Louis van Gaal tomou uma das decisões mais polêmicas da história da
Copas do Mundo ao trocar de goleiro, aos 15 minutos do segundo tempo da
prorrogação, para a decisão dos pênaltis, fazendo seu goleiro titular
chorar no banco. A opção do treinador, porém, surtiu efeito. Afinal,
Krul pegou as batidas de Bryan Ruiz e Umaña e foi decisivo para que a
Holanda avançasse à semifinal ao eliminar a Costa Rica depois de empate
em 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação e vitória por 4 a 3 nos
pênaltis, na Arena Fonte Nova, em Salvador.
Apesar das defesas de Krul, o grande nome do jogo foi mesmo o goleiro da
Costa Rica, Navas, que fez sete defesas na partida, muitas delas
difíceis. A Holanda ainda acertou três bolas na trave durante o jogo. A
Costa Rica reclamou de um pênalti e perdeu chance clara no finalzinho da
prorrogação. Cillessen, que perdeu a chance de se consagrar nos
pênaltis, salvou os holandeses.
Ao eliminar a Costa Rica, a Holanda chega à semifinal contra a
Argentina, em partida que será na quarta-feira, às 17 horas, no estádio
Itaquerão, em São Paulo. Na outra semi estão Brasil e Alemanha, que
jogam na terça, no mesmo horário, em Belo Horizonte.
Em uma Copa cheia de surpresas, acabou prevalecendo a tradição. Estão na
semifinal quatro das sete equipes que mais vezes chegaram a esta etapa
em Mundiais. Para a Holanda, é a quinta semifinal, mesmo número da
Argentina, igualando Uruguai e França. O Brasil chega entre os quatro
primeiros pela 11ª vez, enquanto que a Alemanha bate o recorde com 13.
Louis van Gaal resolveu mexer de novo na equipe holandesa,
desta vez colocando o time mais para o ataque, com três zagueiros
(Martins Indi como terceiro homem) e três atacantes (Depay pela
esquerda). Kuyt mudou de lado e passou a atuar como ala direito e Blind,
que vinha sendo zagueiro, voltou a ser ala esquerdo.
A formação deixava a Holanda forte principalmente nos lados dos campos,
com Sneijder buscando acertar uma bola pelo meio. De início, a melhor
opção era pela direita, com Robben e Kuyt. A retranca montada por Jorge
Luis Pinto, entretanto, impediu que o goleiro Navas tivesse trabalho até
os 20 minutos.
O goleiro só apareceu pela primeira vez aos 21 minutos, quando Depay
abriu para Van Persie, que recebeu livre pela esquerda e bateu para
ótima defesa de Navas. No rebote, Sneijder arriscou da entrada da área e
o goleiro segurou em dois tempos.
A partir daí, Navas se firmaria como melhor do primeiro tempo. O goleiro
fez defesas difíceis em chute de Depay, aos 28 minutos, e em linda
cobrança de falta de Sneijder, aos 37. O goleiro, que foi para o
intervalo com quatro defesas, ainda foi providencial ao sair aos pés de
Van Persie, aos 41, e evitar o gol do centroavante.
O jogo parou por 15 minutos para o intervalo, mas tudo que mudou foi o
lado que cada time. A Holanda seguia mandando na partida, pelos lados do
campo, enquanto que a Costa Rica se defendia e tentava uma ou outra
bola para Bryan Ruiz resolver.
A partir dos 15 minutos, porém, a Costa Rica começou a colocar as
manguinhas de fora e passou a ser até mais perigosa que a Holanda.
Ameaçou com Campbell, que pediu pênalti quando caiu após dividida com
Martins Indi, e com González, duas vezes, em uma falta e em um cabeceio.
A Holanda só deu trabalho de novo aos 29 minutos, em uma falta alçada na
área. O jogo caiu de ritmo e só voltou a empolgar aos 36, quando
Sneijder bateu falta na trave. No rebote, Vlaar se enrolou com a bola e
não conseguiu chutar. No minuto seguinte, Van Persie driblou na área
chutou forte, para mais uma grande defesa de Navas.
O centroavante, que disputa a artilharia da Copa, perderia gol claro, na
frente do gol, ao furar de forma bizarra, aos 43 minutos do segundo
tempo. Quando fez tudo certo, Van Persie viu Tejeda salvar em cima da
linha o seu chute. A bola ainda bateu no travessão antes de voltar para o
meio da área, já nos acréscimos.
A bola não queria entrar e a Holanda ganhou mais 30 minutos para tentar
furar a defesa da Costa Rica. Logo no início da prorrogação, Vlaar
cabeceou e Navas faz mais uma grande defesa. Até o fim do primeiro tempo
extra, porém, a equipe europeia não criou mais nada significativo. A
caribenha, quando colocou a bola no chão, chegou à área e pediu pênalti
de Vlaar em Ureña.
No segundo tempo, o atacante costarriquenho virou o homem do jogo,
puxando os perigosos contra-ataques da equipe. Aos 10, a sua melhor
acabou com um chute rasteiro que Cillessen pegou. Foi a primeira e única
defesa do goleiro durante toda a partida, exatamente no sexto chute a
gol da Costa Rica em 120 minutos de partida.
Depois de 24 gols em cinco jogos, no seu último a Arena Fonte Nova viu
um duelo sem chuva de gols, mas muito emocionante. Afinal, antes do fim
do segundo tempo da prorrogação a Holanda ainda mandou uma bola no
travessão, com Robben. No rebote, Sneijder chutou em cima de Van Persie.
Holanda 0 (4) x 0 (3) Costa Rica |
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Cillessen (Krul); De Vrij, Vlaar e Martins Indi (Huntelaar); Kuyt, Wijnaldum, Sneijder e Blind; Depay (Lens), Robben e Van Persie.
Técnico: Louis van Gaal.
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Navas; Gamboa (Myrie), Johnny Acosta, Giancarlo González, Umaña e Júnior Díaz; Tejeda (Cubero), Celso Borges, Bryan Ruiz e Bolaños; Campbell (Marco Ureña).
Técnico: Jorge Luis Pinto.
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Árbitro: Ravshan Irmatov (Usbequistão). |