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Opinião

Editorial

- Publicada em 07 de Julho de 2010 às 00:00

Política externa pendular expõe diplomacia brasileira


Jornal do Comércio
O presidente Lula está na África e visita países onde a democracia não é, exatamente, um exemplo. Evidentemente que nem nós, brasileiros, somos exemplares quando se trata de democracia plena e respeito às leis, nem combate à corrupção e outras mazelas. No entanto, se o ministro Celso Amorim defendeu negócios com países da África meridional, alegando que não pode se intrometer em assuntos internos de outros países, o que se nota é que a presença do Brasil está perdendo o charme que teve até há pouco. Equívocos têm sido recorrentes tanto em votações na Organização das Nações Unidas (ONU), como na Organização dos Estados Americanos (OEA), com posições pendulares e contraditórias. O Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula considera-se de esquerda, mas o presidente, quando assumiu, se afastou das alas radicais do PT. Em compensação, se Lula está longe de ser um bolchevique, pelo contrário, como querem alguns dos seus adversários, o presidente e Celso Amorim trataram de usar a política externa para acalmar setores extremos da grei que viu nascer e levou Lula da Silva à presidência.
O presidente Lula está na África e visita países onde a democracia não é, exatamente, um exemplo. Evidentemente que nem nós, brasileiros, somos exemplares quando se trata de democracia plena e respeito às leis, nem combate à corrupção e outras mazelas. No entanto, se o ministro Celso Amorim defendeu negócios com países da África meridional, alegando que não pode se intrometer em assuntos internos de outros países, o que se nota é que a presença do Brasil está perdendo o charme que teve até há pouco. Equívocos têm sido recorrentes tanto em votações na Organização das Nações Unidas (ONU), como na Organização dos Estados Americanos (OEA), com posições pendulares e contraditórias. O Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula considera-se de esquerda, mas o presidente, quando assumiu, se afastou das alas radicais do PT. Em compensação, se Lula está longe de ser um bolchevique, pelo contrário, como querem alguns dos seus adversários, o presidente e Celso Amorim trataram de usar a política externa para acalmar setores extremos da grei que viu nascer e levou Lula da Silva à presidência.
Lula está além e muito acima do partido que lhe emprestou a sigla e do qual foi um dos criadores. Com uma imensa popularidade, fruto de um poder de comunicação com as massas que só tem paralelo com Getulio Vargas e os seus “trabalhadores do Brasil”, Lula da Silva, tudo indica, se move para um lado e outro no cenário externo a fim de aplacar a ira dos petistas que sonham com modelos esquerdistas no País. Lula veio do povo e ama o poder. Se ele já foi chamado de “o cara” pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), com certeza, hoje em dia, não é dos mais chegados de Barack Obama. Aliás, ciente disso, Lula e Amorim não compareceram à última reunião do Grupo dos 20 (G-20) e da OEA. Assim, o Ministério das Relações Exteriores, onde está incrustada uma burocracia geneticamente anticapitalista liderada por Celso Amorim, para manter um verniz das suas credenciais esquerdistas, faz afagos em governos contrários aos Estados Unidos. Dessa forma, Lula da Silva mantém seus projetos econômicos livres da influência dos radicais da base de apoio dando-lhes, em troca, agrados em notórios antidemocratas da América do Sul e de outros continentes. Para satisfazer as esquerdas infantilistas do século XXI, Lula tem defendido líderes que são claros violadores dos direitos humanos. O repressivo governo do Irã é apenas o caso mais recente. Há também o apoio incondicional de Lula à ditadura de Cuba e à Venezuela de Hugo Chávez. Honduras não teve melhor sorte na era Lula. O País passou boa parte de 2009 tentando forçar Tegucigalpa a reempossar o deposto presidente Manuel Zelaya, apesar de ele ter sido removido pelos civis por ter violado a sua Constituição. As nossas ações, incluindo o abrigo a Zelaya na embaixada brasileira por meses, criaram dificuldades econômicas para os hondurenhos. Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA, conclamou a volta de Honduras à OEA, observando que o país realizou eleições e retornou à normalidade. O Brasil objetou, alegando que a volta de Honduras à OEA tem de estar ligada a questões como democratização e restabelecimento de direitos fundamentais. E Cuba, onde fica? A política externa brasileira é pendular e o País fica mudando de lado. Até quando?
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