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VAREJO

- Publicada em 14 de Novembro de 2014 às 00:00

‘Dá para ser nacional permanecendo no Estado’


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Jornal do Comércio
Entre as maiores empresas de varejo do País, com 18 mil funcionários, a Lojas Renner permanece em Porto Alegre, tocando, da Capital, negócios em todo o Brasil. “É possível pensar em nível nacional, mesmo estando no Rio Grande do Sul”, garante o presidente do grupo, José Galló, que comemora a estreia da 239ª loja da rede no País, dessa vez localizada em Roraima. Com a unidade, a Renner passa a ter abrangência em todos os estados brasileiros. No final de outubro, o grupo abriu as portas de sua loja 100% sustentável, resultado de investimento de R$ 9 milhões em 4 mil m2, localizada no Riomar Shopping Fortaleza, na capital cearense, e concluiu a construção de dois centros de distribuição. O primeiro, já está em funcionamento no Rio de Janeiro, enquanto o segundo, em Santa Catarina, deve ser inaugurado em meados do ano que vem. Ambas estruturas têm mais de 50 mil m2 e representaram injeção de R$ 100 milhões cada.
Entre as maiores empresas de varejo do País, com 18 mil funcionários, a Lojas Renner permanece em Porto Alegre, tocando, da Capital, negócios em todo o Brasil. “É possível pensar em nível nacional, mesmo estando no Rio Grande do Sul”, garante o presidente do grupo, José Galló, que comemora a estreia da 239ª loja da rede no País, dessa vez localizada em Roraima. Com a unidade, a Renner passa a ter abrangência em todos os estados brasileiros. No final de outubro, o grupo abriu as portas de sua loja 100% sustentável, resultado de investimento de R$ 9 milhões em 4 mil m2, localizada no Riomar Shopping Fortaleza, na capital cearense, e concluiu a construção de dois centros de distribuição. O primeiro, já está em funcionamento no Rio de Janeiro, enquanto o segundo, em Santa Catarina, deve ser inaugurado em meados do ano que vem. Ambas estruturas têm mais de 50 mil m2 e representaram injeção de R$ 100 milhões cada.
Atualmente, a Renner possui 236 lojas no Brasil. Outras duas marcas do grupo, a Camicado e a Youcom, têm 58 e 23 unidades, respectivamente, espalhadas pelo território nacional. O grupo planeja chegar em 2021 somando 408 Lojas Renner, 125 Camicado e 300 Youcom, inaugurando, em média, 30 unidades por ano. No terceiro semestre de 2014, a rede faturou R$ 1 bilhão. Em 2013, o desempenho foi de R$ 3,9 bilhões (receita líquida de mercadorias, sem contar os produtos financeiros). Somente no Sudeste, a empresa está com 118 lojas, sendo 71 no estado de São Paulo. No Rio Grande do Sul, onde atua com 26 lojas, o market share da varejista gaúcha é de 10% no segmento de vestuário, nos mercados onde atua.
 
