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Trabalho

- Publicada em 27 de Maio de 2010 às 00:00

Taxa de desemprego na Capital é a menor em 18 anos


Jornal do Comércio
A equipe técnica da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) para a Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) está rindo à toa. A recuperação do mercado de trabalho no pós-crise é acelerada e está pondo por terra a tradição de elevação da desocupação que costuma ser verificada neste período na região. Tanto que a taxa de desemprego, que ficou em 9,6% em abril, foi a menor em 18 anos (toda a série da PED) para o mês. Em março, o índice de 9,8% havia subido levemente frente à largada do ano. No confronto com 12 meses atrás, quando os efeitos da turbulência econômica mundial começaram a ser sentidos com mais força na geração de postos na RMPA, o indicador despencou 20,7%, deixando no passado a taxa de 12,1%.

A equipe técnica da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) para a Região Metropolitana de Porto Alegre (RMPA) está rindo à toa. A recuperação do mercado de trabalho no pós-crise é acelerada e está pondo por terra a tradição de elevação da desocupação que costuma ser verificada neste período na região. Tanto que a taxa de desemprego, que ficou em 9,6% em abril, foi a menor em 18 anos (toda a série da PED) para o mês. Em março, o índice de 9,8% havia subido levemente frente à largada do ano. No confronto com 12 meses atrás, quando os efeitos da turbulência econômica mundial começaram a ser sentidos com mais força na geração de postos na RMPA, o indicador despencou 20,7%, deixando no passado a taxa de 12,1%.

A ocupação cresceu 2,7% em abril, desempenho semelhante ao mesmo mês de 2010, mas carimbando a curva ascendente de recuperação da abertura de postos. "Estamos com desocupação em baixa quando o efeito sazonal sempre rebaixou o índice. Não será de estranhar se tivermos neste ano a menor taxa da história da PED", declara o economista e coordenador pelo Dieese, Eduardo Schneider.

Reforça a análise a revisão das estimativas de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, divulgada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A entidade elevou a estimativa de 4,8% para 6,5% para este ano e de 4,5% para 5% em 2011. Para validar o ritmo local do mercado de trabalho, Dieese e demais parceiros na pesquisa - Fundação de Economia e Estatística (FEE) e Fundação Gaúcha de Trabalho e Ação Social (FGTAS), Schneider cita que a indústria calçadista sustentou a metade da abertura de vagas na indústria de transformação da região. Do saldo positivo de 6 mil postos, 3 mil foram nas calçadistas.

A PED apontou estoque de 195 mil trabalhadores fora da atividade, 4 mil indivíduos a menos que março na disputa pelas ofertas. Enquanto isso, 1,828 milhão de pessoas estavam ocupadas. Até a População Economicamente Ativa (PEA) conspirou positivamente no mês passado ao se manter estável, o que reduz a pressão por postos. O mês de abril terminou como março, com PEA de 2,02 milhões de integrantes. No balanço dos setores, a indústria liderou no saldo de postos, com 6 mil vagas. Em outros setores, que abrigam construção civil, o número foi de mil oportunidades. Já comércio e serviços tiveram saldo negativo no mês, com 2 mil e 1 mil vagas a menos, respectivamente. O rendimento médio e massa salarial ficaram quase estáveis, com leve alta.

Para os próximos 12 meses, os prognósticos são favoráveis ao crescimento da ocupação e da renda, segundo Schneider. As entidades avaliam que a taxa de desemprego deve manter o recuo. No retrospecto de abril de 2009 até o mês passado, construção civil foi a campeã de vagas, com 12 mil novas contratações. Rendimentos e massa salarial também crescem, ao lado da maior oferta de contratações com carteira assinada, trajetória que não sofreu abalo com a crise e reforça dados do Ministério do Trabalho e Emprego.

País possuía 4,6 milhões de empresas ativas em 2008

O Cadastro Central de Empresas (Cempre) elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) registrava 4,6 milhões de empresas e outras organizações ativas no País em 2008, que juntas empregavam 44,6 milhões de pessoas. O estudo divulgado ontem faz um raio-x empresarial brasileiro, contendo informações sobre pessoal ocupado, salários e outras remunerações referentes ao total de empresas com CNPJ há dois anos.

