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Fórum da Liberdade

- Publicada em 13 de Abril de 2010 às 00:00

Kanitz e Woods divergem sobre Liberalismo


Cláudio Fachel/JC
Jornal do Comércio
O segundo painel desta terça-feira (13), dentro da programação do 23º Fórum da Liberdade, foi marcado pela divergência de ideias entre o historiador norte-americano e autor do best seller New York Times, Thomas Woods, e o administrador, consultor de empresas e conferencista brasileiro Stephen Kanitz. Ao longo das explanações sobre a temática Inflação, os palestrantes debateram os conceitos de Adam Smith e conquistaram a plateia do Centro de Eventos da Pucrs, em Porto Alegre, no último dia do evento.
O segundo painel desta terça-feira (13), dentro da programação do 23º Fórum da Liberdade, foi marcado pela divergência de ideias entre o historiador norte-americano e autor do best seller New York Times, Thomas Woods, e o administrador, consultor de empresas e conferencista brasileiro Stephen Kanitz. Ao longo das explanações sobre a temática Inflação, os palestrantes debateram os conceitos de Adam Smith e conquistaram a plateia do Centro de Eventos da Pucrs, em Porto Alegre, no último dia do evento.
Tom Woods deu início ao debate traçando um paralelo entre o caminho do capital dentro do livre mercado. Em seguida, o palestrante teceu uma crítica a respeito da do controle inflacionário, por parte do Estado. "Salvar uma parcela de Capital é única maneira encontrada pelos governos para reter as divisas dentro e desviar essa trajetória do capital dentro dos livres mercados", afirmou.
O historiador apresentou dados sobre a desvalorização do dólar ao longo de uma década. Segundo ele as perdas da moeda americana podem ser mensuradas em 94% do poder de compra no período de cem anos. "Acontece que apenas uma pequena parcela da população se preocupa em poupar. Na grande maioria dos casos, as pessoas se preocupam em como gastar o dinheiro. Neste contexto, aqueles que se preocupam em guardar, tem de se tornar especuladores para fugir da desvalorização gerada pela ação inflação, provocada pelas ações dos governos", defendeu.
Woods protagonizou o auge das discussões em torno do liberalismo ao defender a tese da separação do Estado em relação ao controle monetário. "Separar o Estado da Igreja não foi suficiente. É preciso separar o Estado de todos os aspectos que permeiam o cenário econômico e isso inclui as indústrias e o dinheiro. Não basta reformar o sistema monetário. É necessário criar um sistema completamente novo e desvinculado do Estado", argumentou. "No fundo todo o governo sabe que o que for necessário poderá ser impresso em moeda, porém com um doloroso preço, que terá conexão com a inflação", concluiu.
Por outro lado, Stephen Kanitz, tratou de amenizar os ânimos e ganhou o público com muita irreverência. "Antes de qualquer coisa é preciso dizer que não sou um liberal. Sou um administrador socialmente responsável, ao qual vocês - os liberais - se recusam a reconhecer", ironizou. Como cartão de apresentação, Kanitz ainda guardava uma crítica ao conceito da "Mão Invisível que rege os mercados", uma das teses mais populares de Adam Smith. "Mão Invisível uma ova. Acreditar em tamanho absurdo é desconsiderar a existência de 130 milhões de administradores envolvidos até a cabeça para que os produtos cheguem até o consumidor", defendeu.
Antes de concluir, o conferencista ainda expôs uma tese pessoal acerca da crise financeira. De acordo com ele, a crise foi criada pelo incentivo fiscal concedido pelo governo americano para compra de casas. "Quanto maior a inflação, maior é o subsidio e, portanto, maior será a inflação novamente. Esta é a equação que precisa ser combatida", avaliou. O administrador ainda demonstrou que o modelo criado pelo estado para incentivar o mercado habitacional do país levou o governo a arcar com cerca de 84%, ou US$ 840 mil, sobre a compra de uma casa avaliada em US$ 1 milhão.
Para apimentar as discussões, o economista, ex-ministro e ex-candidato à presidência da Argentina, Ricardo Lopez Murphy, teceu duras críticas a política monetária de seu país. Utilizando de humor, o economista constatou uma maquiagem feita pelo governo nos índices de desenvolvimento social e, sobretudo, dos indicadores monetários. Por fim, Murphy encerrou o segundo debate do dia chamando a atenção para os perigos dos riscos inflacionários. "A inflação é o pior abatimento social. É como se o mundo acabasse em cada final de tarde, produz a ruptura social e se constitui no principal paradoxo contemporâneo", finalizou.
O último dia do Fórum da Liberdade prossegue ao longo desta terça-feira (23) com a aguardada palestra do presidente do Banco Central brasileiro, Henrique Meirelles, prevista para às 14 horas. Ainda dentro da programação, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso participa do painel de encerramento da 23ª edição do Fórum da Liberdade, marcada para às 19 horas, no Centro de Eventos da Pucrs.
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