Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Fórum Social Mundial

- Publicada em 11 de Fevereiro de 2015 às 00:00

Fórum Social Mundial volta ao continente africano em março


CIÉTE SILVÉRIO /DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
O Fórum Social Mundial (FSM) prepara mais uma edição para o mês de março. O evento será na cidade de Túnis, capital da Tunísia, entre os dias 24 e 28. A decisão de retornar ao país em 2015 foi tomada em novembro do ano passado, em um encontro realizado no Marrocos, e surge como resposta ao desejo dos movimentos sociais das regiões Norte e Nordeste da África, além de grupos estrangeiros, de valorizar e situar estes países no centro de discussões internacionais.
O Fórum Social Mundial (FSM) prepara mais uma edição para o mês de março. O evento será na cidade de Túnis, capital da Tunísia, entre os dias 24 e 28. A decisão de retornar ao país em 2015 foi tomada em novembro do ano passado, em um encontro realizado no Marrocos, e surge como resposta ao desejo dos movimentos sociais das regiões Norte e Nordeste da África, além de grupos estrangeiros, de valorizar e situar estes países no centro de discussões internacionais.
O cenário de violação aos direitos humanos e a falta de perspectiva de crescimento profissional às novas gerações preocupa as organizações envolvidas na realização do Fórum, motivo que sustenta a intenção de centralizar os debates neste continente, como uma maneira de chamar a atenção para a falta de avanços políticos e sociais mesmo após os episódios conhecidos como Primavera Árabe.
Para antecipar os debates do evento na África, um seminário foi realizado em janeiro, em Salvador, reunindo movimentos populares tradicionais e os novos participantes destes espaços, como os representados nas jornadas de junho de 2013. As 130 organizações presentes no evento dialogaram sobre alguns temas principais, conforme explica Damien Hazard, coordenador da ONG Vida Brasil e diretor executivo da Associação Brasileira de ONGs (Abong), uma das realizadoras do seminário.
Um dos tópicos deliberados no encontro representa uma avaliação dos 14 anos de encontros já realizados, nos quais se identificam experiências positivas e outras nem tanto. “Nos últimos anos, vários filhos do fórum conseguiram acessar o poder através das urnas e implantaram políticas públicas a partir de experiências do FSM”, comenta Hazard. Contudo, o diretor lamenta que “o contexto de diminuição da pobreza e melhor distribuição de renda não representa a redução da extrema riqueza e das desigualdades sociais”.
Sobre a realização do encontro no atual cenário, em que os participantes apontam a crise do modelo de gestão capitalista, o desafio é propor alternativas de desenvolvimento. “O mundo mudou e precisamos saber se o fórum é capaz de acompanhar essa mudança”, destaca, ao apresentar outro tema discutido no seminário, com a sugestão de repensar a relação que os movimentos do fórum têm com os governos e outros atores sociais que não participam diretamente dos debates.
Para o futuro, Hazard projeta a realização de alianças com movimentos menores, de abrangência regionalizada, bem como os representados por jovens e seus novos interesses, tendência refletida em outros países que também estão se preparando para a atividade global de março. Para tratar destes assuntos no fórum deste ano, o coletivo que representará o Brasil na Tunísia está planejando atividades que possam incluir também os participantes que não estarão presentes, considerando o caráter inclusivo do Fórum, através de oficinas interativas pela internet.

Participação sustenta a realização do evento

Um dos idealizadores e principais referências do Fórum Social Mundial, Oded Grajew acredita que o evento contribuiu, nos primeiros anos deste século, para uma mudança dos quadros políticos na América Latina, que no passado não dedicavam a mesma atenção a questões sociais como hoje. “Houve uma mudança cultural de prioridades. O que nós queremos com o fórum é que haja um aprofundamento da democracia, tanto em nível local quanto global.”
Israelense naturalizado brasileiro, o empresário identifica que o evento deste ano se insere dentro de um contexto em que a economia leva à destruição do planeta e do ser humano. “Muita gente diz que para mudar o modelo de desenvolvimento tem que acontecer um grande desastre. O que o fórum está tentando fazer é com que não se precise chegar ao fundo do poço”, aponta.
A partir de agora, o foco das discussões deve ser, no entendimento de Grajew, viabilizar que o poder político esteja a serviço do social, e não da economia. Ele identifica que várias medidas já estão sendo tomadas, como por exemplo, o debate sobre a reforma política no Brasil. “A democracia plena com a participação da sociedade tem sido o principal motivo que sustenta a realização do FSM”, conclui.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO