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Conjuntura

- Publicada em 20 de Maio de 2010 às 00:00

Lula critica a União Européia, o G-20 e a Alemanha


Francisco Leonga/AFP/JC
Jornal do Comércio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem, em Madri, o acordo de troca de combustível nuclear assinado pelo Irã, com intermediação do Brasil e da Turquia, e pediu ao Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) disposição para negociar sobre a imposição de novas sanções ao país persa. No acordo, o Irã enviará seu urânio enriquecido à Turquia e em troca receberá combustível nuclear para seu reator de pesquisas em Teerã.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu ontem, em Madri, o acordo de troca de combustível nuclear assinado pelo Irã, com intermediação do Brasil e da Turquia, e pediu ao Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) disposição para negociar sobre a imposição de novas sanções ao país persa. No acordo, o Irã enviará seu urânio enriquecido à Turquia e em troca receberá combustível nuclear para seu reator de pesquisas em Teerã.

Falando no Casino de Madrid a uma plateia de empresários, diplomatas e políticos espanhóis, Lula destacou que o compromisso selado com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, é "exatamente o que os EUA queriam cinco ou seis meses atrás" e que o CS precisa de "disposição para negociar". Romper o contrato, argumentou, levará a questão nuclear iraniana "à estaca zero".

Ontem, o ministro das Relações Exteriores iraniano, Manouchehr Mottaki, afirmou que o Irã manterá seu programa nuclear, independentemente da ameaça de uma nova rodada de sanções ao país no CS. "O Irã não leva as sanções a sério", disse Mottaki. Segundo ele, a construção da usina nuclear de Bushehr ainda será concluída, com o apoio da Rússia, conforme compromissos assumidos anteriormente.

Os membros do CS com poder de veto - EUA, Rússia, China, França e Grã-Bretanha - chegaram a um acordo sobre um projeto prévio para impor novas sanções ao Irã, informou na terça-feira a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton. Essa seria a quarta rodada de sanções. "Nós chegamos a um acordo sobre um duro rascunho, com a cooperação tanto da Rússia quanto da China", destacou Hillary. O Brasil e a Turquia são membros não permanentes do CS, sem poder de veto.

Apesar da reação dos EUA, o presidente em exercício José Alencar acredita que irá prevalecer o acordo com o Irã.

Ontem, ele minimizou a posição dos EUA, que conseguiu apoio para impor sanção ao Irã, por causa do programa nuclear daquele país. Para Alencar, o ceticismo norte-americano é um direito, neste momento, mas será superado conforme o acordo for cumprido pelo Irã.

No entanto, o país persa demonstrou frustração com a rejeição internacional liderada pelos EUA sobre o acordo nuclear. Segundo o governo iraniano, as potências internacionais ficariam "desacreditadas", caso pressionem por novas sanções ao país no CS da ONU.

O novo rascunho de resolução no Conselho de Segurança expandiria o embargo à venda de armas ao Irã e também tomaria medidas contra o sistema bancário do país. Além disso, proibiria que a nação realizasse algumas atividades no exterior, como a mineração de urânio e o desenvolvimento de mísseis balísticos. "A resolução estabeleceria um abrangente novo paradigma para inspeções de carga, tanto em portos quanto em alto-mar", informou um funcionário a jornalistas.

A Agência Internacional de Energia Atômica informou ontem que aguardava a notificação formal sobre o acordo firmado entre Brasil e Irã. O governo iraniano disse que está "preparando a carta" e que ela será entregue "no tempo devido".

Ao discursar em Madri, Lula diz que elege Dilma

Disputa não vai alterar os rumos do Brasil, garante o presidente

As eleições presidenciais no Brasil não vão alterar o rumo do País, seja quem for o vencedor. A garantia foi dada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva a uma plateia de investidores espanhóis, ontem, em Madri. Depois de lembrar o preconceito que sofreu da classe empresarial nos anos 80 e 90, Lula disse apostar na maturidade política do País. "O Brasil aprendeu a ser sério", afirmou, adaptando a célebre frase atribuída ao ex-presidente da França Charles de Gaulle.

Com as declarações, Lula visava a tranquilizar os investidores espanhóis sobre a estabilidade econômica e política do País em meio à campanha eleitoral. O cenário, lembrou o presidente, é diferente do vivido por ele mesmo nas eleições de 2002, 1998, 1994 e 1989, nas quais foi candidato pelo PT.

O seminário do qual Lula participou em Madri - Aliança para Nova Economia Global - serviu para atrair investidores para o País.

"Tenho a convicção de que vou eleger a minha candidata", referindo-se a Dilma Rousseff, candidata à presidência pelo PT. Lula narrou aos ouvintes um encontro com um empresário espanhol que portava um documento com informações sobre Dilma, descrevendo-a como "guerrilheira". Para ele, "essa ex-guerrilheira pode ser a próxima presidente da República".

Logo em seguida, também se lembrou dos outros candidatos. O presidente assegurou aos empresários que uma eventual vitória do candidato do PSDB, José Serra, não representa um risco para a estabilidade do País. Ao se referir à candidata do PV, Marina Silva, Lula lembrou que até bem pouco tempo ela fazia parte de seu ministério (Meio Ambiente).

"Não existe mais aquele discurso dos anos 80, quando se dizia que se o Lula ganhasse as eleições o Brasil iria acabar, que seria o fim do mundo, que os empresários iriam embora para Miami", ironizou. "Embora haja diferenças de programa e de candidatos, é muito difícil quem ganhar as eleições mudar o Brasil a ponto de voltar a ser o que era antes." O presidente descreveu o pleito de 2010 como "uma conquista da democracia brasileira", porque traz como elemento novo a estabilidade política e econômica. "Nunca estivemos em um processo eleitoral tão tranquilo como o de agora, sem nenhum jornal e nenhum empresário com medo de quem vai ganhar.

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