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copa 2014

- Publicada em 14 de Julho de 2014 às 00:00

Alemanha vira Tetra com louvor no fim da Copa


ODD ANDERSEN/AFP/JC
Jornal do Comércio
Foi um jogo de paciência no estádio do Maracanã. A Alemanha soube esperar o momento certo para dar o golpe mortal na Argentina, com gol de Mario Götze, o “menino de ouro” alemão, para conquistar o tetracampeonato da Copa do Mundo, ontem, no Rio de Janeiro. Em um duelo equilibrado, os europeus impuseram o seu estilo de jogo desde o início, diante da retranca montada pelo técnico Alejandro Sabella, e precisaram de 112 minutos para confirmar o favoritismo e fazer 1 a 0. A vitória alemã contou com o apoio brasileiro no Maracanã, que teve a dor das derrotas amenizada com a queda do maior rival na sua casa.

Foi um jogo de paciência no estádio do Maracanã. A Alemanha soube esperar o momento certo para dar o golpe mortal na Argentina, com gol de Mario Götze, o “menino de ouro” alemão, para conquistar o tetracampeonato da Copa do Mundo, ontem, no Rio de Janeiro. Em um duelo equilibrado, os europeus impuseram o seu estilo de jogo desde o início, diante da retranca montada pelo técnico Alejandro Sabella, e precisaram de 112 minutos para confirmar o favoritismo e fazer 1 a 0. A vitória alemã contou com o apoio brasileiro no Maracanã, que teve a dor das derrotas amenizada com a queda do maior rival na sua casa.

Depois de um duelo aguerrido e sem gols durante 90 minutos, a Alemanha buscou o gol salvador aos sete minutos do segundo tempo da prorrogação. André Schürrle disparou pela esquerda e cruzou na área para Götze, que dominou no peito e, de primeira, chutou para o fundo da rede, para alegria de alemães e choro dos torcedores argentinos no estádio.

Com o triunfo, a Alemanha desempatou os duelos contra a Argentina em finais de Copa, a decisão mais repetida da história. Em 1986, os sul-americanos levaram a melhor. Quatro anos depois, foi a vez dos europeus. Antes, a Alemanha havia sido campeã em 1954 e 1974.

Curiosamente, os alemães faturaram o tetra 24 anos depois da conquista do tricampeonato, assim como fizeram Brasil e Itália, outras duas seleções que têm quatro troféus - a seleção brasileira já soma cinco. A Copa de 2014 repetiu ainda as últimas duas edições, ao ser decidida na prorrogação.

A Alemanha contou com ampla torcida brasileira, mesmo depois do vexame que impôs à seleção nacional na semifinal. Mas, mesmo com o favoritismo adquirido na goleada de 7 a 1, teve dificuldade contra o bom e compacto time argentino, que não teve o machucado Di María. Para equilibrar, a Alemanha perdeu Khedira antes do apito inicial. Ele se machucou durante o aquecimento.

Equilíbrio marcou o jogo decisivo no Maracanã

A final da Copa do Mundo no Brasil teve início previsível, com ambos os times se estudando, cautelosos. Considerada a favorita ao título, a Alemanha tratou logo de impor seu toque de bola, enquanto que a Argentina postou suas duas linhas de quatro jogadores na defesa, estabelecendo a retranca.

A estratégia favoreceu inicialmente a equipe de Sabella, eficiente na defesa, como nos últimos três jogos. Recuada, saiu em velocidade no contra-ataque. E, assim, criou as primeiras chances de gol, todas pela direita. Aos três minutos, Higuaín invadiu a área pela direita e bateu cruzado, com perigo. Messi, aos oito, também ameaçou na linha de fundo, assim como Zabaleta na sequência. 

Os hermanos seguiam levando maior perigo no ataque, apesar da postura mais defensiva. Aos 20, Higuaín recebeu livre, cara a cara com Neuer, após erro da defesa alemã, mas bateu mal, para fora, na melhor chance do jogo até então. Não foi o único susto sofrido pela Alemanha. Aos 29, Lavezzi cruzou da direita e Higuaín, em claro impedimento, mandou para a rede. O árbitro anulou o lance.

