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Opinião

Editorial

- Publicada em 19 de Março de 2010 às 00:00

Corte de despesas está em linha com juros mais baixos


Jornal do Comércio
O corte nas despesas do orçamento de 2010, de R$ 21,8 bilhões, é o maior realizado nos dois períodos de Lula da Silva. O setor de pessoal terá o maior impacto, de R$ 1,4 bilhão, como é aconselhado pelos analistas. Serão preservados os valores do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da saúde, educação e assistência. Assim, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 5% para 5,2%, mas também aumentou a expectativa da inflação para esse ano, de 4,5% para 5%. Enquanto  isso, o superávit primário, que é a economia que o País faz para pagar juros da dívida pública, manteve-se em 3,3% do PIB, ou R$ 114 milhões. Apesar do crescimento da arrecadação de impostos e tributos federais em fevereiro, que chegou a R$ 53 bilhões, um recorde para o mês, o governo trabalha com uma queda de R$ 18 bilhões na arrecadação para este ano. No acumulado do primeiro bimestre, as receitas administradas somaram R$ 121,095 bilhões, um crescimento real de 12,14% ante igual período de 2009. Está claro que as razões do sucesso da economia brasileira e de sua menor exposição aos efeitos da crise financeira global foram a expansão da oferta de crédito e a ampliação do mercado interno, por meio de políticas de distribuição de renda. Para Lula, “éramos uma economia capitalista sem capitalismo. Hoje, somente o Banco do Brasil responde por todo o crédito disponível em 2003, ou R$ 380 milhões”, afirmou.
O corte nas despesas do orçamento de 2010, de R$ 21,8 bilhões, é o maior realizado nos dois períodos de Lula da Silva. O setor de pessoal terá o maior impacto, de R$ 1,4 bilhão, como é aconselhado pelos analistas. Serão preservados os valores do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da saúde, educação e assistência. Assim, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 5% para 5,2%, mas também aumentou a expectativa da inflação para esse ano, de 4,5% para 5%. Enquanto  isso, o superávit primário, que é a economia que o País faz para pagar juros da dívida pública, manteve-se em 3,3% do PIB, ou R$ 114 milhões. Apesar do crescimento da arrecadação de impostos e tributos federais em fevereiro, que chegou a R$ 53 bilhões, um recorde para o mês, o governo trabalha com uma queda de R$ 18 bilhões na arrecadação para este ano. No acumulado do primeiro bimestre, as receitas administradas somaram R$ 121,095 bilhões, um crescimento real de 12,14% ante igual período de 2009. Está claro que as razões do sucesso da economia brasileira e de sua menor exposição aos efeitos da crise financeira global foram a expansão da oferta de crédito e a ampliação do mercado interno, por meio de políticas de distribuição de renda. Para Lula, “éramos uma economia capitalista sem capitalismo. Hoje, somente o Banco do Brasil responde por todo o crédito disponível em 2003, ou R$ 380 milhões”, afirmou.
Cortar despesas de custeio está em linha com a ambição de juros mais baixos, um anseio tanto dos empresários quanto dos sindicalistas dos empregados. Por isso o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) foi cauteloso, mas não unânime, na sua última reunião. É que começamos um ciclo virtuoso, com a produção industrial, as safras e a geração de emprego. Então não houve qualquer surpresa quando o Copom manteve os juros em 8,75% ao ano, na quinta reunião seguida. Com isso, o indicador permanece no menor patamar desde a sua criação em 1999. Para a reunião dos dias 27 e 28 de abril, tudo indica que haverá alta de 0,5 ponto percentual, para 9,25% ao ano. Ao final de 2010, projeta-se uma Selic de 11,25%. Se a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) apoiou a decisão do Copom como “uma demonstração de respeito à produção, ao crescimento, ao emprego e ao Brasil”, as entidades de trabalhadores foram pelo caminho oposto, criticando.
A Força Sindical considerou que a manutenção dos juros em 8,75% “é uma perversidade para com os trabalhadores, pois o comitê insiste em impor um forte obstáculo ao desenvolvimento do País”. Mas mesmo com a Selic em 8,75%, os correntistas estão pagando nos grandes bancos nacionais uma média de 83,06% de juros, ou 5,17% ao mês, dados de janeiro de 2010. Continuamos como recordistas mundiais dos juros e o governo estava - está? - gastando demais. O ministro Paulo Bernardo fez cortes, e a esperança é que a situação melhore. Estamos pagando taxas acima dos grandes centros financeiros como Estados Unidos, Japão e Europa, onde os juros estão próximos de zero. Por isso muitos investidores pegam empréstimos no Exterior e os trazem para o Brasil, provocando uma enxurrada de dólares. Aí o real se valoriza e prejudica as exportações, que são fundamentais para o equilíbrio das nossas contas externas. Aumentar os juros colocaria um freio na retomada econômica.
O importante é o corte nos gastos federais. Esse é o caminho correto para que os juros caiam. Sem o governo tomando dinheiro no mercado e pagando muito, a situação melhorará bem mais rápido e de maneira sadia.
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