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Conjuntura Internacional

- Publicada em 15 de Abril de 2010 às 00:00

Parcerias são poucas entre países membros do Bric


Jornal do Comércio
No primeiro encontro empresarial Bric-Ibas realizado ontem no Rio de Janeiro os países, com exceção da China, se mostraram mais como competidores por recursos internacionais do que como parceiros complementares. O Bric é formado pelo Brasil, Rússia, Índia e China, enquanto o Ibas é composto por Índia, Brasil e África do Sul.
No primeiro encontro empresarial Bric-Ibas realizado ontem no Rio de Janeiro os países, com exceção da China, se mostraram mais como competidores por recursos internacionais do que como parceiros complementares. O Bric é formado pelo Brasil, Rússia, Índia e China, enquanto o Ibas é composto por Índia, Brasil e África do Sul.
Nas apresentações, destacaram-se as oportunidades de investimento em cada país. O representante da Índia no painel de infraestrutura, Amrish Jain, comentou que o país precisa de investimento de US$ 1,4 trilhão em infraestrutura até 2017.
O vice-presidente das indústrias Praj na Índia, Vikram Pandit, disse que o consumo por habitante de energia elétrica em seu país é um sexto da média mundial. "Gostaríamos de estar em pé de igualdade", afirmou. Por sua vez, o vice-presidente da unidade de negócios da África do Sul, Mthunzi Mdwaba, falou que seu país precisa duplicar a geração de energia em 20 anos.
O diretor do departamento de cooperação internacional da Câmara de Comércio e Indústria da Rússia, Sergey Vasiliev, comentou que seu país precisa de investimentos em rodovias, aeroportos e portos. De acordo com ele, com o fim da União Soviética, os principais portos do antigo bloco ficaram em outros países e não na Rússia.
O responsável pela gestão corporativa da Odebrecht Infraestrutora, Carlos Hermanny, disse que o Brasil tem se mostrado um país atraente para os investidores internacionais e que possuiu vantagens, como a estabilidade de regras. No entanto, ele criticou a modelagem de alguns projetos, como os dos aeroportos, a alta taxa de juros e a demora no licenciamento ambiental.
O executivo se queixou ainda da falta de informações específicas no caso da licitação do trem-bala. Já o diretor do departamento de Promoção e Investimento do Itamaraty, Norton Rapesta, afirmou que a reunião é de aproximação entre as comunidades empresariais para gerar negócios no futuro e que os chineses teriam interesse em ampliar os investimentos no país.
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, previu ontem que o comércio entre o Brasil e os outros países dos grupos Bric e Ibas este ano fique perto "de US$ 60 bilhões, no mínimo". Ele lembrou que no ano passado o comércio externo brasileiro com esses países foi de US$ 50 bilhões e 2009 foi um ano de crise. Segundo Amorim, está ocorrendo "um redesenho do mundo" em que os países dos dois grupos estão ganhando importância.
Segundo Amorim, os cinco países não querem ser "a aristocracia dos emergentes". De acordo com ele, o que querem é "contribuir para um mundo mais democrático em que as vozes dos pobres sejam ouvidas". Ele citou, ainda, que em reuniões entre bancos comerciais e bancos centrais dos países citados, serão atadas as questões do comércio em moedas locais e de facilitação do comércio.

Apesar de bloco, integrantes têm vantagens comparativas distintas

Unidos por características em comum como vasto território, grande população e altas taxas de crescimento econômico, os países que formam o Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) têm perfis bem distintos quando o assunto é vantagem comparativa. A observação foi feita em estudo apresentado ontem pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com o levantamento, apesar de o crescimento da corrente global entre 1996 e 2008 ter praticamente dobrado nesses 12 anos, os países do Bric reforçaram a sua importância no mercado mundial, apresentando taxas de exportação ainda mais altas.
O comunicado do Ipea salienta que o Brasil apresenta elevada vantagem comparativa em produtos intensivos, em recursos naturais e primários agropecuários. O documento revela ainda que, do ponto de vista econômico, os quatro países possuem modelos de desenvolvimento distintos. O Brasil se caracteriza como uma economia com elevada participação do mercado doméstico.

Brasil discute venda de produtos agrícolas à China

Na esteira do encontro dos países do Bric, o Ministério da Agricultura discutirá a partir de hoje com representantes da China questões relacionadas ao comércio de produtos agrícolas. O Brasil negociará com a China a autorização para exportação de carnes suína e bovina in natura, lácteos, gelatina, tabaco, couro e citros. Em nota, o ministério lembra que, há dois anos, a China tornou-se o principal destino das exportações do agronegócio brasileiro, com receita de US$ 8,9 bilhões em 2009, equivalente a quase 14% dos embarques agropecuários nacionais.
O secretário de Relações Internacionais do Agronegócio, Célio Porto, explica que a intenção do governo brasileiro é diversificar a pauta exportadora. A China reconhece, atualmente, toda a área brasileira livre de febre aftosa com vacinação. Esse reconhecimento é pré-requisito para o início dos embarques.
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