Lojas ampliam estoques de camisetas durante o Mundial

Prevendo o aumento de demanda por camisetas, especialmente do Brasil, as lojas se preparam ampliando os estoques para atender todas as necessidades dos torcedores. O gerente da loja Paquetá do Shopping Iguatemi, Diego Paim, afirma que, desde 2010, quando terminou o mundial da África do Sul, a empresa planejou superestimar o número de camisetas da Seleção Brasileira para serem vendidas durante a Copa de 2014, ainda mais por ser no País e atrair a atenção dos estrangeiros.

A estimativa é de que as vendas de camisetas quintupliquem neste período do Mundial. No entanto, Paim revela que a realidade é diferente entre uma Copa e outra, onde as vendas do uniforme do Brasil são pequenas. “Não chega nem perto da comercialização de camisetas do Grêmio e do Internacional. Camisetas da Seleção Brasileira só aumentam as vendas na época de Copas ou quando sai algum lançamento. Mas esse é um efeito do Rio Grande do Sul. Em lojas no Rio de Janeiro ou Nordeste, a saída é constante”, informa.

Camisetas de outras seleções também fazem sucesso. As mais procuradas pelo público, de acordo com o gerente da Paquetá, são de Argentina, Uruguai, Alemanha e Holanda. Um dos motivos para este crescimento de vendas de uniformes estrangeiros está também no futebol cada vez mais globalizado, no qual os mais jovens começam a torcer por grandes clubes europeus. A circulação de turistas durante o mês do mundial também é uma aposta para aumentar a comercialização de fardamento de outras seleções. “Já tivemos franceses aqui na loja para comprar artigos da Seleção da França”, informa Paim.

Na rede de lojas Centauro, além da Seleção Brasileira, há procura também por camisetas de Itália, Alemanha, Argentina, Holanda e Portugal. Em parceria com a fornecedora Puma, que patrocina seleções africanas como Camarões, Costa do Marfim e Gana, lojas em Campinas, Rio de Janeiro e Natal foram decoradas com itens para lembrar o continente.

“Foram criadas representações de símbolos culturais do continente africano, como o elefante e a Kombi, caracterizados nas lojas”, informa a diretora de marketing do Grupo SBF, proprietário da Centauro, Ana Paula Grimaldi Roso. Uma curiosidade é que as grandes marcas fornecedoras de uniformes para as seleções da Copa, como Nike e Adidas, disponibilizam duas versões de camisetas para o público. Com poucas diferenças, a camiseta utilizada pelos jogadores vem com tecnologias avançadas para absorver o suor enquanto as especiais feitas para torcedores são feitas apenas com tecido comum. Só este detalhe na camiseta da Holanda, por exemplo, pode fazer o preço variar R$ 120,00. Enquanto a réplica do uniforme custa R$ 230,00, a feita para os jogadores pode chegar a R$ 350,00.

O proprietário da Liga Retrô, Marcelo Roisman, explica que, no primeiro momento, a procura está sendo maior por camisetas do Brasil. Entretanto, com o avanço da Copa do Mundo, outras seleções começam a vender mais. Ele dá como exemplo a loja do Rio de Janeiro, que está tendo uma demanda grande por uma réplica do uniforme da seleção da Bósnia de 1990. A equipe europeia jogou neste domingo contra a Argentina no Maracanã. “O Brasil ainda é preferência, mas cada localidade vai buscando camisetas das seleções que jogarão nas cidades-sede”, explica.

Em Porto Alegre, uma das lojas mais procuradas pelos colecionadores é o Brechó do Futebol, que fica na rua Fernando Machado, no Centro da cidade. O proprietário, Carlos Caloghero, salienta que houve um aumento por procura de camisetas de seleções, enquanto as de times do Brasil e de outros países caíram neste período.