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Opinião

editorial

- Publicada em 22 de Dezembro de 2009 às 00:00

O mágico do milagre econômico e o futuro do Brasil


Jornal do Comércio
Ele foi considerado o pai do milagre econômico brasileiro dos anos de 1970, quando o regime militar - e isso jamais poderá ser negado - impulsionou a infraestrutura do Brasil e cujos reflexos ainda são sentidos hoje em dia. Antonio Delfim Netto, 35 anos após, dá a receita para o Brasil crescer. Segundo ele, para o País gerar alto PIB com desenvolvimento social a partir de 2010 será fundamental que o próximo presidente da República leve o País a um outro patamar de investimentos em tecnologia, sobretudo em energia não fóssil. Delfim Netto também advertiu que é urgente que o sucessor de Lula faça a reforma da Previdência no setor público. Verum non dicimus, ne audiamus, afirmou Publílio Siro, ou seja, não dizemos a verdade, para não ouvi-la. O ex-ministro disse que é ilusão imaginar que o País será a quinta economia do mundo em 2016 sem o investimento pesado em um novo padrão de geração de energia que não dependa do petróleo. "Do contrário, o Brasil será um país com grande exportação, mas miserável", lembrou. Destacou que, em 2030, o País estará em uma armadilha demográfica, pois precisará gerar 150 milhões de empregos de boa qualidade, o que só ocorrerá se a indústria e os serviços estiverem adaptados à nova realidade de serem movidos por energias não fósseis.

Ele foi considerado o pai do milagre econômico brasileiro dos anos de 1970, quando o regime militar - e isso jamais poderá ser negado - impulsionou a infraestrutura do Brasil e cujos reflexos ainda são sentidos hoje em dia. Antonio Delfim Netto, 35 anos após, dá a receita para o Brasil crescer. Segundo ele, para o País gerar alto PIB com desenvolvimento social a partir de 2010 será fundamental que o próximo presidente da República leve o País a um outro patamar de investimentos em tecnologia, sobretudo em energia não fóssil. Delfim Netto também advertiu que é urgente que o sucessor de Lula faça a reforma da Previdência no setor público. Verum non dicimus, ne audiamus, afirmou Publílio Siro, ou seja, não dizemos a verdade, para não ouvi-la. O ex-ministro disse que é ilusão imaginar que o País será a quinta economia do mundo em 2016 sem o investimento pesado em um novo padrão de geração de energia que não dependa do petróleo. "Do contrário, o Brasil será um país com grande exportação, mas miserável", lembrou. Destacou que, em 2030, o País estará em uma armadilha demográfica, pois precisará gerar 150 milhões de empregos de boa qualidade, o que só ocorrerá se a indústria e os serviços estiverem adaptados à nova realidade de serem movidos por energias não fósseis.

Com o aumento da expectativa de vida, será necessário que a reforma da Previdência Social ocorra até 2014. Do contrário, com o novo desenho da pirâmide demográfica, em 20 anos o Poder Executivo gastará boa parte de recursos com aposentadorias públicas e sobrará muito pouco para investimentos em infraestrutura, advertiu Delfim. Ele vaticina que o PIB crescerá de 5% a 6% em 2010 e ironiza os analistas que apostam na necessidade de elevação de juros no próximo ano. "A inflação está controlada. Quando eu vejo um sujeito dizer que 2011 terá inflação alta, digo que ele não sabe qual será a inflação de janeiro de 2010, quanto mais a de 2011".

Para Delfim, o petróleo é do século XX e o pré-sal foi um bônus extraordinário que livrou o Brasil de restrições externas. Provavelmente as duas causas que impediriam o crescimento do País por vários anos estarão superadas com o pré-sal, que eram o financiamento do déficit em contas correntes e falta de energia. Mas o investimento que estamos fazendo hoje no pré-sal é do século XX. O petróleo não pode ser usado no transporte. Ele terá que ser reservado para o setor petroquímico, para os usos mais nobres. Qual é o objetivo de Barack Obama? É reconquistar a autonomia energética que os Estados Unidos (EUA) perderam. Essa ideia de que Obama está fazendo um governo verde, porque é um desejo dele reduzir a emissão de gases de efeito estufa, é um subproduto do objetivo principal, que é ter um substituto para o combustível fóssil no transporte. O governo dos EUA subsidia com US$ 4 mil o consumidor para jogar o seu atual carro fora e comprar um novo. É que um automóvel novo anda 60% a mais do que o automóvel velho com o mesmo combustível.

Os EUA não estão morrendo, a expansão da China não será eterna. Não se pode esquecer que os Estados Unidos são o único lugar onde as inovações estão acontecendo. Então, seguindo o raciocínio de Delfim Netto, a China é só cópia. Inovação mais crédito é a fórmula do desenvolvimento. Imaginar que a China vai crescer até 2050 com a atual velocidade é uma grande ilusão. Mas o Brasil pode crescer 5% durante muitos anos. A era da idade da pedra não terminou por falta de pedra. A era do petróleo não vai acabar pela falta do petróleo. Ela já acabou". É Delfim Netto. Merece ser ouvido. Pelo menos.

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