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50 ANOS DO GOLPE

- Publicada em 02 de Abril de 2014 às 00:00

Sessão solene na Câmara é interrompida após tumulto


ANTONIO AUGUSTO /CÂMARA DOS DEPUTADOS/JC
Jornal do Comércio
Um protesto feito por deputados e alguns convidados no plenário da Câmara dos Deputados levou ao encerramento da sessão solene realizada na manhã de ontem, para lembrar os 50 anos do golpe que instaurou a ditadura militar no País. No momento em que o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), principal defensor dos militares, subiu à tribuna para discursar, os parlamentares e os manifestantes ficaram de costas para ele.
Um protesto feito por deputados e alguns convidados no plenário da Câmara dos Deputados levou ao encerramento da sessão solene realizada na manhã de ontem, para lembrar os 50 anos do golpe que instaurou a ditadura militar no País. No momento em que o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), principal defensor dos militares, subiu à tribuna para discursar, os parlamentares e os manifestantes ficaram de costas para ele.
O deputado federal Amir Lando (PMDB-RO), que presidia a sessão no momento, chegou a suspendê-la para que os presentes encerrassem a manifestação. Após cerca de dez minutos, ele reabriu a sessão, mas os manifestantes continuaram de costas. Por isso, ele encerrou as atividades. Além de Bolsonaro, outros seis deputados que estavam inscritos não puderam discursar.
O secretário-geral da Mesa, Mozart Viana, interpretou o protesto como desrespeito ao orador e justificou que a situação infringia o regimento da Câmara. “Ficar de costas é o pior desrespeito. Eles ficaram de costas, não só para o Bolsonaro, mas também para a Mesa. Por isso, dei a orientação para o presidente encerrar a sessão”, relatou Viana.
Antes mesmo de a sessão solene na Câmara começar, bate-bocas entre os deputados que apoiaram o golpe e os que o combateram já tomavam conta do salão verde e do plenário da Casa. A sessão chegou a ser interrompida em outro momento, quando Bolsonaro abriu uma faixa na galeria do plenário com os dizeres: “Parabéns militares 31/ março / 64. Graças a vocês o Brasil não é Cuba”. Manifestantes vaiaram o deputado.
Nesse ponto, ainda, Ivone Luzardo, ligada à Associação das Mulheres de Militares teve o cartaz que erguia arrancado das mãos pela assessora de um deputado. As duas mulheres se agrediram e foram separadas pelo deputado Domingos Dutra (SDD-MA).
A sessão foi aberta pelo presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que defendeu que a memória e a verdade sobre a ditadura sejam reveladas. Ele assinou um ato da Mesa Diretora instituindo 2014 como o “ano da democracia, da memória e do direito à verdade” na Câmara.

Forças Armadas criam comissões para apurar abusos

As Forças Armadas instauraram comissões de sindicância para investigar práticas de tortura dentro de instalações militares. A iniciativa foi tomada a pedido da Comissão Nacional da Verdade, que apura crimes cometidos contra os direitos humanos no período entre 1946 e 1988, abrangendo o período da ditadura militar.
O coordenador da comissão, Pedro Dallari, foi informado da notícia ontem pelo ministro da Defesa, Celso Amorim. “É um gesto muito importante das Forças Armadas, que pode representar um grande avanço para a apuração das graves violações de direitos humanos ocorridas durante o regime militar”, diz Dallari.
A Comissão da Verdade havia solicitado as sindicâncias no dia 18 de fevereiro, quando entregou ao Ministério da Defesa um relatório parcial que apontava o uso sistemático de sete instalações das Forças Armadas para a tortura e morte de opositores durante a ditadura.
As instalações envolvidas são os DOIs (Destacamento de Operações de Informações do Exército) do Rio de Janeiro, de São Paulo e do Recife, além da 1ª Companhia da Polícia do Exército da Vila Militar, no Rio de Janeiro, o Quartel do 12º Regimento de Infantaria do Exército, em Belo Horizonte, a Base Aérea da Ilha das Flores, no Rio de Janeiro, e a Base Aérea do Galeão, também no Rio.
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