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CARNAVAL

- Publicada em 07 de Janeiro de 2015 às 00:00

Onze anos depois, Porto Seco segue inacabado


JOEL VARGAS/PMPA/Divulgação/JC
Jornal do Comércio
“Após o Carnaval será aberta licitação para construir os barracões e terminar o projeto das arquibancadas para que, em 2005, o complexo esteja pronto.” Essa frase foi dita no dia 14 de fevereiro de 2004, pelo então titular da Secretaria de Obras e Viação do município, Guilherme Barbosa, sobre o Complexo Cultural do Porto Seco, em seu primeiro ano de funcionamento. Poucos meses antes da promessa completar 11 anos, o prefeito da Capital, José Fortunati, garante que a conclusão do sambódromo não foi esquecida. Segundo ele, após mais de uma década, o projeto finalmente está sendo concluído.
“Após o Carnaval será aberta licitação para construir os barracões e terminar o projeto das arquibancadas para que, em 2005, o complexo esteja pronto.” Essa frase foi dita no dia 14 de fevereiro de 2004, pelo então titular da Secretaria de Obras e Viação do município, Guilherme Barbosa, sobre o Complexo Cultural do Porto Seco, em seu primeiro ano de funcionamento. Poucos meses antes da promessa completar 11 anos, o prefeito da Capital, José Fortunati, garante que a conclusão do sambódromo não foi esquecida. Segundo ele, após mais de uma década, o projeto finalmente está sendo concluído.
“Estamos discutindo com os bombeiros sobre o Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) do local, pois nunca foi feito esse tipo de adaptação para um sambódromo. Os próprios bombeiros tiveram dificuldade de determinar as regras específicas”, explica Fortunati. Segundo ele, após a finalização do projeto, a administração começará a trabalhar na elaboração do edital de licitação da obra. “No próximo ano, isso deve ser feito, mas precisaremos buscar recursos. O projeto tem custo de R$ 35 milhões”, revela.
A ideia de construir um espaço adequado para o Carnaval de Porto Alegre nasceu em 1992. O local escolhido, inicialmente, foi o Parque Marinha do Brasil. De acordo com a prefeitura, não houve restrições dos tradicionalistas (o local seria usado também para os desfiles de 20 de Setembro), mas teve a oposição de pessoas contrárias à obra, que inclusive acionaram a Justiça para impedir a construção.
Outra possibilidade estudada foi o bairro Humaitá, onde também foi encontrada resistência por parte de alguns moradores. A administração, após longo tempo de procura, decidiu construir o sambódromo no Porto Seco.
Em 2004, o então secretário municipal da Cultura, Vitor Ortiz, disse que o próximo objetivo era a conclusão, no ano seguinte, das arquibancadas fixas com 30 mil lugares e 15 barracões. Esses últimos foram construídos e servem para a confecção das alegorias das escolas. Entretanto, até hoje, estruturas temporárias são montadas na pista de desfile. A cada governo municipal, a data de construção é postergada. O prefeito Fortunati também já prometeu o feito, logo após o carnaval de 2012. Vale lembrar que, desde 2006, o complexo é considerado Patrimônio Histórico, Cultural e Turístico do Estado do Rio Grande do Sul. Além de qualificar o espaço, a finalização do projeto representa mais segurança para a comunidade da região. Após o Carnaval, o local fica abandonado e acaba sendo depredado.
Em junho de 2013, a prefeitura chegou a apresentar o esboço das melhorias para os presidentes das escolas. A obra corresponde a 42.159,5 metros quadrados de área construída, com capacidade para 23.688 espectadores, cadeiras numeradas e arquibancadas, além de 80 camarotes. Atualmente, a capacidade de público é de 13 mil pessoas. O projeto também prevê infraestrutura no entorno como urbanização, iluminação especial e sanitários. De acordo com a prefeitura, as adaptações permitem que o local receba grandes shows utilizando o espaço do recuo da bateria para o palco e a arquibancada principal e pista, com capacidade para oito mil pessoas. Também está previsto estacionamento para 2,2 mil carros e 80 ônibus dentro da área do empreendimento.
Para o presidente da Associação das Entidades Carnavalescas (Aecpars), Victor Hugo Amaro, a conclusão do complexo é um problema a ser resolvido. “Esperamos que em 2015 a construção comece. Esse é o desejo tanto dos carnavalescos quanto da comunidade do entorno. Queremos que o equipamento seja entregue por completo para que exista vida cultural na área durante todo o ano. Isso será positivo para todos, pois evitará os problemas existentes hoje de falta de segurança devido ao local ficar abandonado”, considera.

