntar seus cacos e vai tentando recompor sua vida malograda e suas experiências e vivências no exterior, reflete também sobre a volta ao interior do Rio Grande, onde nasceu. Fala, sem rodeios, de um mundo que é globalizado na economia e medieval no afeto. O protagonista vai pintando um cético painel do mundo contemporâneo, enquanto fala de tradução, arte e de situações típicas de uma pequena cidade do Interior, onde a bebida e os suicídios são presenças frequentes.  Sempre cínico, às vezes perverso, o narrador acaba se ocupando, ao fim e ao cabo, basicamente de si mesmo e traduz uma autora alemã com que teve um caso no passado e que reencontra quando ela está no auge da fama. Sujeito amargo e nada diplomático em relação ao mundo em que vive, o narrador também se envolve com a tradução simultânea de sessões de psicanálise de um grande empresário  alemão que pensa ter matado a mulher. Enfim, no romance as boleadeiras da memória reúnem as histórias de uma vida malsucedida que ameaça chegar ao fim junto ao plátano debaixo do qual enterraram o cordão do umbigo do protagonista. O protagonista, que traduziu para viver e escreve para não matar, vai morrendo por dentro aos poucos. Em resumo o personagem é um louco que sai para o mundo a cavalo em cima de si mesmo, mas na verdade conta o mundo lá fora para esquecer a alma de dentro. Tudo acontece de verdade, mas na ficção. Editora Record, 176 páginas, [email protected].
No romance Três traidores e uns outros, o escritor, professor, tradutor e crítico literário gaúcho Marcelo Backes, autor do romance Maisquememória (Record, 2007) e outras obras, apresenta quatro momentos decisivos na vida de um homem, que faz uma volta ao passado a partir do instante em que descobre que, na recordação, tudo vira “agora”. Um homem fracassado pensa e repensa o amor, os livros, as traições e a arte. No interior gaúcho ou na distante Alemanha, o protagonista perambula entre mulheres e culturas, sempre com um pé aqui e o outro acolá, refletindo que, no fundo, as pessoas não mudam e que as influências da infância dominam os destinos do adulto. Na narrativa de Backes, como ele mesmo diz, qualquer referência à realidade não é mera coincidência. Enquanto o personagem vai tentando juntar seus cacos e vai tentando recompor sua vida malograda e suas experiências e vivências no exterior, reflete também sobre a volta ao interior do Rio Grande, onde nasceu. Fala, sem rodeios, de um mundo que é globalizado na economia e medieval no afeto. O protagonista vai pintando um cético painel do mundo contemporâneo, enquanto fala de tradução, arte e de situações típicas de uma pequena cidade do Interior, onde a bebida e os suicídios são presenças frequentes.  Sempre cínico, às vezes perverso, o narrador acaba se ocupando, ao fim e ao cabo, basicamente de si mesmo e traduz uma autora alemã com que teve um caso no passado e que reencontra quando ela está no auge da fama. Sujeito amargo e nada diplomático em relação ao mundo em que vive, o narrador também se envolve com a tradução simultânea de sessões de psicanálise de um grande empresário  alemão que pensa ter matado a mulher. Enfim, no romance as boleadeiras da memória reúnem as histórias de uma vida malsucedida que ameaça chegar ao fim junto ao plátano debaixo do qual enterraram o cordão do umbigo do protagonista. O protagonista, que traduziu para viver e escreve para não matar, vai morrendo por dentro aos poucos. Em resumo o personagem é um louco que sai para o mundo a cavalo em cima de si mesmo, mas na verdade conta o mundo lá fora para esquecer a alma de dentro. Tudo acontece de verdade, mas na ficção. Editora Record, 176 páginas, [email protected].

E palavras...

