Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

CIÊNCIA

- Publicada em 06 de Novembro de 2014 às 00:00

‘Peixe lagarto’ foi da terra para o mar, diz estudo


Jornal do Comércio
Um grupo de cientistas encontrou na China o primeiro fóssil de um ictiossauro anfíbio. Os ictiossauros - palavra derivada do grego que significa “peixe lagarto” - eram répteis pré-históricos aquáticos que tinham ancestrais terrestres, mas até hoje não havia fósseis que demonstrassem sua transição da terra para o mar. A descoberta, publicada na edição desta quarta-feira, 5, da revista Nature, preencheu essa lacuna evolutiva.
Um grupo de cientistas encontrou na China o primeiro fóssil de um ictiossauro anfíbio. Os ictiossauros - palavra derivada do grego que significa “peixe lagarto” - eram répteis pré-históricos aquáticos que tinham ancestrais terrestres, mas até hoje não havia fósseis que demonstrassem sua transição da terra para o mar. A descoberta, publicada na edição desta quarta-feira, 5, da revista Nature, preencheu essa lacuna evolutiva.
De acordo com o autor principal do artigo, Ryosuke Motani, da Universidade da Califórnia em Davis (Estados Unidos), o novo fóssil, de 45 centímetros, é do período triássico e tem cerca de 248 milhões de anos. A criatura foi batizada de Cartorhynchus lenticarpus.
“Alguns criacionistas questionavam a Teoria da Evolução com base no fato de não existir prova concreta da ligação entre os répteis terrestres e os ictiossauros. Agora temos essa prova incontestável”, disse Motani.
O novo fóssil, descoberto na província chinesa de Anhui, tinha nadadeiras excepcionalmente grandes e flexíveis, que não eram encontradas nos ictiossauros já conhecidos, adaptados exclusivamente à vida aquática. “Essas nadadeiras, aliadas a punhos flexíveis, provavelmente permitiam que eles se movimentassem em terra firme, rastejando de uma maneira semelhante à das focas”, disse.
A maioria dos ictiossauros, segundo Motani, tinha focinhos longos, parecidos com os bicos dos golfinhos. O ictiossauro anfíbio, no entanto, tinha um focinho curto como os dos répteis terrestres. O novo réptil tinha também um corpo com ossos mais grossos que os seus descendentes aquáticos.
“Provavelmente, a maior parte dos répteis que migraram da terra para o mar tinha ossos mais pesados que os dos répteis marinhos. Essa ossatura mais robusta permitia que eles nadassem para ultrapassar as fortes ondas do litoral.”

Clima global

As implicações do estudo vão além da Teoria da Evolução, de acordo com Motani. O ictiossauro anfíbio viveu cerca de 4 milhões de anos depois da mais avassaladora extinção em massa da história da Terra, ocorrida há 252 milhões de anos, entre o período permiano e o triássico.
Naquele período, foram extintas cerca de 95% das espécies marinhas e 70% das espécies terrestres do planeta. De acordo com Motani, a ciência tem grande interesse em saber quanto tempo os animais e plantas levaram para se recuperar depois da destruição - e quais estratégias usaram.
“Aquela grande extinção em massa foi causada por um processo de aquecimento global análogo ao que ocorre hoje. Naquele contexto, muitas espécies foram extintas, mas surgiram outras, como esses ictiossauros anfíbios. Agora, temos um ponto de partida para saber quais fatores climáticos e geográficos levaram esses répteis para o mar”, afirmou.
A principal hipótese para explicar a invasão do mar pelos répteis, segundo ele, é um aumento na competição por alimento, que provavelmente era menor no mar do que nas terras adjacentes.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO