Em abril do ano passado, o governador Tarso Genro anunciou que o Presídio Central de Porto Alegre seria desativado até o final de 2014. A transferência dos presos já começou, mas apenas 520 foram levados para a Penitenciária Modulada de Montenegro, e o ingresso de novos detentos continua. Mesmo com o não cumprimento do prazo, a Associação Comunitária do Campo da Tuca assina neste sábado um termo com o governo do Estado para garantir que a área do Central, de cerca de dez hectares, não seja vendida para a inciativa privada. A intenção é criar um espaço de lazer para a comunidade.
Antonio Matos, presidente da associação, explica que a discussão teve início em 1995, mas o plano de desativação não foi levado adiante. “Sou morador do bairro Partenon há 56 anos, e é fácil observar que temos muitos problemas de infraestrutura urbana, principalmente a falta de praças e espaços de lazer. A data em que o presídio será desativado não é um assunto que nos compete, mas queremos garantir que o local será utilizado para a comunidade”, explica.
A assinatura do documento vai ser feita durante um seminário na Academia da Brigada Militar. No evento, os moradores debaterão que tipo de área de lazer deverá ser criada.
A assessoria da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) afirma que não existe nova previsão para a desativação do Central, mas a intenção é chegar até o final deste ano com dois mil presos no local, que é a capacidade do presídio. Atualmente, a penitenciária abriga cerca de quatro mil detentos.
A demolição deve começar pelos pavilhões C e D, mas ainda não está decido se algumas galerias mais conservadas serão mantidas. Existe até a ideia de transformá-las em uma cadeia pública, apenas para presos provisórios da Capital, possibilidade esta que inviabilizaria o projeto dos moradores do Partenon.