Jornal do Comércio - Quais as expectativas do grupo Renner para o próximo ano, considerando que ainda não se sabe quais os rumos que a economia do Brasil irá tomar, e, ao mesmo tempo, avaliando o cenário internacional?
José Galló - Entendemos que será um ano de uma certa dificuldade, uma vez que estamos, no Brasil, com PIB próximo de zero (com perspectiva de que passe para 1% em 2015). Além disso, a confiança do consumidor está bastante baixa. Então, será um ano trabalhoso e certamente o que vai contar será oferecer diferencial para os consumidores. Quem fizer igual ou pior que a concorrência, ficará para trás.  
JC – Em um cenário onde a economia está crescendo de forma muito lenta, como manter a competitividade no setor permanecendo entre as grandes redes de varejo?
Galló - Houve um momento muito favorável para o varejo que foi de 2004 até 2011, onde todos se saíram bem no mercado. Agora, com a desaceleração da economia, as empresas que não tiverem diferenciais competitivos, e tão pouco derem (da melhor forma) ao consumidor o que ele quer, irão, infelizmente, desaparecer. Quando se tem intenção de compra menor, se tem também um cliente mais seletivo, que irá procurar a melhor oferta. Então, quem não apresentar a melhor oferta vai sair do mercado. Por isso, nosso esforço diário é trabalhar 24 horas para ter a melhor coleção, o melhor visual de lojas, a melhor prestação de serviços dentro das unidades, e um absoluto controle de despesas.
JC - A Renner tem trabalhado uma mudança de conceito, passando a atuar não mais como loja de departamento, e sim com operação de fast fashion. De que forma isso se reflete no dia a dia da empresa?
Galló - Atualmente, o fast fashion é a forma de operação que mais cresce no Brasil e no mundo. Isso significa que é preciso ter uma reatividade muito grande, tem que se perceber o que o cliente quer e entregar no menor tempo possível. E este é um desafio de todos, em níveis interno e externo: tem que desenvolver a coleção rapidamente, buscar retorno ágil dos fornecedores, e ter logística cada vez mais eficiente.
JC - Quais as metas e objetivos da Renner para 2015?
Galló - Uma coisa que todo ano se renova na empresa, quando se prepara os orçamentos, é o planejamento para reduzir despesas. Porque sempre há uma forma de ser mais eficiente neste sentido. Atualmente, estamos implementando um Centro de Serviços Compartilhados, que visa reunir as operações feitas em diversos lugares da empresa em um só espaço, de forma mais produtiva, e, com isso, reduzindo os custos. Este é um exemplo. Mas nossas ações incluem desde pequenos detalhes, como o uso de lâmpadas led, que consomem menos energia, até o ajuste de número certo de pessoas para o atendimento (nem mais, nem menos). E funciona bem, a ponto de, nos últimos 20 anos, a Renner nunca ter demitido alguém por redução de custos. Só aumentamos a estrutura, quando sentimos que faz sentido. Somos muito cuidadosos com isso. 
JC - Quando será inaugurado o Centro de Serviços Compartilhados e qual será o papel desta estrutura nos planos da empresa?
Galló - A previsão é de que o prédio seja inaugurado no segundo semestre de 2015. Terá cinco andares, em uma área de 25 mil m2, no Jardim Carvalho, em Porto Alegre (ao lado da administração, localizada em área de 14 mil m2). Somente esta estrutura vai gerar 400 novos empregos, e o principal objetivo é dar suporte para a execução de todos os planos traçados para o futuro da Renner.
JC - Como funciona o processo de importação de produtos do mix da empresa e que volume representam estes itens?
Galló - Atualmente, importamos cerca de 25% a 30% das nossas coleções da Renner – mas também nossa loja de decoração (Camicado) vende muita coisa importada. Por isso, temos um escritório na China para garantir a qualidade dos produtos e acompanhar a execução dos fornecedores, a fim de garantir eficiência na agilidade. Além disso, apesar de hoje em dia ser possível ver todas as vitrines do mundo pela internet (em sites especializados), continuamos enviando colaboradores para determinados mercados internacionais, para acompanhar de perto o que se vende ou não por lá. Enfim, se você quer ter uma competitividade mundial, você tem que ter uma participação mundial – não pode ficar isolado.
JC -  Como avalia a influência da carga tributária nas importações do varejo?
Galló - As importações do varejo brasileiro movimentam US$ 2,9 bilhões, ficando em desvantagem quando comparados os gastos de brasileiros com cartões de crédito no exterior, que em 2013 foram de US$ 23 bilhões – sendo que 35% deste montante eram roupas. Ou seja, foram mais de US$ 7 bilhões de mercadorias do segmento de vestuário que entraram via aeroportos do País no ano passado, o que comprova que não se revoga a lei da oferta e da procura. Então, para se regularizar isso, é preciso reduzir a carga tributária. Não tem outro jeito.

Receita do segmento de varejo apresenta crescimento de 3,7% em outubro, diz Cielo

A receita das vendas do comércio varejista encerrou outubro mostrando uma expansão de 3,7% na comparação com setembro, descontada a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e 10,1%, em termos nominais. É o que mostra o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), divulgado nesta quinta-feira.
De acordo com o gerente da área de inteligência da Cielo, Gabriel Mariotto, as vendas de outubro foram afetadas positivamente pelo calendário, que teve uma sexta-feira a mais e uma terça-feira a menos.
“E o movimento do varejo em uma sexta-feira é cerca 20% maior que em uma terça-feira. Além disso, o feriado de 12 de outubro, que em 2013 caiu em um sábado - dia de grande movimento para o comércio -, neste ano ocorreu em um domingo”, disse Mariotto. Para ele, se não fossem esses efeitos, o ICVA teria apontado crescimento de 2,1% nas recentes vendas, descontada a inflação.
Para a economista da Tendências Consultoria Integrada Mariana Oliveira, o ICVA de outubro mostra estabilidade e está em linha com o fraco desempenho do varejo. Ainda assim, ela destaca a melhora no mercado de crédito em outubro comparativamente a agosto e setembro por conta da melhora no prazo dos pagamentos dos empréstimos consignados e da adoção de medidas macroprudenciais para veículos.
Contudo, de acordo com Mariana, a retomada do aperto monetário no fim de outubro - o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual para 11,25% ao ano - deve se tornar um fator limitante para o varejo nos próximos meses.
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