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comunicações

- Publicada em 20 de Agosto de 2010 às 00:00

ANJ define as prioridades da imprensa em congresso


EDGAR LISBOA/ESPECIAL/JC
Jornal do Comércio
A presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Judith Brito, disse nessa quinta-feira, na abertura do 8º Congresso Brasileiro de Jornais, no Rio de Janeiro, que duas frentes principais ocupam a entidade: "a defesa da liberdade de expressão e como preservar o papel dos jornais e do jornalismo no novo cenário digital."

A presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Judith Brito, disse nessa quinta-feira, na abertura do 8º Congresso Brasileiro de Jornais, no Rio de Janeiro, que duas frentes principais ocupam a entidade: "a defesa da liberdade de expressão e como preservar o papel dos jornais e do jornalismo no novo cenário digital."

A empresária destacou que em agosto de 2009 a ANJ comemorou 30 anos de existência, reiterando a importância da liberdade de expressão para consolidar a democracia, "com uma motivação extra, já que em abril havia sido tomada uma decisão histórica: o Supremo Tribunal Federal (STF) havia acabado com a Lei de Imprensa, criada no governo militar."

Em relação à censura prévia de qualquer forma de opressão sobre a liberdade de se expressar, Judith alertou que "os jornais não querem se isentar da responsabilidade que obviamente têm em suas funções de informar. Em nenhum momento propusemos impunidade, nos defendemos contra a intolerável censura prévia".

A presidente da ANJ também elogiou a derrubada, pelo STF, da exigência de diploma para exercício da profissão de jornalista, e condenou a tentativa de retomar a exigência no Congresso Nacional.

Judith anunciou, ainda, que a ANJ criará, até o fim do ano, um Conselho de Autorregulamentação, formado por sete membros, para examinar questões envolvendo profissionais e empresas de comunicação filiadas à entidade.

O diretor da ANJ e presidente do Jornal do Comércio, Mércio Tumelero, concordou que "os principais desafios dos jornais hoje são a manutenção da liberdade de expressão e a preservação da qualidade da informação nessa era digital". Tumelero avaliou que um novo cenário se amplia no mundo e os jornais devem estar preparados para enfrentar esse novo desafio.

Ele destacou o trabalho desenvolvido pelo JC na preocupação com a qualidade da informação apresentada ao leitor. "O empresário, o leitor, enfim, precisam de informações com credibilidade para tomar suas decisões com segurança e o Jornal do Comércio tem perseguido isso todos os dias."

‘Imprensa não está à altura das necessidades sociais', avalia Schröder

Samir Oliveira

Eleito presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), Celso Schröder toma posse neste sábado. A solenidade marca o encerramento do 34º Congresso Nacional dos Jornalistas, que acontece em Porto Alegre desde quarta-feira. Primeiro gaúcho a assumir o comando da entidade, Schröder avalia que a mídia brasileira não dimensiona as necessidades da sociedade no País. Ele analisa, por exemplo, a cobertura da imprensa sobre as eleições, que "parte do que é pitoresco, e não dos programas de governo, das propostas dos candidatos".

Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, o jornalista aponta ainda que se identifica sempre a política como "um local daninho, negativo, e não como um espaço que pode e deve ser coletivo, um espaço de construção social"

Outra preocupação de Schröder é a aprovação no Congresso Nacional da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 386/09, que reinstitui a obrigatoriedade da formação acadêmica para o exercício do jornalismo. Otimista, aposta que o texto será votado neste ano. A matéria já passou por todas as comissões nas duas Casas Legislativas e aguarda apreciação no plenário da Câmara de Deputados.

Jornal do Comércio - Qual é a sua avaliação da mídia?

Celso Schröder - A mídia brasileira não tem estado à altura das necessidades sociais. Temos que constituir um enorme esforço do jornalista e da sociedade civil para reimprimir ao jornalismo sua dimensão original, sua capacidade de modificação e de consolidação da esfera pública.

JC - E em relação à cobertura das eleições deste ano?

Schröder - É uma agenda unilateral, partidária e ideológica. Há uma tendência da mídia de, a partir do seu ponto de vista ideológico, constituir uma relação amistosa e cúmplice com alguns candidatos e uma atitude hostil e de represália em relação a outros. E normalmente a cobertura parte do que é pitoresco, e não dos programas de governo. Não se parte das propostas dos candidatos. Identifica-se na política um local sempre daninho, negativo. E não como um espaço que pode e deve ser coletivo, um espaço de construção social.

JC - Como mudar isso?

Schröder - Temos que fiscalizar e cobrar. Mas, por outro lado, precisamos perguntar os porquês. Aquela regrinha básica do lead, que parece simples, tem sido esquecida. O jornalista precisa contextualizar, averiguar, comprovar e, principalmente, trazer a diversidade. Estamos, em alguns casos, focados num tipo de jornalismo em que o entretenimento e a espetacularização são a pauta. Esquecemos o fundamental: perguntar, checar, fiscalizar, incomodar um pouco.

JC - Como a Fenaj pretende garantir a exigência do diploma para a profissão de jornalista?

Schröder - Há muitas pautas político-eleitorais neste ano. E essa é uma matéria difícil, pois enfrenta o interesse dos grandes meios (de comunicação). Mas estamos no Congresso pressionando. A proposta tramitou num prazo recorde, cinco meses. Isso mostra a mobilização dos jornalistas, junto com o apoio da opinião pública. Temos uma grande chance de terminar o ano com a obrigatoriedade do diploma restituída.

José Serra acusa governo federal de financiar ‘blogs sujos'; Dilma rebate

O candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, acusou nesta quinta-feira o governo federal de financiar "blogs sujos" que "dão norte do patrulhamento" a jornalistas. Durante discurso no 8º Congresso Brasileiro de Jornais, Serra afirmou que o governo faz "patrulhamentos e perseguições sistemáticas".

"Boa parte desta estratégia não deixa de ser alimentada por recursos públicos, como por exemplo da TV Brasil, que não foi feita para ter audiência, mas para criar empregos na área de jornalismo e servir de instrumento de poder para um partido."

José Serra fez críticas diretas à candidata Dilma Rousseff e ao PT por defenderem o "controle da mídia", que segundo ele, nada mais é do que censura e restrição à liberdade de expressão.

Dilma Rousseff também discursou no congresso da ANJ e disse que seu concorrente adota a atitude "muitas vezes patética" de tentar ligar o nome dele ao do presidente Lula às vezes, e fazer oposição em outros momentos. A afirmação foi feita após pergunta de jornalistas, que a questionaram sobre as declarações de Serra horas antes no mesmo evento, afirmando que o PT financiava "blogs sujos".

"Acho estranho (as críticas de Serra) porque ao mesmo tempo em que o candidato tenta, muitas vezes de forma patética, ligar seu nome ao do presidente Lula, ele faz oposição o tempo todo. Tem dia que ele faz crítica, tem dia que ele quer ligar seu nome ao projeto do presidente Lula. O candidato Serra é assim, o que podemos fazer?"

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