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CONJUNTURA

- Publicada em 13 de Agosto de 2015 às 00:00

Ato critica ‘situação desastrosa da economia’


RAFAEL ARBEX/AE/JC
Jornal do Comércio
Empresários da indústria e representantes das principais centrais sindicais do País interditaram, nesta quinta-feira, o sentido Consolação da avenida Paulista, em São Paulo, em um ato conjunto "em defesa da indústria e do emprego". De um carro de som em frente ao Masp, os organizadores se revezaram no microfone para criticar os "juros pornográficos" praticados no Brasil, a falta de uma política industrial por parte do governo e o aumento do desemprego devido à crise.
Empresários da indústria e representantes das principais centrais sindicais do País interditaram, nesta quinta-feira, o sentido Consolação da avenida Paulista, em São Paulo, em um ato conjunto "em defesa da indústria e do emprego". De um carro de som em frente ao Masp, os organizadores se revezaram no microfone para criticar os "juros pornográficos" praticados no Brasil, a falta de uma política industrial por parte do governo e o aumento do desemprego devido à crise.
Carlos Pastoriza, presidente da Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), afirmou que o que une as classes patronal e trabalhadora nesta manifestação é "a situação desastrosa da economia". "O governo precisa acabar com estes juros pornográficos e atacar o spread gigantesco dos bancos", defendeu. Miguel Torres, presidente da Força Sindical, disse que o tamanho da crise, com juros e inflação elevados e desemprego em alta, causa um caos. "É primordial a redução dos juros. Também é preciso ter linhas de crédito e uma política industrial para o País, que hoje não existe", defendeu. "É preciso medidas para a retomada do crescimento porque essa crise vai passar. Pode demorar, mas vai passar", disse.
Questionado sobre a recente desvalorização da moeda chinesa yuan, Pastoriza, da Abimaq, reconheceu que o movimento preocupa e defendeu que o Banco Central pare de intervir no mercado de câmbio. "O câmbio já andou, mas continua desequilibrado, favorecendo as importações", disse. O empresário afirmou ainda que o governo "jogou ao contrário" por oito anos, ao tentar manter o real supervalorizado, segundo ele, o que levou a um processo de desindustrialização no País.
Organizado também pela Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) e pela União Geral dos Trabalhadores (UGT), o movimento contabilizou 5 mil manifestantes, todos usando um colete com o nome do evento: "Grito em Defesa da Indústria e do Emprego". De acordo com a Polícia Militar, 3 mil pessoas participam do ato na avenida Paulista.
O presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Babato, diz que vai convidar o presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza, a visitar uma fábrica de eletrônicos para conhecer oprocesso produtivo realizado no Brasil e como as empresas do setor cumprem "com rigor" as regras do País. O convite será feito nesta sexta-feira, durante o Fórum Nacional da Indústria, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo. O convite é uma reação à entrevista do executivo publicada em jornais nesta quarta-feira.
Barbato diz, por meio de nota, que quer mostrar que a produção de eletrônicos no País "é muito diferente daquilo que ele (Pastoriza)", disse. Na entrevista, o presidente da Abimaq afirmou que o Brasil passa por uma "desindustrialização mascarada" e que as indústrias "silenciosamente deixam de ser fabricantes para virarem montadoras e, em seguida, importadoras". Ao explicar esse processo, Pastoriza citou "por exemplo, o eletrônico vem acabado da China, a empresa tira a placa do produto 'xingue-lingue' e coloca a de fabricado no Brasil, com uma marca conhecida".
A informação causou reação do setor de eletroeletrônico. "As indústrias instaladas no Brasil cumprem com rigor o Processo Produtivo Básico (PPB), que determina o conjunto mínimo de operações, no estabelecimento fabril, que caracteriza a efetiva industrialização do produto."
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