Juremir revisa os mitos da Guerra dos Farrapos
Juremir Machado da Silva, jornalista, professor universitário, romancista, ensaísta e tradutor, além da sólida carreira acadêmica - é doutor em Sociologia pela Sorbonne e coordenador da pós-graduação em Comunicação da Pucrs - tem presença forte e diária na imprensa através do Correio do Povo e em programa da Rádio Guaíba e nunca teve medo algum de polêmicas, ironias e opiniões. Autor de 25 livros, entre os quais Getúlio, Solo e O pensamento no fim do século, Juremir acaba de lançar História regional da infâmia - O destino dos negros farrapos e outras iniquidades brasileiras (ou como se produzem os imaginários, L&PM Editores, 344 páginas). O título partiu do famoso livro de Jorge Luis Borges, História universal da infâmia, e o trabalho envolveu nada menos de dez pesquisadores e 15 mil documentos. Além de trazer detalhes até então desconhecidos sobre os mitos da Revolução Farroupilha e sobre as razões da Guerra dos Farrapos, o autor pretende destruir mitos seculares sobre o período e humanizar grandes personagens como Bento Gonçalves, David Canabarro, general Neto e Vicente da Fontoura, entre outros, trazendo-os para o campo dos mortais. Os farrapos traíram os negros? Houve realmente tratado de paz em Ponche Verde? A história é uma espécie de ficção contada pelos vencedores (ou vencidos)? A principal causa da revolução foram os carrapatos? Essas e outras perguntas, levantadas, por exemplo, por Manoel Pereira, filho de Manoel Congo, um dos sobreviventes da batalha de Porongos, estão nos capítulos da obra. Com tom revisionista e sem receio de tocar em tabus da história gaúcha, Juremir lança novas luzes sobre os fatos e personagens e mostra os bastidores da revolução de estancieiros gaúchos que, em dez anos de luta, contabilizou menos de três mil mortos. Tal número mostra uma dimensão diferente para o conflito em relação ao que dizem os livros escolares. No final, Juremir questiona se, pelo menos para os ditos heróis revolucionários, as coisas teriam acabado bem, com honrarias, indenizações etc. Nas páginas finais Juremir fala de Canudos, da Revolta da Chibata, de Caxias e da Guerra do Paraguai e da produção de mitos e imagens de nossa História. Heróis, humanos, mentiras, imaginações, versões, verdades, fantasias, visões e revisões e mitos estão no livro.

Lançamentos

Chão de brita, coletânea de contos, é o livro de estreia do professor Cássio Lamas Pires. Amílcar Bettega, na apresentação, fala que os textos convocam e provocam o leitor, exigindo sua atenção. Os temas e personagens do livro são atuais e as histórias bem contadas. Vidráguas, 104 páginas, www.vidraguas.com.br.
Olhobservando, de Marinez Pereira Barbosa, Marypop, com linguagem densa e leve, trata das intimidades do amor, apresentando 14 contos eróticos sobre sexo, prazer, desejo, sedução e outros temas correlatos. Livre Expressão, 134 páginas, www.livreexpressão.com.br.
Segredos dos Chefs - Rio Grande do Sul traz receitas e dicas de chefs de bares e restaurantes gaúchos elaboradas para o Festival Brasil Sabor 2010. Apresentações de Fernanda Etchepare e ministros Luis Barreto e Altemir Gregolin, www.abraselrs.com.br, 132 páginas.  
A vida dos livros, da poeta, editora e tradutora paulista Thereza Christina Rocque da Motta trata do autor e da experiência editorial, falando de traduções, primeiro livro, revisão, espírito do livro, publicar ou não publicar, lições e tempos dos livros e outros aspectos relevantes do fascinante universo editorial. Íbis Livros, 178 páginas, www.ibislibris.com.br.

E versos

Como era bom

o tempo em que marx explicava

que tudo era luta de classes
como era simples
o tempo em que freud explicava
que édipo tudo explicava
tudo clarinho limpinho explicadinho
tudo muito mais asséptico
do que era quando nasci
hoje rodado sambado pirado
descobri que é preciso aprender
a nascer todo dia
Chacal em Antologia comentada da poesia brasileira do século 21
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