A Companhia Carris Porto-Alegrense informou na manhã desta quinta-feira (6) que demitiu por justa causa cinco funcionários que bloquearam a saída dos ônibus da garagem da empresa na última segunda-feira (3). Outros dois funcionários, que possuem estabilidade sindical, tiveram afastamento não remunerado e abertura de um inquérito judicial. Um dos sindicalistas já responde judicialmente por apresentação de atestado falso para justificativa de falta ao trabalho.
A identificação dos funcionários foi feita a partir de imagens de câmeras de monitoramento nos portões da empresa e nos veículos que foram impedidos de circular. O desligamento por justa causa está sustentado em faltas graves cometidas, como obstrução da circulação do transporte coletivo, privação de usuários de serviço público essencial, impedimento ao livre exercício de trabalho das demais tripulações, prejuízos financeiros ocasionados para a empresa e negativa em executar o serviço para o qual foram escalados.
Devido aos protestos dos servidores estaduais em resposta ao parcelamento dos salários, na segunda-feira, os funcionários da Carris alegaram que não havia segurança suficiente nas ruas para que os ônibus circulassem. Segundo a empresa, a decisão pelo bloqueio da saída dos ônibus foi um fato isolado, sem o apoio do sindicato da categoria, como determina a legislação.
Os coletivos da Carris ficaram impossibilitados de circular por aproximadamente oito horas, prejudicando cerca de 180 mil passageiros e causando um prejuízo estimado em R$ 370 mil à empresa. Os portões da garagem foram liberados após a Justiça do Trabalho deferir um interdito proibitório solicitado pela Carris, estipulando uma multa de R$ 20 mil por dia aos grevistas em caso de descumprimento.