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Com a palavra: Nelson Eggers

- Publicada em 01 de Fevereiro de 2010 às 00:00

Fruki amplia presença no mercado


Fruki/Divulgação/JC
Jornal do Comércio
Faz cinquenta anos que Nelson Eggers bate ponto diariamente na fábrica da Fruki. A empresa, nascida há 85 anos em Arroio do Meio, foi fundada por Emílio Kirst, sob o nome de Bela Vista. O atual presidente, filho de um dos genros de Kirst, entrou na empresa em 1959 e foi um dos responsáveis, três anos depois, pela instalação da empresa em Lajeado. A área foi escolhida por ficar às margens da futura BR-386, que hoje responde pelo escoamento de 6,4% da produção gaúcha.
Faz cinquenta anos que Nelson Eggers bate ponto diariamente na fábrica da Fruki. A empresa, nascida há 85 anos em Arroio do Meio, foi fundada por Emílio Kirst, sob o nome de Bela Vista. O atual presidente, filho de um dos genros de Kirst, entrou na empresa em 1959 e foi um dos responsáveis, três anos depois, pela instalação da empresa em Lajeado. A área foi escolhida por ficar às margens da futura BR-386, que hoje responde pelo escoamento de 6,4% da produção gaúcha.
Terceira geração dos fundadores da empresa, o dirigente - que não revela a idade - passou por todas as áreas da companhia, do chão de fábrica à administração. “Era tudo muito pequenininho”, comenta Eggers. Mesmo com uma fábrica bem maior que a da década de 1950, hoje, o filho estudante traça o mesmo caminho do pai: no dia da entrevista, apesar da chuva que se derramava sobre Lajeado, estava em um caminhão aprendendo como funciona a logística da Fruki, que mantém quatro centros de distribuição espalhados pelo Estado.
As duas filhas de Eggers também já estão trabalhando na companhia, que, a julgar pela vontade do empresário, deve se manter por mais algumas gerações na família. “Eles sabem que eu preciso desse emprego e nem tentam me comprar”, avisa, quando questionado se já foi procurado pelas grandes concorrentes para vender a marca. A Fruki é atraente para grandes companhias: tem 12% do mercado de refrigerantes, 15% de água mineral e 35% de energéticos. Para 2010, a novidade é o lançamento de uma linha de sucos.
JC Empresas & Negócios - A Fruki ocupa um tamanho razoável no mercado. Já houve propostas de compra por grandes companhias de refrigerante?
Nelson Eggers - Hoje, temos 12% do mercado de refrigerantes e 15% do de água mineral, com a Água da Pedra. Contamos com um repositor energético, o Frukito, que responde por 35% do mercado. Mas não houve proposta formal de compra. Os grandes fabricantes daqui do Estado sabem que eu preciso desse emprego. Nós nos conhecemos, temos algum relacionamento, por isso eles nem precisam me procurar. Não fazem uma oferta porque sabem que eu não vou sair de jeito nenhum.
Empresas & Negócios - Então, como sobreviver disputando mercado com as grandes?
Eggers - É dificílimo. Aqui, os grandes fabricantes fazem uma espécie de dumping e o produto é mais barato do que em outros estados. Além disso, exigem exclusividade. O consumidor chega a um restaurante, pergunta por que não tem Fruki e ouve a resposta “É porque ninguém quer”. E a gente sabe que não é assim. No Brasil, a Fruki é talvez a principal indústria regional de refrigerantes. Acho que não há outra empresa regional que conquistou uma parcela tão grande.
Empresas & Negócios - A que o senhor credita o desempenho da Fruki? São os preços?
Eggers - Não é preço, isso puxa a empresa para baixo. Eu nem costumo falar em preço, prefiro valor, porque a Fruki tem valor agregado. É uma mistura de qualidade e tradição, mas também de tecnologia. Costumo visitar feiras de fabricantes de bebidas na Europa e depois trazê-los para cá. Os europeus que vêm aqui se surpreendem com a tecnologia e os processos da planta de Lajeado.
Empresas & Negócios - Como está o crescimento da empresa?
