Fernando Soares
ANTONIO PAZ/JC
Polo divulgou ontem as metas para o decorrer do ano
A
Secretaria Estadual da Agricultura e Pecuária divulgou ontem seus
projetos prioritários e indicadores de desempenho para este ano. Entre
as iniciativas estão a continuidade dos trabalhos de três programas
desenvolvidos na gestão anterior, que totalizam investimentos de R$ 11,9
milhões. Também foram definidos outros sete pontos de atuação, entre
novas ações e metas estabelecidas no governo passado.
Entre os
programas, o que receberá mais investimento é a implementação do Sistema
Unificado de Atenção à Saúde Agropecuária (Suasa), orçado em R$ 6,2
milhões. Os recursos foram garantidos em um acordo com o governo federal
e devem resultar em 680 supervisões dos trabalhos realizados nas
propriedades gaúchas
Já o Mais Água/Sistemas Agrícolas
Produtivos, conduzido pela Fepagro, prevê R$ 3,5 milhões de
investimentos em 10 estações meteorológicas e a instalação de 200
sensores de umidade, além de estudos sobre o manejo do solo. A fundação
também receberá outros R$ 2,1 milhões da Embrapa e do Bndes para comprar
equipamentos e melhorar a rede elétrica em Hulha Negra, São Gabriel,
São Borja e Viamão.
Entre novidades nos indicadores estabelecidos
é a criação do Programa Estadual da Gestão de Água e Solos em
microbacias. O objetivo é melhorar o manejo do solo e da água,
garantindo maior produtividade. O secretário estadual da Agricultura e
Pecuária, Ernani Polo, lembra que o Estado ainda precisa avançar nesse
tema e, por isso, a ideia é estabelecer uma iniciativa de longo prazo,
que perdure por diferentes governos. "O Paraná, há 30 anos, começou algo
parecido e já colhe os frutos. Na safra passada de soja, em uma área
plantada semelhante à nossa, com um perfil de clima e produção
parecidos, eles colheram 2,5 mil toneladas a mais que o Rio Grande do
Sul", compara.
Outro destaque deve ser a implantação de um
programa de controle da brucelose e tuberculose. O município de
Westfalia servirá como uma espécie de piloto para o desenvolvimento de
uma metodologia a ser aplicada em todo o Estado. "A melhora no status
sanitário é fundamental em todas as cadeias produtivas", salienta Polo.
Além disso, a secretaria pretende estimular a adesão ao Sistema
Unificado de Sanidade Agroindustrial, Familiar, Artesanal e de Pequeno
Porte (Susaf). No próximo dia 15, será realizada uma reunião com 28
municípios que possuem a documentação necessária para aderir ao sistema.
A
secretaria ainda prevê a implantação de módulos no Sistema de Defesa
Agropecuária para registrar produtos e rótulos, promete agilizar o
controle fitossanitário de produtos vegetais e colocar em vigor o
Sistema Integrado de Gestão de Agrotóxicos (Siga). A irrigação também
será contemplada, com a expansão do programa Mais Água Mais Renda. A
meta é irrigar 16 mil hectares em 2015, sendo que 10,5 mil hectares já
receberam as melhorias necessárias. Ao todo, a iniciativa já irrigou 68
mil hectares.
Polo lembra que hoje a área irrigada no Rio Grande
do Sul chega a 3%. "O potencial máximo de irrigação é de 15% a 18% de
toda a área de produção. Por isso, é preciso também investir no cuidado
com o solo", argumenta.