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Cais do Porto

- Publicada em 22 de Dezembro de 2009 às 00:00

Vereadores aprovam o projeto do Cais Mauá


Gilmar Luís/JC
Jornal do Comércio
Depois de uma tarde tensa, com muitos enfrentamentos em plenário, os vereadores de Porto Alegre conseguiram concluir a votação do projeto de revitalização do Cais do Porto às 22h42min de ontem. Foram mais de oito horas de debate.

Depois de uma tarde tensa, com muitos enfrentamentos em plenário, os vereadores de Porto Alegre conseguiram concluir a votação do projeto de revitalização do Cais do Porto às 22h42min de ontem. Foram mais de oito horas de debate.

O texto traça as diretrizes urbanísticas para a área que vai da Usina do Gasômetro até as proximidades da Estação Rodoviária e foi aprovado por 29 votos a 5. São 3,3 quilômetros de extensão que serão revitalizados a partir de Parceria Público-Privada.

Na área, que abriga 11 armazéns tombados pelo patrimônio histórico, serão permitidas edificações de até 14 metros de altura, ao lado da Usina do Gasômetro, 32 metros em frente à praça Brigadeiro Sampaio e 100 metros nas proximidades da Rodoviária - a volumetria máxima permitida em Porto Alegre é de 52 metros.

A altura dos novos prédios foi bastante questionada em plenário, sob o argumento de que poderia descaracterizar a região. De acordo com o coordenador da comissão responsável pela proposta, Edemar Tutikian, porém, não haverá prejuízo à paisagem urbana porque será preservada uma faixa de 50 metros da Usina.

A possibilidade de uso residencial da área, outro ponto polêmico do projeto, entretanto, foi retirada através de uma emenda da vereadora Sofia Cavedon (PT). Mesmo com resistência das entidades empresarias, o líder do governo, Valter Nagelstein (PMDB), deu acordo para aprovação.

Ele explicou que a orientação do governo municipal é de não permitir moradias na orla. "Vai contra o discurso que sustentamos o tempo todo aqui", justificou Nagelstein. A partir daí, os líderes governistas e de oposição conseguiram estabelecer um diálogo e costurar acordos para agilizar a votação das 38 emendas apresentadas à matéria. Algumas foram retiradas e outras foram aprovadas em dois blocos.

Entre as acatadas, estão duas do vereador Beto Moesch (PP) que preveem o uso eficiente da energia, bem como de matrizes alternativas, e a coleta seletiva e a reciclagem do lixo.

A aprovação do texto pela Câmara Municipal era pré-requisito para o governo do Estado elaborar o edital de concessão ou arrendamento do local. O investimento previsto é de R$ 500 milhões, com construção de shopping, centro de convenções, hotel, comércio e espaços para turismo, lazer e cultura.

O Executivo estadual pretende encaminhar a licitação 60 dias após a publicação da lei.

Entidades lotaram as galerias

Entidades da sociedade civil lotaram ontem as galerias do plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre. A sessão teve a presença de organizações contrárias e favoráveis à matéria. A apreciação do texto ocorreu em meio a vaias e aplausos.

A primeira manifestação foi da coordenadora do movimento Viva Gasômetro, Jacqueline Sanchotene, que ocupou o espaço da Tribuna Popular. "Gostaríamos que os vereadores atendessem ao nosso apelo de não permitir construções ao lado da Usina do Gasômetro", defendeu Jacqueline, que alertou ainda para o índice de adensamento previsto no projeto. "Não temos problema com a construção de prédios altos, mas nos preocupa a saturação da região".

Membros do Sindicato da Hotelaria e Gastronomia de Porto Alegre (SindPoa) ocuparam as galerias com faixas e adesivos favoráveis ao projeto. Na opinião do presidente da entidade, Cacildo Antonio Vivian, a cidade se beneficia com a aprovação do texto sem emendas.

"A redação original do projeto preserva sua viabilidade econômica e movimenta a indústria do turismo", garante o dirigente. Vivian acredita que a revitalização devolverá o Cais à população e colocará Porto Alegre em uma situação de vanguarda.

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