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Aviação

- Publicada em 20 de Abril de 2010 às 00:00

Europa calcula as perdas provocadas pelo vulcão


Thomas Coex/AFP/JC
Jornal do Comércio
O fechamento do espaço aéreo europeu provocado pela erupção do vulcão na Islândia já começa a levantar preocupações sobre o impacto na economia da região. O temor é de que o caos se prolongue, com prejuízos para o turismo e os negócios. Mais de 60 mil voos foram cancelados desde a quarta-feira da semana passada e é difícil calcular qual seria exatamente o efeito dessa paralisação no setor aéreo sobre a economia. Como ainda não há expectativa para a normalização dos aeroportos, os riscos passaram a ser considerados e as empresas aéreas tentam medir o tamanho das perdas. "O vulcão está realmente causando prejuízos na economia em geral e nas operadoras aéreas em particular", afirmou a chefe de pesquisas do Itaú Europa em Lisboa, Ana Esteves.
O fechamento do espaço aéreo europeu provocado pela erupção do vulcão na Islândia já começa a levantar preocupações sobre o impacto na economia da região. O temor é de que o caos se prolongue, com prejuízos para o turismo e os negócios. Mais de 60 mil voos foram cancelados desde a quarta-feira da semana passada e é difícil calcular qual seria exatamente o efeito dessa paralisação no setor aéreo sobre a economia. Como ainda não há expectativa para a normalização dos aeroportos, os riscos passaram a ser considerados e as empresas aéreas tentam medir o tamanho das perdas. "O vulcão está realmente causando prejuízos na economia em geral e nas operadoras aéreas em particular", afirmou a chefe de pesquisas do Itaú Europa em Lisboa, Ana Esteves.
A Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata) elevou de US$ 200 milhões para US$ 250 milhões por dia a estimativa de receita perdida pelas empresas do setor. As companhias aéreas pressionam para a liberação de pousos e decolagens, após terem realizado testes durante o fim de semana. O comissário de transportes da União Europeia (UE), Siim Kallas, afirmou que a cinza vulcânica pode representar um impacto na indústria aérea maior do que os decorrentes dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos.
Segundo o Goldman Sachs, a queda das torres gêmeas do World Trade Center significou perda de US$ 1,4 bilhão para as companhias aéreas norte-americanas, que precisaram de um pacote de resgate de US$ 15 bilhões do governo. No entanto, o banco lembra que os ataques representaram um grande choque psicológico para a população. O economista-chefe para a Europa do Goldman Sachs, Erik Nielsen, calcula que, se a interrupção dos voos durar até a próxima quarta-feira, quando então completaria uma semana, o impacto sobre a economia será mínimo. Até porque a situação acaba compensada pelo aumento de viagens por meios alternativos de transportes.
As estações de trem europeias estão lotadas - no fim de semana, eram grandes as filas para comprar bilhetes do Eurostar em St. Pancras, em Londres, por exemplo. Os hotéis estão conseguindo compensar os cancelamentos de reservas com a extensão da estadia dos hóspedes que não conseguem voltar para casa. "Mas se o cancelamento dos voos se estender por semanas (ou meses), então esperamos ver um impacto muito sério sobre o PIB do segundo trimestre antes que as conferências de negócios e as férias sejam remarcadas para lugares mais próximos de casa", escreve Nielsen em relatório.
Também passará a ser um problema o abastecimento de produtos que chegam ao continente pela via aérea, como remédios e frutas. "O efeito do vulcão está certamente começando a se tornar um evento macroeconômico, principalmente se a erupção continuar", anota Jim Reid, estrategista-chefe do
Deutsche Bank.

