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COPA 2014

- Publicada em 24 de Junho de 2014 às 00:00

Itens temáticos monopolizam preferência de turistas


FREDY VIEIRA/JC
Jornal do Comércio
Turistas, entre estrangeiros e nativos, só têm olhos para uma coisa na passagem por Porto Alegre para assistir aos jogos da Copa do Mundo 2014. Na hora de gastar, a preferência é por produto ligado ao Mundial ou lembrancinhas do Rio Grande do Sul, para frustração de lojistas que apostavam em vendas pulverizadas entre itens temáticos e outros segmentos. Nos primeiros levantamentos de negócios, entidades do setor registraram a metade da receita esperada para a largada da temporada do maior evento do planeta, mas ainda acreditam em reversão até o último jogo na Capital, no dia 30 de junho, pelas oitavas de final.
Turistas, entre estrangeiros e nativos, só têm olhos para uma coisa na passagem por Porto Alegre para assistir aos jogos da Copa do Mundo 2014. Na hora de gastar, a preferência é por produto ligado ao Mundial ou lembrancinhas do Rio Grande do Sul, para frustração de lojistas que apostavam em vendas pulverizadas entre itens temáticos e outros segmentos. Nos primeiros levantamentos de negócios, entidades do setor registraram a metade da receita esperada para a largada da temporada do maior evento do planeta, mas ainda acreditam em reversão até o último jogo na Capital, no dia 30 de junho, pelas oitavas de final.
Nas lojas de rua, araras com camisetas de seleções ou outros artigos — até mantas alusivas ao Mundial para aplacar o frio — tem turista por perto. Os franceses Simone Bouchet e Eric Nantes levaram dois exemplares de uma das versões licenciadas da Seleção Brasileira, das mais baratas. “É um terço do preço se fosse comprar na França”, compara o técnico industrial Nantes, ante os R$ 79,90 pagos pelo item.
Os dois visitantes estavam desde o dia 14 na cidade e embarcaram de volta à França na quinta-feira. A dificuldade de comunicação, já que a dupla de clientes franceses mal entendia ou falava inglês (português nem pensar), não foi problema, disse o gerente da filial da Paquetá Esportes, Felipe Costa. “Até temos um vendedor que fala inglês e outro que entende, mas nesse caso funciona mais a mímica”, descontrai Costa.
Preços promocionais atraem mais — sejam estrangeiros ou não, o que provoca falta momentânea de alguns modelos e tamanhos. “Estamos repondo, mas, às vezes, não dá tempo. E a ordem é não deixar sobrar nada no estoque”, justifica o gerente. O bancário Marcos Sartori Fantinel queria camiseta do Brasil para presentear a esposa, mas não achou tamanho. “Já tenho a minha, agora vou atrás de outra loja, já é a segunda que entro”, conta. A concorrência para disputar o freguês está no lado de fora da loja, na calçada, com o camelô Carlos André da Silva, que oferta camiseta da seleção a R$ 50,00 e, após uma pechinchada, vende a R$ 30,00. “O turista acha caro. Holandês foi o que mais comprou”, detecta Silva.
Na Rua dos Andradas, lojas que não oferecem artigos sobre Copa estavam vazias no fim da manhã de quarta-feira, dia de jogo entre Holanda e Austrália, mas nos pontos com produtos temáticos o movimento era intenso. “O que mais sai é camiseta, e não importa o país. Já vendemos quase mil unidades desde o dia 14, e estamos repondo todo dia”, garante a gerente da POA Fashion, localizada na Rua dos Andradas, Aldonira Carvalho. A servidora pública Tatiana Pereira comprou uma camiseta do Brasil a R$ 13,00 para a filha, depois que colegas de trabalho apareceram com os modelos. “É para minha filha ir à Fan Fest”, conta. 
Antes do Mundial, a Fundação de Economia e Estatística (FEE) estimou que o fluxo de 200 mil visitantes irrigaria em R$ 230 milhões somente em gastos no comércio. A Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL-POA) calculou em R$ 101 milhões, e colheu R$ 8 milhões no primeiro fim de semana da disputa, que teve França e Honduras. Era para ser R$ 19 milhões. Nos três primeiros confrontos na Capital, a movimentação ficou em R$ 60 milhões.
“A expectativa era uma, mas não atingimos não”, avisa o gerente do Popcenter, o camelódromo da Capital, Felipe Glimm. Vende quem tem item associado ao tema, lembra Glimm, a partir de apuração entre parte dos 800 lojistas do empreendimento. O gerente cita que o movimento se intensifica em véspera de jogo e no dia seguinte, despedida de quem veio de fora. “Foi assim com holandeses e australianos”, lembrou Glimm.

Shopping centers próximos ao Beira-Rio têm experiências diferenciadas com visitantes

Os cem mil argentinos, segundo a organização do Mundial, que devem chegar até amanhã a Porto Alegre para mais um confronto da seleção do país vizinho, podem mudar o ânimo do caixa? A supervisora da rede de varejo de brinquedos Del Turista, Beatriz Dias, teve experiência negativa com um torcedor da alviceleste, que invadiu a vitrine da filial do Praia de Belas Shopping atrás de um copo temático que não estava à venda. “Expliquei que o item era brinde na compra de outros produtos acima de R$ 100,00, mas ele não aceitou e invadiu a vitrine até botar a mão no copo, mas não deixei levar”, recorda Beatriz.
A supervisora diz que fluxo intenso nos corredores do shopping em dia de jogo não implica vendas efetivas, mas em menos comercialização, que caem 15%. Além disso, o tíquete médio do turista estrangeiro é de R$ 30,00, bem abaixo dos R$ 80,00 dos residentes. O dia atípico, com bloqueio de trânsito e expediente mais curto em órgãos públicos, afugenta a clientela cativa, justifica a supervisora. “Nas demais lojas da rede, fora do Caminho do Gol, o movimento é normal”, contrasta Beatriz, que identificou o artigo mais desejado neste Mundial. “Todos querem bandeirinha do Brasil, essas que custam R$ 10,00. Só que não vendemos!”
Brinquedo e chocolate não estão na lista de gastos do torcedor que adentra os centros comerciais, segundo Mônica Santos, do quiosque da marca Brasil Cacau. O ponto, situado no segundo piso do Praia de Belas, reforçou a equipe de vendas, adotou cardápio em inglês e montou kits que lembram a cultura brasileira. “Muitos vêm a passeio, levam trufas a R$ 1,49. Nos dias sem jogo, as vendas melhoram”, compara Mônica. Shopping center cheio favorece serviços de alimentação, segundo os empreendedores. A escassez de lanches dentro do estádio, reclamada em diversas cidades-sede, é suprida pelos fast food nos centros comerciais vizinhos ao Beira-Rio.
O gerente-geral do BarraShoppingSul, Marco Aurélio Jardim Neto, admite que alimentação é o ramo que mais tem faturado, mas ressalta que o término das obras viárias do entorno do estádio geraram maior fluxo ao local, frente ao mesmo período de 2013. Além disso, o ponto exclusivo de retirada de ingressos no BarraShoppingSul assegura movimento de quem vem de fora. “Loja de esporte e pontos que exploraram itens com o tema e cores verde e amarela estão vendendo. Isso atrai o turista, que quer lembrança da imagem do Brasil”, constata Neto. Com atendentes bilíngues para conduzir visitantes até o interior das lojas, a direção do empreendimento acredita que o desempenho no Mundial ainda vá melhorar.
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