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Inovação

- Publicada em 31 de Agosto de 2015 às 00:00

Startup do campo cria silosreciclando garrafas PET


AGROEFFECTIVE/DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
A produção brasileira de grãos cresce a cada safra e vem batendo recordes ano a ano, mas convive com grandes dificuldades de armazenagem, um problema caro e complicado enfrentado pelo setor rural. Na última safra, a colheita ultrapassou as 200 milhões de toneladas. No entanto, neste cenário, o Brasil tem capacidade estática de armazenamento próxima de 160 milhões de toneladas de grãos, o que gera um déficit de cerca de 40 milhões de toneladas.
A produção brasileira de grãos cresce a cada safra e vem batendo recordes ano a ano, mas convive com grandes dificuldades de armazenagem, um problema caro e complicado enfrentado pelo setor rural. Na última safra, a colheita ultrapassou as 200 milhões de toneladas. No entanto, neste cenário, o Brasil tem capacidade estática de armazenamento próxima de 160 milhões de toneladas de grãos, o que gera um déficit de cerca de 40 milhões de toneladas.
Neste sentido, uma ideia inovadora foi criada por uma startup do campo. A Silo Verde, empresa incubada no Tecnosinos, polo tecnológico da Unisinos, em São Leopoldo, utiliza um sistema de armazenagem de rações e grãos constituído a partir de matérias primas poliméricas recicladas de garrafas PET. Além do ganho ambiental, o custo estimado é 75% inferior aos produtos atualmente existentes no mercado.
Segundo o criador da empresa, Manolo Machado, a Silo Verde tem dois grandes mercados impactados: um é o agronegócio e o outro é o meio ambiente. "O primeiro aumenta a rentabilidade, qualidade de vida, praticidade e ergonomia no trabalho do campo em virtude de todos os benefícios gerado pela oferta de silos acessíveis a todas as faixa de produtores. O segundo beneficia diretamente o meio ambiente, retirando e destinando de forma correta toneladas de matérias-primas que se tornariam resíduos poluindo o meio ambiente por centenas de anos", observa.
A estimativa é que para cada silo, com capacidade de armazenagem de 8 metros cúbicos, sejam utilizadas até 6 mil garrafas pet. Machado ressalva, entretanto, que uma única garrafa leva aproximadamente 450 anos para se decompor no meio ambiente. "A Silo Verde gera impacto não só na vida do agricultor, mas também impacta o meio ambiente. Temos que pensar em um produto para ingressar no mercado e, posteriormente, abrir. Por isso, o produto inicial será de 8 metros cúbicos com possibilidade de expansão para 16 metros cúbicos. Isso seria feito de maneira complementar, com o mesmo sistema, mas um adicional de volume", salienta.
A ideia do empreendedor é atingir especialmente o mercado da agricultura familiar, com produtos para a armazenagem de rações animais para aves, suínos e gado leiteiro, além do armazenamento de pequenos volumes de grãos. O objetivo é em cinco anos atingir também o mercado internacional com a exportação da tecnologia para outros países produtores. "Pretendemos ser a maior armazenadora de pequenos volumes de rações e grãos do País, com forte atuação na sustentabilidade, com vasto impacto ambiental e social", projeta.
De acordo com Machado, a empresa já possui patente nacional e internacional. Em médio prazo, a meta é iniciar o cadastro dos primeiros representantes no exterior para a comercialização do produto. No radar estão países como a China, os Estados Unidos e a África do Sul, que é um player que desponta no setor. "Além disso, o foco são os países assessorados pelo programa do Mais Alimentos internacional", comenta.
A Silo Verde foi selecionada pela Endeavor, uma das principais organizações de fomento ao empreendedorismo no mundo, para o programa Promessas Endeavor.
A organização, que tem alguns dos principais empresários do País entre seus líderes, seleciona e apoia empreendedores de alto impacto, compartilha suas histórias, além de promover estudos e pesquisas sobre o cenário do empreendedorismo.

Produto deve chegar ao mercado no próximo ano

Após um ano na incubadora do Tecnosinos, a Silo Verde entra na reta final para o lançamento efetivo do produto no mercado. Para isso, os próximos dias podem ser decisivos. Ao longo da Expointer, um protótipo escalonado que utilizou cerca de 2 mil garrafas pet estará em exposição no estande 26 do Pavilhão do Gado Leiteiro, no parque Assis Brasil, em Esteio.
Manolo Machado explica que o objetivo é finalizar a preparação do terreno para iniciar a produção em 2016. Antes, será necessário vencer um período de captação. Não há uma cifra a ser prosseguida, pois os recursos necessários para alavancar os negócios dependem da demanda e dos mercados prioritários. No entanto, os primeiros contatos com bancos de fomento, como o Badesul, e até mesmo empresas de maior porte já se iniciaram.
"Temos uma captação programada, mas o valor é relativo. Vai depender da demanda, de quantos produtos vamos produzir e o mercado que iremos atingir. Isso oscila. A captação não está engessada. Não sabemos se virá de um fundo de investimentos de um banco de fomento. Está em aberto. O objetivo é optar pela melhor articulação com a estratégia da empresa", analisa.
Neste contexto, a estratégia montada para feira é ampliar a rede de contatos. "A nossa expectativa é estruturar mais o relacionamento dos canais da empresa para preparar a entrada do produto ao mercado no segundo semestre do ano que vem. Este é o foco, fazer parceiros", afirma.
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