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Indústria

- Publicada em 06 de Janeiro de 2010 às 00:00

Empresas de bens de consumo voltam a investir


Jornal do Comércio
As principais indústrias de bens de consumo preveem retornar em 2010 ao patamar de investimentos anterior à crise financeira internacional, visando a acompanhar o ritmo previsto de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) na casa dos 5%. A retomada é impulsionada pela redução da ociosidade produtiva de setores como alimentos e bebidas, têxtil e vestuário, móveis e eletroeletrônicos. Assim como em 2009, os aportes serão destinados para a ampliação da capacidade instalada para atender ao mercado interno, já que as exportações devem continuar enfraquecidas.
As principais indústrias de bens de consumo preveem retornar em 2010 ao patamar de investimentos anterior à crise financeira internacional, visando a acompanhar o ritmo previsto de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) na casa dos 5%. A retomada é impulsionada pela redução da ociosidade produtiva de setores como alimentos e bebidas, têxtil e vestuário, móveis e eletroeletrônicos. Assim como em 2009, os aportes serão destinados para a ampliação da capacidade instalada para atender ao mercado interno, já que as exportações devem continuar enfraquecidas.
A previsão do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Miguel Jorge, é de que os investimentos consolidados à indústria brasileira avancem ao menos 10% neste ano sobre 2009, além dos aportes postergados em razão da crise. "Esses investimentos farão com que não tenhamos problemas de capacidade instalada em 2010 e 2011", afirmou o ministro. Segundo ele, a indústria operou no final de 2009 com uma média de 82% de sua capacidade, o que representou um nível ainda inferior ao observado antes da crise.
Mesmo sendo um dos setores menos afetados pela crise financeira internacional, a indústria de alimentos e bebidas também sofreu no ano passado retração nos investimentos. De acordo com o diretor de economia da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), Denis Ribeiro, os aportes para aumento da produção, em equipamentos, marketing e pesquisa e desenvolvimento de produtos poderão superar este ano o patamar de 2008, atingindo entre R$ 13 bilhões e R$ 14 bilhões. Em 2009, foram R$ 11 bilhões.
Esses investimentos serão necessários para comportar um avanço previsto de até 4,5% do volume produzido pelas indústrias alimentícias sobre 2009, quando a produção física cresceu próxima a 1%. Ribeiro destaca que a capacidade instalada do setor ficou em aproximadamente 72% em outubro do ano passado, ante 78% do mesmo mês de 2008. "Ainda temos uma ociosidade que certamente foi reduzida no final do ano passado. Esse novo patamar deverá se manter ao longo de 2010", diz.
O dirigente da Abia ressalta que o faturamento da indústria alimentícia brasileira deverá fechar 2009 em cerca de R$ 294 bilhões, o que representaria uma alta entre 2,8% e 3% sobre o ano imediatamente anterior. Ribeiro acrescenta que o desempenho não foi melhor em razão da queda das exportações, que deverão encerrar 2009 com uma retração de até 10%, para US$ 30,1 bilhões. Com as vendas para os principais destinos, como Europa e EUA, em queda, a participação das exportações na produção recuou de uma média de 24%, antes da crise, para 20% no ano passado.
O setor têxtil e de vestuário também prevê retomar seus investimentos na ampliação da capacidade produtiva ao ritmo observado antes da crise. Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Aguinaldo Diniz Filho, mantido os patamares de crescimento das vendas do varejo e da produção registrados a partir do último trimestre do ano passado, os investimentos podem atingir até US$ 1,5 bilhão em 2010, valor próximo ao de 2008. Em 2009, os aportes somaram cerca de US$ 850 milhões. O uso da capacidade instalada encontra-se em 80%.

Incentivos podem elevar capacidade do setor moveleiro

As perspectivas de crescimento das vendas gerada pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), pelo menos até março, já reanimaram a indústria moveleira, após apresentar retração nas vendas em 2008 e 2009. O presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), José Luiz Fernandez, afirma que os investimentos no aumento da capacidade do setor podem crescer até 50% este ano, retornando ao patamar de R$ 2,5 bilhões, aplicado pelas empresas em 2008.
Segundo Fernandez, os aportes deverão ser encaminhados principalmente para recomposição de maquinário e inovação, visando a produzir móveis de maior valor agregado. O dirigente ressalta que a previsão é de retomada a níveis acima de 70% da capacidade instalada ao longo de 2010, após recuo a menos de 65% durante o pior momento da crise financeira. Em 2009, além da restrição ao crédito, as vendas de móveis foram prejudicadas pela concorrência com fogões, geladeiras e máquinas de lavar, que tiveram o IPI reduzido em abril.
Na indústria eletroeletrônica, a estimativa é de um crescimento em pelo menos 39% dos investimentos em 2010 na comparação com os aportes do ano passado. Segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), os valores deverão chegar a R$ 5,3 bilhões, com destaque para bens de consumo como computadores e celulares.
"Deveremos retomar em 2010 a participação de 4% do faturamento da indústria destinado a investimentos", diz o presidente da Abinee, Humberto Barbato. Em 2009, esse percentual ficou em aproximadamente 3%, valor inferior aos 4% aplicados em 2008. As projeções da entidade são de um crescimento de 21% do faturamento para o segmento de telecomunicações e de 12% para o de informática. Segundo o diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Heitor Klein, além da recuperação econômica prevista para este ano, a proteção à indústria nacional ante as importações de calçados originários da China, por meio da aplicação de um direito antidumping, deverá provocar a recuperação da capacidade instalada do setor. Klein diz que a atual capacidade instalada está em torno de 80%.
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