Eggers - No ano passado crescemos 12% e, neste ano, chegaremos aos 13%. Em 2009, eu afirmava que íamos crescer 12%, questionavam se era chute e eu dizia que era uma questão de planejamento. Então, 45 minutos antes de encerrar o ano, fechamos os 12%. A equipe é muito comprometida e não parou enquanto não chegou ao percentual. Temos 650 funcionários, 450 deles na venda e distribuição.
Empresas & Negócios - Como foi a sua trajetória na indústria?
Eggers - Trabalho há 50 anos nesta empresa, que é da família. Passei por todas as áreas. Eu sou técnico em contabilidade, mas passei pela administração, pelos serviços burocráticos, passei também pela parte industrial, era tudo muito pequenininho. Na época, tínhamos vários outros tipos de bebida, mas o negócio sempre foi refrigerante. Eu sou da terceira geração, mas a quarta já está na empresa. Tenho duas filhas que trabalham na Fruki, uma é diretora administrativa e a outra é gerente administrativa. Meu filho está terminando a faculdade de Administração e está fazendo um programa de trainee, passando por todos os setores, mais ou menos nos moldes do que eu passei. Hoje mesmo, ele saiu nesta chuva em um caminhão para conhecer a entrega de produtos.
Empresas & Negócios - Se deve continuar familiar pelos próximos anos, por que a Fruki passou, há algum tempo, por uma reestruturação societária?
Eggers - Há cinco anos, eu era diretor da empresa, e hoje sou presidente, só isso que mudou. Na verdade, a presidência foi criada quando a Fruki deixou de ser uma companhia limitada e passou a ser uma sociedade anônima. Fizemos esta opção por uma questão de governança corporativa. Se somarmos todos os sócios, somos 21, todos da família. Por isso, formamos quatro holdings, para perenizar a empresa e evitar conflitos.
Empresas & Negócios - Quais são os planos futuros da Fruki?
Eggers - Não devemos passar por ampliações tão cedo. A capacidade instalada hoje é de 300 milhões de litros e está suficiente, já que só no verão operamos a pleno: são sete linhas de produção e duas funcionam em três turnos nesta época. Também começamos há algumas semanas uma campanha de valorização da garrafa de vidro. Na Estrada do Mar, já temos um painel grande avisando que há guaraná Fruki na garrafa de vidro. O produto fica melhor, embora a logística seja complicada.
Empresas & Negócios - A Fruki costuma ser conservadora no lançamento de produtos. Por que?
Eggers - Nós não lançamos muitas novidades. As estatísticas dizem que, de cada 10 produtos lançados no mercado, nove fracassam. Por isso, a gente prefere demorar um pouco mais, pesquisar um pouco mais. A novidade é que neste ano vamos lançar uma linha de sucos, mas ainda sem previsão. Estamos trabalhando no desenvolvimento dos produtos.
Empresas & Negócios - Entre as novidades da empresa está uma parceria com a cervejaria Dado Bier. Como funciona este acordo?
Eggers - Fechamos em novembro do ano passado uma parceria de distribuição com a cervejaria. Nós compramos a bebida da fábrica e a revendemos. Usamos a nossa estrutura logística e distribuímos a cerveja para todos os nossos clientes, com exceção das grandes redes como Zaffari, Walmart e Carrefour, que seguem com o antigo representante. Foi um negócio bom para eles, que puderam deixar o assunto em nossas mãos. E foi muito bom para nós, já que completou a nossa linha de refrigerantes e água.
Empresas & Negócios - Essa parceria pode evoluir para uma fusão ou aquisição?
Eggers - Por enquanto não. É basicamente um negócio comercial, e não há nada nesse sentido.
Empresas & Negócios - A Fruki pretende estar na mesa de outros estados?
Eggers - Temos o sonho de nos expandirmos para fora do Rio Grande do Sul, mas não temos o projeto. Precisamos conquistar mais mercado aqui. E já temos trabalho suficiente: visitamos 6 mil clientes todos os dias, são 30 mil ao todo.
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