Barracões terão planos de proteção contra incêndio individuais

Um dos principais problemas envolvendo a prefeitura de Porto Alegre e o Corpo de Bombeiros é a conturbada renovação do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI) no Complexo do Porto Seco. Curiosamente, este ano, tudo se encaminha para um final feliz, sem atrasos e com um planejamento bem organizado para os desfiles do Carnaval, algo não muito corriqueiro quando se trata da organização da maior festa popular porto-alegrense.
Ontem, o tenente-coronel Adriano Krukoski Ferreira, comandante do 1º Comando Regional de Bombeiros, esteve reunido com a Secretaria Municipal da Cultura e o profissional responsável pelo projeto para agilizar a renovação do plano, que vence no próximo dia 10 de fevereiro. A partir deste ano, o processo de reativação do PPCI será mais facilitado, já que os barracões localizados na zona Norte da Capital foram divididos em dois, separando as escolas. “Isso facilita muito o nosso trabalho. Caso um não se adeque, ele é interditado, possibilitando que os outros continuem trabalhando. Anteriormente, a não compartimentação proibia essa divisão”, explica Krukoski. As paredes que dividem os espaços devem ter uma espessura de 25cm, feitas a partir de tijolos maciços ou blocos de concreto devidamente atestados pelo Inmetro, comprovando resistência a duas ou quatro horas de fogo. 
Krukoski conta que os problemas quanto à renovação sempre ocorreram, pois a validade do documento ocorre às vésperas do evento. O coronel destaca ainda que o alvará vinha sofrendo atrasos por aproximadamente 15 anos, pois havia um problema de compartimentação, que isentava alguns sistemas. Porém, em 2013, o plano foi totalmente adequado, e o PPCI liberado no dia 10 de fevereiro daquele ano, com validade de 365 dias. Os bombeiros analisam a parte hidráulica, saídas de emergência, extintores e alarmes de incêndio, para, então, liberar a documentação.
Sobre a pista, onde são realizados os desfiles, Krukoski elucida que, por ser um acontecimento temporário, o plano não tem relação nenhuma com os barracões. “Todo ano, a prefeitura entra com um novo PPCI, só pelo período em que ocorre o Carnaval, e recebe o alvará dos bombeiros para o funcionamento a partir da muamba até o desfile das campeãs”, conclui.
Conforme a coordenadora-adjunta das Manifestações Populares da Secretaria Municipal da Cultura, Maria Antônia Brasil, o pedido do PCCI das estruturas externas aos barracões só pode ser feito quando elas começarem a ser montadas, o que deve ocorrer neste mês. “A partir de agora, as escolas são responsáveis pelo PPCI de cada um dos barracões. Nós colocamos tudo o que era necessário e elas devem repor os itens, como os extintores de incêndio. As associações que as representam já estão providenciando isso”, explica.

Associação espera que problemas não atrapalhem a festa

Victor Hugo Amaro diz que a administração municipal ainda precisa realizar algumas reformas na estrutura do complexo. “Exigimos que a prefeitura nos entregue os locais em boas condições, pois alguns barracões apresentam rachaduras e problemas nas telhas”, explica o presidente da Aecpars.
Mesmo com a necessidade destes reparos, ele se mostra otimista. “Acredito que neste ano não teremos problemas como nos outros anos. Já tivemos uma conversa com a Brigada Militar e parece que as questões vêm sendo resolvidas com antecedência”, relata.
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