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Opinião

Artigo

- Publicada em 06 de Janeiro de 2010 às 00:00

Corte do ponto é conquista da sociedade


Jornal do Comércio
Comenta-se a fragilidade da base do governo Yeda, que só esteve unida nas CPIs e na apreciação do impeachment da governadora. Houve, entretanto, uma questão polêmica em que o governo foi vitorioso: em março de 2009, na manutenção do veto ao corte de ponto dos professores grevistas. Votação difícil, que trancava a pauta da Assembleia, com três dias para se obter quórum para deliberar, com galerias cheias: a do governo liderada pela juventude do PSDB e Secretaria de Educação, e a da oposição, pelo Cpers e CUT. Era uma questão de mais fácil compreensão do que, por exemplo, a prorrogação dos pedágios ou as alterações nas carreiras. Na comunicação, é preciso traduzir uma proposta complexa em uma consequência compreensível para a sociedade. O corte do ponto dos grevistas foi compreendido como fim das greves e garantia das aulas. Em 2007, o plano de recuperação das finanças do governo foi entendido como aumento de impostos. O Duplica RS e os projetos do funcionalismo não foram suficientemente traduzidos em ganhos para a sociedade.
Comenta-se a fragilidade da base do governo Yeda, que só esteve unida nas CPIs e na apreciação do impeachment da governadora. Houve, entretanto, uma questão polêmica em que o governo foi vitorioso: em março de 2009, na manutenção do veto ao corte de ponto dos professores grevistas. Votação difícil, que trancava a pauta da Assembleia, com três dias para se obter quórum para deliberar, com galerias cheias: a do governo liderada pela juventude do PSDB e Secretaria de Educação, e a da oposição, pelo Cpers e CUT. Era uma questão de mais fácil compreensão do que, por exemplo, a prorrogação dos pedágios ou as alterações nas carreiras. Na comunicação, é preciso traduzir uma proposta complexa em uma consequência compreensível para a sociedade. O corte do ponto dos grevistas foi compreendido como fim das greves e garantia das aulas. Em 2007, o plano de recuperação das finanças do governo foi entendido como aumento de impostos. O Duplica RS e os projetos do funcionalismo não foram suficientemente traduzidos em ganhos para a sociedade.
Quando se traduz o que a sociedade pode ganhar com uma proposta do governo, há mobilização e pressão legítima sobre os deputados contrária à exercida, também legítima, por sindicatos de servidores. No caso do corte do ponto, entidades empresariais e a Força Sindical manifestaram-se favoráveis ao veto do governo e fizeram corpo a corpo com deputados. E integrantes da Secretaria da Educação estiveram presentes na Assembleia a partir de fevereiro e nos três dias de votação, apresentando os dados da paralisação de 2008, argumentando sobre a importância do veto para garantir o direito à educação e para resistir à pressão salarial, o que se fazia necessário para preservar o equilíbrio fiscal diante da iminente queda da receita. Assim, o governo ganhou na comunicação dos sindicatos que, em função de história que se precisa compreender, resistem a qualquer mudança. Em uma democracia, as decisões no parlamento refletem a correlação de forças existentes na sociedade.

Consultora na Câmara dos Deputados

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