As lotações aguardadas desde 2011 pela população do Extremo-Sul da Capital devem começar a circular em outubro. A última previsão dada pela prefeitura para o início das operações das linhas Restinga e Belém Novo era o começo de 2015. A abertura do Hospital Restinga e Extremo-Sul, porém, fez com que surgisse uma demanda maior para essa região e, por isso, o governo municipal resolveu dar prioridade ao tema.
No momento, a Procuradoria-Geral do Município (PGM) está revisando o contrato com o Consórcio de Transporte Seletivo da Zona Sul (ZSul), empresa vencedora da licitação. “Pretendemos assinar ainda nesta semana”, garante o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari.
A partir da assinatura, a empresa terá 90 dias para começar os trabalhos. No total, serão 34 veículos circulando, sendo 12 da linha Belém Novo e 22 da Restinga. A operação deve ocorrer durante 24 horas e incluir domingos e feriados.
Além das lotações, a região também foi contemplada, na semana passada, com uma nova linha de ônibus. O itinerário começa no bairro Belém Novo e segue em direção ao Hospital Restinga, passando pelo campus local do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). O intervalo entre as viagens do A19 é de 40 minutos, e elas ocorrem entre 6h e 23h20min.
Apesar das alternativas, Dejanira Corrêa, líder comunitária da Restinga envolvida no projeto do hospital e do ônibus, critica a falta de opções para quem mora em bairros como Lami, Lageado e São Caetano. “Como as pessoas do Extremo-Sul irão até o hospital? Enfatizamos, durante as reuniões sobre a rota, que esses bairros deveriam ser incluídos, mas isso não aconteceu e, agora, muitos moradores estão reclamando”, comenta.
Na sexta-feira, na inauguração do Hospital Restinga Extremo-Sul, Dejanira discursou ao lado da presidente Dilma Rousseff. Na ocasião, a líder comunitária garantiu que agora, com a conquista do hospital, o foco será na melhoria do transporte público, para assegurar que todos tenham acesso ao atendimento. Dependendo do ponto dos bairros do Extremo-Sul, a comunidade precisa pegar três ônibus para chegar à instituição de saúde. O valor de táxi, segundo Dejanira, costuma ser de mais de R$ 30,00.
Segundo Cappellari, o motivo de o ônibus não passar pelos bairros citados é a falta de demanda. “Quem mora no Lageado ou no Lami pode fazer a integração de uma linha com a outra, mas avaliamos que ter um itinerário com mais de 60 quilômetros de distância já de início seria uma temeridade, visto dependermos de uma demanda confirmada”, afirma o diretor-presidente.
O objetivo é consolidar a operação com o atual trajeto e, após, avaliar se é o correto. A EPTC precisa de, no mínimo, 30 dias trabalhando com a linha para fazer essa análise, tanto de rota quanto de intervalo. “Mas o que estamos fazendo é uma linha que corta os bairros intermediários, reduzindo o tempo de viagem, uma vez que já há outros ônibus que vão até o hospital”, destaca Cappellari.