Aos 30 minutos, o técnico Joachim Löw precisou fazer uma mudança inesperada no time. Kramer, que entrara de última hora na vaga de Khedira, machucado durante o aquecimento, precisou deixar o campo. Ele levou forte pancada de de Garay na cabeça e caiu em campo, aparentemente desacordado. O meia até tentou ficar no jogo, mas não aguentou. Löw colocou Schürrle, aumentando o poder de fogo dos alemães.

Schürrle teve grande oportunidade para abrir o placar aos 36 minutos, que bateu forte e deu trabalho a Romero pela primeira vez na partida. A Alemanha, então, passou a atacar mais, aproveitando as brechas que começaram a surgir na defesa argentina, mais ofensiva no final da primeira etapa. Aos 46, os europeus tiveram a sua melhor chance em uma cabeçada de Höwedes, sem marcação dentro da área, na trave.

Preparo argentino caiu visivelmente na prorrogação

O jogo seguiu mais aberto no segundo tempo, principalmente por causa da postura mais ofensiva da Argentina, com Agüero no lugar de Lavezzi. Logo no primeiro minuto, Messi desperdiçou chance incrível ao avançar pela esquerda, entrar na área e bater rente à trave esquerda de Neuer.

Mas os avanços logo desaceleraram. Agüero, sem ritmo, não conseguia dar sequência às jogadas, e Messi acusava dores na coxa. Mais cansada, a Argentina afrouxou a marcação e a Alemanha passou a levar maior perigo. Aos 25, Schürrle tabelou com Müller dentro da área e perdeu oportunidade preciosa.

O cansaço logo atingiu também os alemães, que cometiam erros bobos no ataque. Em uma das jogadas mais incisivas, Kroos recebeu grande passe fora da área e encheu o pé, direto para fora. 

A dificuldade das duas equipes nas finalizações culminou na prorrogação, e oportunidades surgiam para ambos os lados, na medida em que o cansaço abatia os jogadores. Mais cansados, os argentinos apelaram para faltas mais violentas, com a complacência do árbitro italiano Nicola Rizzoli.

As faltas dominaram o primeiro tempo da prorrogação, e foram acrescidas da cadência argentina na segunda etapa, mais interessada nas cobranças de pênaltis. Até que, aos sete minutos, Schürrle fez o cruzamento preciso para Götze levar a Alemanha ao tão almejado tetracampeonato.

Título premia a boa campanha da seleção alemã no Brasil

O título coroa a boa campanha alemã na Copa, que teve início com uma retumbante goleada de 4 a 0 sobre Portugal do melhor do mundo, o atacante Cristiano Ronaldo. Depois de atuações temerosas contra Gana e Argélia, o técnico Joachim Löw soube ajustar o time para ganhar ainda mais consistência, deixando para trás seleções tradicionais como França e Brasil. Na final, foi a vez de superar a bicampeã Argentina.

O tetracampeonato também premia todo o planejamento da Alemanha, que estabeleceu em 2002 um vitorioso plano para renovar o futebol nacional. Os resultados culminaram na revelação de jogadores que passaram a atuar juntos desde a Copa de 2006. Naquele ano e em 2010, a seleção terminou em terceiro lugar, após o vice-campeonato de 2002. A busca pelo quarto título, enfim, teve um final feliz.

Alemanha 1 x 0 Argentina
Neuer; Lahm, Hummels, Boateng e Höwedes; Kramer (Schürrle), Schweinsteiger, Kroos e Özil (Mertesacker); Müller e Klose (Götze).
Técnico: Joachim Löw.
Romero; Zabaleta, Demichelis, Garay e Rojo; Mascherano, Biglia, Pérez (Gago) e Messi; Lavezzi (Agüero) e Higuaín (Palacio).
Técnico: Alejandro Sabella
Árbitro: Nicola Rizzoli (Itália)
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