O duelo permanente entre máquinas e humanidade, analisado em ano eleitoral, lembra-me do insubstituível Charles Chaplin. É dele o pensamento: “Mais do que máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo estará perdido”. No mundo contemporâneo, uma geração inteira, desde o seu nascimento, é condicionada para a guerra da competição e nunca para o amor às causas sociais, originando um crescente distanciamento do aspecto humano. Criamos e nos tornamos máquinas, escravizando e ditando regras. Pois se for válido o conceito um dia propagado por Aristóteles de que a política é a ciência mais suprema, a qual as outras estão subordinadas, então necessitamos urgentemente de ativistas humanitários. Ao invés de aparelhos eleitoreiros, homens e mulheres de valor que olhem nos olhos dos cidadãos e falem com honestidade. Não somos máquinas! E como seres humanos que somos, é nossa a responsabilidade de resolver desigualdades que jogam parte da população na mais completa privação. Muitas pessoas já não vivem, apenas sobrevivem. O amor, a amizade, o respeito, a deferência, a consideração pelo próximo são valores indispensáveis nas causas públicas que, apesar de muitas vezes esquecidos, contribuem decisivamente para a consolidação de um mundo mais justo.
Presidente da Associação Memorial João Goulart