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- Publicada em 25 de Abril de 2014 às 00:00

Chineses da Foton admitem aportes para o Rio Grande do Sul em 2016


FREDY VIEIRA/JC
Jornal do Comércio
Os chineses do grupo Beiq Foton Motor, que planejam montar caminhões em Guaíba a partir de 2016, podem rever a estratégia de entrada no Brasil e fazer aportes financeiros para elevar investimentos da marca no mercado local. A revelação foi feita nessa quinta-feira pelo vice-presidente da Foton International, Jiang Jian, que participou em Guaíba do lançamento das obras da montadora, a primeira no País e segunda fora da China. A decisão pode ocorrer logo após o começo da operação. O empreendimento, com primeira fase orçada em R$ 260 milhões e geração de 250 empregos, não tem nenhum recurso do grupo, que repassa apenas a tecnologia.
Os chineses do grupo Beiq Foton Motor, que planejam montar caminhões em Guaíba a partir de 2016, podem rever a estratégia de entrada no Brasil e fazer aportes financeiros para elevar investimentos da marca no mercado local. A revelação foi feita nessa quinta-feira pelo vice-presidente da Foton International, Jiang Jian, que participou em Guaíba do lançamento das obras da montadora, a primeira no País e segunda fora da China. A decisão pode ocorrer logo após o começo da operação. O empreendimento, com primeira fase orçada em R$ 260 milhões e geração de 250 empregos, não tem nenhum recurso do grupo, que repassa apenas a tecnologia.
O projeto tem à frente a empresa Foton Aumark do Brasil, de capital brasileiro, e contará com dinheiro do Badesul, estimado em R$ 40 milhões, em troca de parte do patrimônio acionário, ainda não definido. O investimento foi autorizado pela Assembleia Legislativa em fim de 2013. Os executivos da Aumark apontam que a participação é essencial ao empreendimento e decidiu a opção pelo Estado, desbancando o Rio de Janeiro. A Aumark solicitou R$ 95 milhões de financiamento do Bndes. A largada das obras, com palco armado no terreno onde fica o complexo, foi festejado pelo governador Tarso Genro como “momento da virada” em Guaíba. O município perdeu no fim dos anos de 1990 uma fábrica da Ford, após desacertos com o governo petista de Olívio Dutra. “Vamos fazer um pequeno aporte de capital ou empréstimos, que será devolvido”, afirmou Tarso.
O vice-presidente da Foton International condicionou novos planos e aportes à recepção dos veículos. “Após dois anos de fábrica, será o momento de mudanças na nossa estratégia”, adiantou Jian, que advertiu que mais empresas chinesas podem vir para cá. “A visita do governador em 2013 à China foi muito importante”, associou Jian. O executivo informou que, em dezembro, será montado o primeiro protótipo do modelo a ser vendido no Brasil, na sede da Aumark, em São Paulo, mas evitou detalhar o perfil. “Trabalhamos duro para desenvolver o projeto. Hoje temos o produto certo e superior ao dos concorrentes”, provocou o vice-presidente. A escolha de fornecedores está na etapa final, segundo o executivo, e terá grifes gaúchas. A Serra Gaúcha é o segundo polo nacional de componentes para caminhões.
Jian destacou que o grupo pretende ampliar a presença na América Latina a partir da operação gaúcha. Neste ano, serão fabricados 800 mil caminhões, 90% para o mercado chinês, acima dos 700 mil de 2013. Em 2016, a meta é fazer 2 mil unidades na futura planta gaúcha. O chinês, ao saber que o futuro complexo de Guaíba se estabelecerá onde a Ford iria construir uma planta, sorriu e lembrou que a história mostra que a China já lidera a produção mundial. Em 2015, a Foton Motor produzirá automóveis, modelos que serão levados ao mundo dois anos depois.
Na largada da construção, com licença de instalação liberada na terça-feira passada pela Fepam, serão feitas obras de drenagem e terraplanagem. O presidente da Foton Aumark, Luiz Carlos Mendonça de Barros, projeta vender mil unidades este ano, ainda importadas, e faturar um total de R$ 40 milhões. Será um crescimento exponencial frente a 2013, quando a comercialização foi de cem caminhões, com receita bruta de R$ 6 milhões. A alta de 900% é justificada por Barros pela atração da marca nova e “porque estamos tomando lugar de outros fabricantes”.

Autoridades tentam sepultar fantasma da da fábrica da Ford

Nenhuma referência foi feita nos discursos sobre a perda da unidade da montadora Ford em 1999, primeiro ano do Governo Olívio Dutra (PT), por desacerto com a direção da companhia no Brasil. A atração da Foton como projeto, que tudo indica sairá do papel, após tentativas frustradas de implantar empreendimentos na área durante o governo de Yeda Crusius (PSDB) e na largada do atual, ficou nas entrelinhas das manifestações. O prefeito da cidade, Henrique Tavares, acredita que os negócios vão deslanchar e preveniu que espera a duplicação da Estrada do Conde, que deve ter verba federal, mas ainda não foi lançada. Os empreendedores esperam a duplicação para 2016.  
Comerciantes de Guaíba como Orlando Letsch, que revende gás de cozinha, foi ao evento para assinar a compra de um modelo da Foton, de 6,5 toneladas e valor de R$ 75 mil. Acabou posando para fotos ao lado dos executivos globais da companhia chinesa e virou um estandarte de revendedores na estréia da marca na região. “Ia comprar um da Ford, mas um amigo disse que estava vindo a Foton para Guaíba. Resolvi experimentar, prometeram que entregam o veículo em uma semana”, contou Letsch, que precisa adquirir mais duas unidades, mas quer primeiro provar a novidade. “Quero ver a fábrica começando aqui. E vai que ela não se instala”, preveniu o comerciante, admitindo que o “trauma” com a Ford vai demorar um tempo ainda a passar.    
O governador Tarso Genro louvou a política industrial e a indicação do Estado como um dos melhores endereços para investimento, apontados por estudo divulgado pela jornal Financial Times.
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