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- Publicada em 07 de Janeiro de 2010 às 00:00

Cesa tem dívidas que beiram os R$ 200 milhões


Jornal do Comércio
Com dívidas que remontam à década de 1970 e que beiram os R$ 200 milhões, a Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) trava uma batalha diária para se manter em pé e agora inicia um processo de reestruturação. O primeiro passo foi a retomada do credenciamento junto à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), suspenso por dois anos em função de dívidas da companhia com a União. O impasse é considerado como um dos principais entraves para a capitalização da companhia, que alcança um faturamento de R$ 1 milhão ao mês, contra os R$ 3 milhões obtidos antes do embargo.

Com dívidas que remontam à década de 1970 e que beiram os R$ 200 milhões, a Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa) trava uma batalha diária para se manter em pé e agora inicia um processo de reestruturação. O primeiro passo foi a retomada do credenciamento junto à Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), suspenso por dois anos em função de dívidas da companhia com a União. O impasse é considerado como um dos principais entraves para a capitalização da companhia, que alcança um faturamento de R$ 1 milhão ao mês, contra os R$ 3 milhões obtidos antes do embargo.

"Estamos credenciados provisoriamente, pois repactuamos a dívida com o governo federal", afirma o presidente da Cesa, Juvir Mattuella. Com isso será possível incrementar em até 100% os estoques, dobrando o faturamento atual. Com a retomada, passam a ser viáveis operações do governo como PEP e AGF, facilitando a manutenção dos estoques reguladores.

Conforme dados do Sindicato dos Auxiliares de Administração de Armazéns Gerais do Rio Grande do Sul (Sagers), a capacidade total de armazenagem chega a 617 mil toneladas, sendo que no momento apenas 22% do espaço dos silos está ocupado, ou seja, com cerca de 135 mil toneladas. A Cesa atua com 22 unidades no Estado, sendo 20 para armazenagem de grãos como trigo, cevada e arroz, e dois frigoríficos para estoque de frutas e carnes. O público-alvo é formando por pequenos e médios produtores, que no ano passado estocaram 210 mil toneladas nos armazéns da companhia. O quadro de funcionários é composto por 110 pessoas, além dos safristas que são contratados sazonalmente. A folha de pagamento sai de recursos da própria Cesa.

Em março de 2008, quando assumiu a presidência da companhia, Mattuella repactuou dívidas com diversas prefeituras do Estado, e calcula que com isso conseguiu a redução de R$ 15 milhões do montante devido. "Para o governo federal devíamos vários mpostos como INSS, FGTS, Imposto de Renda, PIS e Cofins", informa. Além de renegociar as dívidas, o presidente diz que está buscando resolver a questão financeira da Cesa através do corte de despesas, que já chegaram a 20% desde o início de seu mandato. "Estamos trabalhando com reaproveitamento de pessoal, através de contratos emergenciais", explica.

O presidente destaca o processo de recuperação dos terminais hidroviários de Rio Grande, com vistas a diminuir a dificuldade de armazenagem do arroz. Para tal foi investido R$ 1,2 milhão, além de outros aportes para manutenção e melhorias das unidades armazenadoras. "Tudo foi feito com recursos da própria companhia", ressalta.

Parte do faturamento da Cesa provém das taxas pagas pelos produtores para manter seus produtos estocados nos silos da companhia: valores específicos para recebimento dos grãos, que dependem do teor de pureza e de umidade, outra taxa de estocagem e uma para expedição, que no caso do arroz e do trigo podem ser pagas em espécie. Recentemente, a Secretaria da Agricultura pediu a verificação dos estoques físicos para identificar o quanto a companhia ainda é viável. O resultado das auditorias será conhecido na próxima semana.

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