Segundo o relatório, do total de pessoas ocupadas, pelo menos oito em cada dez eram assalariados e o restante trabalhava na condição de sócio ou proprietário. Todos esses trabalhadores receberam R$ 700 bilhões em 2008, com o salário médio mensal de R$ 1.413,00, equivalente a 3,4 salários-mínimos em vigor na época.

Na comparação com 2007, o Cempre mostra um aumento de 4,2% no total de empresas e de outras organizações com CNPJ, o que representou mais 187 mil registradas no País. Na mesma comparação, o pessoal ocupado cresceu 4,5% - significando mais 1,9 milhão de pessoas no mercado de trabalho - e o salário médio mensal aumentou 3,5%. O mapeamento do IBGE mostrou que em 2008 as empresas representavam 88,5% do total de organizações ativas, enquanto as entidades sem fins lucrativos respondiam por 10,5%, a administração pública, por 0,4%, e outras organizações, por 0,6%.

O nível de emprego seguiu a mesma ordem, com as entidades empresariais respondendo por 73,7%, a administração pública, por 19,5%, as entidades sem fins lucrativos, por 6,7%, e as outras organizações, por 0,1%. O mesmo ocorreu com o pagamento de salários: 62,1%, 31,3%, 6,6% e zero, respectivamente.

As empresas contrataram mais 1,8 milhão de pessoas em 2008, mas o número poderia ter sido maior se a crise econômica internacional não tivesse atingido o País no final daquele ano. A avaliação é de Denise Freire, gerente de Planejamento e Análise do Cempre. Na passagem de 2006 para 2007, o mapeamento do IBGE mostrou um aumento de 2,6 milhões de pessoas assalariadas.

Capital tem menor taxa entre todas as regiões metropolitanas

A Região Metropolitana de Porto Alegre desbancou Belo Horizonte da liderança da menor taxa de desocupação, que vinha sendo mantida há meses. Para a coordenadora da PED no País, Lúcia Garcia, uma combinação de fatores, como demanda interna por produtos aquecida e retomada de exportações, criou condições para a Capital ostentar a menor taxa. BH teve 9,9%. A RMPA vinha se mantendo na segunda posição. Lúcia explica que o comportamento do mercado de vagas local reage ao aumento de maior demanda a empresas gaúchas, que vendem muito para demais regiões, e ao componente externo.

A taxa média em abril nas sete regiões pesquisadas, que agora têm a companhia de Fortaleza, ficou em 13,3%, 0,7% abaixo da de março, que foi de 13,4% e 11,9% menor que a taxa de 15,1% de abril de 2009. "O mercado nacional passa por um bom momento e em crescimento", reforçou a coordenadora da PED nacional pelo Dieese. Salvador manteve a lanterna na pesquisa, com desocupação de 19%, mas abaixo dos 19,9% do mês anterior. As demais regiões apresentaram 10,6% em Fortaleza, 13,3% em São Paulo, 14,2% no Distrito Federal, e 18,8% em Recife.

A ocupação avançou 0,7% no mês, com saldo de 131 mil vagas. A PEA também cresceu, com mais 130 mil pessoas atrás de emprego. Nas sete regiões, a estimativa é de 19,1 milhões de ocupados e população ativa de 22,04 milhões. Construção civil teve expansão de 2,1%, com mais 26 mil postos. Comércio aumentou em 1%, com 32 mil postos, ao lado de 25 mil da indústria (0,9%) e de 11 mil de serviços, 0,1% a mais que março. Já a massa de rendimentos teve retração de 1,6%. Nos últimos 12 meses, Lúcia destacou que é possível detectar maior fôlego da ocupação. A alta é de 4,1% frente a abril de 2009. No período, foram criados 761 mil postos, bem acima das 431 mil pessoas que ingressaram no mercado.

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