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Opinião

Artigo

- Publicada em 07 de Julho de 2010 às 00:00

Gisele e a Copa do Mundo


Jornal do Comércio
Ela está com a bola toda! A modelo mais bem paga do mundo da atualidade é Gisele Bündchen. Mas ela é mesmo brasileira? Perguntinha sem sentido. Afinal, a carteira de identidade da bela que Pelé chama de “garota folgada” na tevê registra seu nascimento em Horizontina, no Rio Grande do Sul. No primeiro domingo desta Copa, Faustão a comemorou na Globo como “um orgulho para o País” e exemplo que as brasileiras devem seguir em questões que vão da família ao meio ambiente.
Ela está com a bola toda! A modelo mais bem paga do mundo da atualidade é Gisele Bündchen. Mas ela é mesmo brasileira? Perguntinha sem sentido. Afinal, a carteira de identidade da bela que Pelé chama de “garota folgada” na tevê registra seu nascimento em Horizontina, no Rio Grande do Sul. No primeiro domingo desta Copa, Faustão a comemorou na Globo como “um orgulho para o País” e exemplo que as brasileiras devem seguir em questões que vão da família ao meio ambiente.
Mas mudando de canal, Gisele Bündchen não era brasileira. De forma enviesada, os comentaristas do canal SporTV garantiram isso quando vasculharam a origem dos jogadores da seleção alemã. Um exemplo: o jogador Mario Gómez. Nasceu na Alemanha, pátria da mãe dele. Mas porque o pai é espanhol, os experts do canal 39 (NET) afirmam que ele é apenas um dos estrangeiros dos quais os alemães se beneficiariam para chegar ao tetracampeonato (?) na África do Sul. Laura se angustia: pai nascido na Alemanha, bisneta de italiana, mãe nascida no Brasil, mas descendente de franceses. “Sou brasileira, alemã, italiana, francesa?”, pergunta.
Um dilema. Se o que vale é a lógica dos comentaristas da SporTV, poucos neste País são brasileiros. “Os portugueses”!? Só estão aqui há mais tempo. E quando chegaram encontraram índios. Então, para ser brasileira, Dunga deveria ter escalado nossa seleção na Floresta Amazônica. Será? Uma olhada nos anfitriões de Pedro Álvares Cabral em 1500 pode mexer nessa convicção. Esse povo tem traços asiáticos, cabelo escorrido, usa a zarabatana para caçar e pescar.
É descendente de japonês sugere o ritmo de sua conversa, em stacatto, como se fala no Japão. Mas estudiosos garantem que veio da Polinésia, há mais de 12 mil anos, através do Estreito de Bering. Pronto. Nossa seleção deveria ter sido escalada na Ásia. Bobagem.
O fato é que essa gente do Canal 39 ainda não assimilou a globalização, milhares de anos depois de Alexandre, da Macedônia, levar a cultura grega até os rincões da Índia e tantos anos depois de a China, quando seus navios cruzavam os mares, compartilhar com o mundo a receita da massa, do sorvete e do chucrute. Gisele? Brasileiríssima.  

Jornalista

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