Empresários gaúchos cancelam participação em feira de Hannover devido à erupção

Mayara Bacelar
Diante dos cancelamentos de voos e paralisação de aeroportos europeus, em função da nuvem de fumaça gerada pela erupção do vulcão na Islândia, gaúchos que se deslocavam para o continente tiveram que abortar as viagens. Entre eles estão empresários e políticos que se dirigiam a Hannover Messe, na Alemanha, considerada a maior feira industrial do mundo e que não conseguiram sair do País rumo a Europa.
Com planos de embarcar para Hannover na sexta-feira passada, o grupo da cidade de Venâncio Aires, liderado pelo prefeito Airton Artus, foi um que precisou desfazer as malas. Objetivando a modernização do polo industrial metalmecânico do município, os oito representantes terão que esperar pela edição do ano que vem para conferir os principais lançamentos do setor na Alemanha.
Artus complementa que a cidade deve adotar iniciativas para compensar o prejuízo da ausência na feira, a principal promotora de novas tecnologias empregadas no setor industrial de Venâncio Aires, participando de demais eventos realizados em solo nacional. O prefeito relata que, além dos representantes da cidade, outros empresários do Rio Grande do Sul cancelaram a viagem. "Fazemos parte de um grupo de 54 pessoas que iriam viajar com a Fiergs, que se somava a outras 116, e ninguém conseguiu embarcar", afirma o prefeito.
Dividido em dois grupos que viajariam sexta e sábado, respectivamente, o Sindicato das Indústrias Metalmecânicas e Eletroeletrônicas de Canoas e Nova Santa Rita (Simecan) também precisou desfazer os planos de comparecer a Hannover. O vice-presidente de comunicação e marketing da entidade, Werner Spieweck, explica que o sindicato tentou embarcar no domingo e na segunda-feira, sem sucesso. De acordo com
Spieweck, os dirigentes aguardam para saber como deve ficar a situação dos investimentos feitos para a viagem.
O setor turístico também está amargando as consequências do fenômeno com o vulcão islandês. A presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens do Rio Grande do Sul (Abav-RS), Rita Vasconcelos, explica que a principal perda é justamente relativa a viagens de negócios e convenções. Com a impossibilidade de remarcar a ida a países onde ocorrem os encontros, as companhias precisam efetuar a devolução dos valores aos consumidores, o que inclui a comissão destinada às agências.
Rita acrescenta que até a semana que vem as agências devem manter as viagens, aguardando que a situação esteja resolvida. A presidente da Abav-RS enfatiza, porém, que os passageiros devem ficar atentos aos cancelamentos dos destinos internacionais antes de embarcarem em voos domésticos para o Rio de Janeiro e São Paulo. "As companhias não estão cobrindo as despesas porque se trata de fenômeno natural", alerta.

União Europeia reduz restrições, mas outra nuvem de cinzas se aproxima da Grã-Bretanha

O Serviço Nacional de Tráfego Aéreo da Grã-Bretanha alertou, no começo da noite desta segunda-feira, que a erupção no vulcão islandês Eyjafjallajokull está se fortalecendo e enviando uma segunda nuvem de cinzas em direção ao Reino Unido. O alerta ocorreu algumas horas após os aeroportos europeus começarem a se preparar para a reabertura na terça-feira, depois de terem ficado fechados por cinco dias por causa de uma densa nuvem de cinzas que cobriu grande parte do continente europeu.
"Se a situação continuar como está agora e o vulcão não expelir mais cinzas em direção à Europa, nós provavelmente voltaremos às operações normais até quinta-feira", disse Bo Redeborn, diretor da agência. A Eurocontrol coordena o controle do tráfego aéreo em toda a Europa. Segundo a entidade, menos de um terço dos voos programados na Europa decolaram nesta segunda-feira - entre 8 mil e 9 mil voos, num total de 28 mil previstos.
Os aeroportos na Europa Central e na Escandinávia foram parcialmente reabertos e o tráfego aéreo permaneceu aberto no Sul do continente - com a Espanha se oferecendo para receber voos intercontinentais que teriam como destino países com aeroportos ainda fechados. Nesta segunda-feira, os aeroportos operaram normalmente em Portugal, Espanha, Sul da França, Centro-Sul da Itália, Eslovênia, Noruega, parte da Suécia e da Finlândia, Polônia e Bielo-Rússia. Os aeroportos britânicos poderão ser reabertos no começo da noite da terça-feira.
Segundo a Infraero, metade dos voos que deveria partir ou chegar da Europa em Guarulhos foi cancelada. Das 95 chegadas previstas, só 50 ocorreram. Já entre as partidas, das 90 programadas, só 39 decolaram.
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