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Com a palavra

- Publicada em 01 de Março de 2010 às 00:00

CRM será a maior produtora de carvão do Brasil


Gilmar Luís/JC
Jornal do Comércio
A entrada em operação da termelétrica Candiota 3, da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), fará com que a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) dê um salto em sua produção de carvão mineral. A empresa, controlada pelo governo gaúcho, será a fornecedora de matéria-prima para a usina que iniciará suas atividades em meados deste ano. Essa atividade, calcula o diretor-presidente da CRM, Telmo Kirst, deve fazer com que a empresa alcance a liderança do ranking das produtoras de carvão no Brasil. A companhia detém reservas de cerca de 3 bilhões de toneladas de carvão distribuídas em áreas ainda em fase de pesquisa e outras com titulação de lavra já consignada.
A entrada em operação da termelétrica Candiota 3, da Companhia de Geração Térmica de Energia Elétrica (CGTEE), fará com que a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) dê um salto em sua produção de carvão mineral. A empresa, controlada pelo governo gaúcho, será a fornecedora de matéria-prima para a usina que iniciará suas atividades em meados deste ano. Essa atividade, calcula o diretor-presidente da CRM, Telmo Kirst, deve fazer com que a empresa alcance a liderança do ranking das produtoras de carvão no Brasil. A companhia detém reservas de cerca de 3 bilhões de toneladas de carvão distribuídas em áreas ainda em fase de pesquisa e outras com titulação de lavra já consignada.
JC Empresas & Negócios - O que significará para a empresa a entrada em operação da usina de Candiota 3?
Telmo Kirst - Com a entrada em operação de Candiota 3, prevista para meados deste ano, a expectativa da CRM é um incremento de 50% na produção da Mina de Candiota neste exercício. Isto deverá representar um aumento no faturamento total da CRM de 20%. A operação de Candiota 3, a partir de 2011, com o fornecimento por um ano inteiro, representará mais do que duplicar a produção da Mina de Candiota (atualmente com um desempenho anual que chega a cerca de 1,6 milhão de toneladas de carvão), que é a unidade mais rentável. Sem dúvida, levará a CRM a um patamar mais elevado, com reflexos positivos em todas as suas áreas.
Empresas & Negócios - Como está posicionada hoje a CRM no ranking das empresas que mais produzem carvão no Brasil? Em que posição ficará após o início das atividades de Candiota 3?
Kirst - A CRM está posicionada entre as três maiores produtoras nacionais, que alteram suas posições entre si, de ano a ano, em função do comportamento de seus mercados. A partir da entrada em operação de Candiota 3, a CRM, sem dúvida, será a maior produtora de carvão do País.
Empresas & Negócios - Como foi o desempenho operacional e financeiro da CRM em 2009?
Kirst - O desempenho da companhia em 2009 deverá ser bastante similar ao de 2008, sendo o Resultado Operacional de aproximadamente R$ 4,288 milhões e Lucro Líquido de cerca de R$ 7,935 milhões.
Empresas & Negócios -Quais fatores levaram a esse resultado?
Kirst - Como mais de 95% da receita operacional da CRM está atrelada à comercialização de carvão termelétrico, seu resultado está condicionado ao desempenho operacional das usinas termelétricas que a empresa abastece. Essas, por sua vez, estão condicionadas ao despacho pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), o qual administra o sistema elétrico em função do regime pluviométrico e dos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas. Em nosso País, pelas suas características geográficas, a geração de termeletricidade é sempre complementar à geração em usinas hidráulicas, cuja energia tem custo marginal muito inferior. Em períodos de grandes precipitações pluviométricas, como o que ocorreu recentemente, o despacho das usinas térmicas se mantém no mínimo contratual, o que não permite resultados expressivos para a CRM.
Empresas & Negócios - A crise econômica chegou a representar algum impacto?
Kirst - Embora a crise econômica tenha ocasionado uma queda na demanda por energia elétrica de 2% em 2009, em relação a 2008, para a CRM a causa de seu desempenho operacional foi determinada pela grande acumulação de água nos reservatórios das hidrelétricas durante o ano. Assim, mesmo com um consumo de energia elétrica maior, este quadro não seria alterado. Portanto, a crise econômica não chegou a influenciar diretamente o desempenho operacional da CRM.
Empresas & Negócios - O forte calor deste início de ano, com o acionamento das térmicas, deve refletir no faturamento da CRM em 2010?
Kirst - O contrato celebrado entre a CRM e a CGTEE garante uma venda mínima mensal, mas se a CGTEE aumentar sua geração, logicamente, melhorará o faturamento da CRM.
Empresas & Negócios - O aumento da demanda de energia neste verão prova que as térmicas a carvão são importantes para o sistema elétrico brasileiro?
Kirst - Sem dúvida que sim. É preciso que o governo federal incentive a implantação de novas térmicas, o que beneficiará o País e o carvão gaúcho.
Empresas & Negócios - Que outros projetos termelétricos poderão entrar em operação e aumentar a comercialização de carvão por parte da CRM?
Kirst - A CRM participa de várias tratativas e estudos para novos empreendimentos termelétricos vinculados a suas jazidas. No entanto, na atual fase, estes empreendimentos ainda não podem ser anunciados.
Empresas & Negócios - Que investimentos a CRM planeja fazer neste ano e nos próximos?
Kirst - No exercício de 2010, a CRM planeja investir R$ 80 milhões na sua expansão. Nos próximos exercícios o valor a investir está na dependência da definição dos novos empreendimentos em estudo.
Empresas & Negócios - Além do uso termelétrico, existe a possibilidade do aproveitamento do carvão gaúcho em outras atividades?
Kirst - No conhecimento tecnológico atual e em escala que seja economicamente atrativa e significativa, entendemos que o uso termelétrico é a única vocação do carvão gaúcho. Esperamos que no futuro, com a evolução de algumas tecnologias que estão sendo desenvolvidas mundialmente, inclusive com a participação da Petrobras, este quadro venha a mudar.
Empresas & Negócios - Como o senhor avalia a competitividade de uma estatal como a CRM em relação às companhias privadas do setor?
Kirst - O grande problema que enfrenta uma estatal, e aqui tomamos como exemplo a CRM, é a burocracia que a legislação atual obriga a seguir. Cada processo de aquisição de um bem ou serviço é muitas vezes mais complexo e oneroso em uma companhia estatal do que o de qualquer empresa privada, por maior que ela seja. Isto acarreta perda na agilidade, que direta ou indiretamente vai se refletir em seus custos operacionais. Uma empresa como a CRM só mantém sua competitividade porque trabalha com margens menores, já que seu objetivo é ter um resultado que permita manter sua expansão e não acumular riqueza.
 Empresas & Negócios - O senhor acredita que movimentos ambientalistas e encontros como o da Dinamarca, em Copenhague, podem atrapalhar o desenvolvimento do carvão no mundo?
Kirst - A nosso ver, a área ambiental é claramente uma questão de custos, já que a tecnologia que permite usinas termelétricas a carvão não poluidoras é dominada. O ponto é saber o quanto a sociedade está disposta a pagar por isto, já que na maioria dos países desenvolvidos não existem alternativas competitivas de geração de energia nas quantidades necessárias para satisfazer esta mesma sociedade. Além disto, o uso do carvão em termeletricidade é uma fonte de poluição concentrada, portanto, fácil de ser identificada e controlada.
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