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SAÚDE

- Publicada em 15 de Agosto de 2014 às 00:00

Capital se adapta para lidar com suspeitas de ebola


JONATHAN HECKLER/JC
Jornal do Comércio
A Organização Mundial de Saúde (OMS) notificou, de março a agosto deste ano, 1.975 casos de ebola. Desses pacientes, 1.069 vieram a óbito. Até hoje, é o maior surto da doença, cujo principal sintoma é febre alta, e também o primeiro que ocorre na África Ocidental, afetando moradores na Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria. O alto número de casos que acabaram em morte despertou um temor mundial. Mesmo que seja improvável que a doença se alastre para além do continente africano, os centros de saúde já se preparam para lidar com possíveis suspeitas de contaminação.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) notificou, de março a agosto deste ano, 1.975 casos de ebola. Desses pacientes, 1.069 vieram a óbito. Até hoje, é o maior surto da doença, cujo principal sintoma é febre alta, e também o primeiro que ocorre na África Ocidental, afetando moradores na Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria. O alto número de casos que acabaram em morte despertou um temor mundial. Mesmo que seja improvável que a doença se alastre para além do continente africano, os centros de saúde já se preparam para lidar com possíveis suspeitas de contaminação.

É o caso do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC), em Porto Alegre. Maior complexo hospitalar da região Sul do País, o Conceição foi escolhido pelo Ministério da Saúde como hospital referência no tratamento do vírus ebola no Rio Grande do Sul. Para a médica sanitarista do Centro Estadual de Vigilância em Saúde Marilina Bercini, o Estado precisa estar preparado caso algum viajante que tenha tido contato com pessoas contaminadas no continente africano passe por aqui. No entanto, a probabilidade de contágio em massa é muito pequena. Considerando esse cenário, foi decidido que a preparação de um hospital seria suficiente. “Procurou-se um hospital grande, que tivesse área de contenção de infectologias. Além disso, o HNSC já tem experiência no tratamento de doenças infecciosas, como a influenza e o H1N1”, pondera. 

O médico infectologista e chefe do sistema de controle de infecção do HNSC, Renato Cassol, explica que o hospital vem sendo preparado gradualmente para receber possíveis casos de suspeita. Apesar de ainda não haver previsão de conclusão dos preparativos, a unidade hospitalar já possui equipamentos de proteção individual (EPIs), remanescentes do período em que Porto Alegre foi sede da Copa do Mundo. “Com um centro de experiência em doenças infecciosas, uma equipe qualificada e EPIs completos, um possível caso de contaminação não criaria pânico, pois estaríamos prontos para atender o paciente”, esclarece. O hospital ainda aguarda a chegada de mais equipamentos a serem fornecidos e vendidos pelo Ministério da Saúde.

De acordo com o médico, a possibilidade de o ebola chegar ao Rio Grande do Sul é praticamente zero. Entretanto, organizar um atendimento adequado para uma doença contagiosa leva tempo. O quarto de isolamento disponibilizado pelo HNSC vem sendo preparado há pelo menos sete dias e ainda não está finalizado. Devido à constante superlotação do hospital, apenas um quarto ficará ocioso para possíveis registros de suspeita da doença. “Deixar um quarto livre já faz diferença para a população que precisa de cuidados médicos. Mais de um não faria sentido”, afirma Cassol.

O professor de infectologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), que também atua no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) Luciano Goldani reitera a importância de haver um hospital preparado para receber possíveis casos. “Mesmo que a possibilidade seja remota, se alguém ficar doente no País, tem que haver uma alternativa imediata de tratamento”, afirma. “Pacientes com doenças infecciosas não podem ser tratados da mesma maneira que outros. Esse tipo de enfermidade requer um preparo específico dos médicos e equipes de enfermagem.” O risco maior seria, inclusive, para os profissionais da saúde, que precisam estar em contato muito próximo aos pacientes. 


O Ministério da Saúde escolheu o Grupo Hospitalar Conceição como referência também porque ele atende exclusivamente pacientes vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS), além de possuir profissionais especializados no atendimento a vítimas de desastres naturais, calamidades públicas ou situações de risco epidemiológico que exijam resposta rápida.

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