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- Publicada em 21 de Dezembro de 2009 às 00:00

Compra de Ximango depende dos estados


Jornal do Comércio
O Ministério da Justiça terá R$ 150 milhões no orçamento de 2010 para aquisição de equipamentos para o programa de segurança aeropolicial. A destinação dos recursos será comandada por demandas dos estados, além de órgãos policiais federais. O secretário-executivo do ministério, Luiz Paulo Ferreira Barreto, previne que a possibilidade de a verba ser usada para compra de aeroplanadores, como o gaúcho Ximango, fabricado pela Aeromot, está nas mãos dos setores de segurança estaduais. "Nossa área técnica avalia como muito positiva a aplicação dos modelos fabricados no Rio Grande do Sul. Se houver solicitação local e o produto for adequado, o ministério contemplará a compra, como já está fazendo com helicópteros", garantiu o secretário-executivo, segundo homem da pasta, dirigida pelo gaúcho Tarso Genro. Segundo Ferreira, "há bons olhos para o projeto", referindo-se ao uso dos motoplanadores em ações de segurança nas áreas urbanas e combate ao abigeato.

O Ministério da Justiça terá R$ 150 milhões no orçamento de 2010 para aquisição de equipamentos para o programa de segurança aeropolicial. A destinação dos recursos será comandada por demandas dos estados, além de órgãos policiais federais. O secretário-executivo do ministério, Luiz Paulo Ferreira Barreto, previne que a possibilidade de a verba ser usada para compra de aeroplanadores, como o gaúcho Ximango, fabricado pela Aeromot, está nas mãos dos setores de segurança estaduais. "Nossa área técnica avalia como muito positiva a aplicação dos modelos fabricados no Rio Grande do Sul. Se houver solicitação local e o produto for adequado, o ministério contemplará a compra, como já está fazendo com helicópteros", garantiu o secretário-executivo, segundo homem da pasta, dirigida pelo gaúcho Tarso Genro. Segundo Ferreira, "há bons olhos para o projeto", referindo-se ao uso dos motoplanadores em ações de segurança nas áreas urbanas e combate ao abigeato.

O governo estadual está adquirindo quatro helicópteros com uso de verbas do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), que somam mais de R$ 26 milhões. A Secretaria de Segurança Pública local chegou a se reunir em abril deste ano com representantes da Aeromot, que enfrenta grave crise financeira e está em processo de recuperação judicial, mas o titular da pasta, Edson de Oliveira Goularte, não chegou a definir se haverá aquisição do Ximango.

Para a empresa de aviação, que surgiu em 1967 e está instalada na zona Norte de Porto Alegre, encomendas do setor público podem ser a salvação ante ameaça de fechamento. O modelo do motoplanador, fabricado desde 1985, oferece entre vantagens o baixo custo comparado inclusive com helicópteros, e maior autonomia de voo. "Temos convicção de que o motoplanador é muito importante, entre as ações estão o combate ao abigeato", diz Ferreira.

Além do aporte, o secretário-executivo adianta que será desenhado um plano de segurança global com foco nas ações para a Copa do Mundo de 2014, que terá capitais como subsedes, e a Olimpíada de 2016 no Rio de Janeiro. O investimento neste plano global não foi definido e deverá ser formatado no próximo ano. A Polícia Federal deve adquirir os chamados Vants - veículos aéreos não tripulados, de fabricação israelense -, exemplificou o secretário. A conta para ter seis unidades é estimada em US$ 150 milhões, gasto médio de US$ 25 milhões por exemplar.

O secretário de Ciência e Tecnologia do Estado, Artur Lorentz, deve conversar com o secretário da Segurança Pública, Edson de Oliveira Goularte, para definir se o governo poderá encomendar aviões no perfil dos motoplanadores fabricados pela Aeromot. Lorentz adiantou que a busca de recursos por meio do Pronasci deverá ser a forma de custear eventual aquisição. "Mas vamos ajudar também tentando abrir espaço para novas encomendas na área privada", acrescenta.

Lorentz citou que há mais de duas semanas enviou e-mail à direção da Embraer, principal fabricante de aviões no País, sondando sobre possibilidade de a indústria gaúcha voltar a fornecer poltronas para os jatos, o que ocorria até os anos de 1980. "A Aeromot é peça importante dentro da meta de reativar o polo aeroviário no Estado", demarcou.

A estratégia para formatar o polo, que reuniria, além da fabricação de aeronaves, manutenção e serviços no setor e formação de profissionais, começou a ser feita em reunião na sexta-feira passada, na sede da Secretaria Estadual de Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais. Além da Secretaria de Ciência e Tecnologia, estavam o secretário-adjunto da anfitriã, Josué Barbosa, o presidente da Aeromot, Claudio Barreto Viana, e representantes da faculdade de Ciências Aeronáuticas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), de aeroclubes e especialistas em aviação. Lorentz explicou que o grupo mapeará a atividade existente e poderá promover iniciativas como atração de empresas de fora. "Vamos ver com a Secretaria da Fazenda como inserir empresas do setor nos benefícios da Lei de Inovação", detalhou o secretário. A lei, que entrou em vigor em novembro, prevê abatimento de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) conforme o conteúdo inovador e evolução do faturamento dos empreendimentos.

Consultor aponta vantagens de modelo fabricado no Estado

O consultor em projetos aeronáuticos Frederico Jorge Ritter sinaliza que hoje há corrida entre estados para compra de helicóptero e outras aeronaves. Para o consultor gaúcho, o apelo da Copa do Mundo e da Olimpíada eleva o grau de interesse. "Mas a decisão tem de ser sempre técnica. O helicóptero é menos eficiente para observação e monitoramento, pois é barulhento e mais vulnerável", exemplifica Ritter. O especialista cita o caos recente no Rio de Janeiro de aeronave abatida na ação de combate ao tráfico de drogas, com morte de ocupantes.

Já os Vants, com tecnologia avançada para observação, são mais usados em ações de guerra ou em áreas desabitadas. Voam a uma altura de 10 mil metros. A Polícia Federal está comprando os modelos e um dos usos será no apoio a rastreamento de desmatamento da Amazônia. "Só que o investimento é muito elevado, além de exigir treinamento e pessoal experiente em terra para usar o equipamento." Para Ritter, o motoplanador Ximango é uma aeronave intermediária e funciona melhor para observação do que helicóptero. "É mais silencioso e com custo muito menor", contrasta o consultor.

Segundo a Aeromot, que também fabrica o Guri - usado para formação de pilotos em aeroclubes-, um exemplar da empresa gaúcha vale R$ 650 mil. Um dos helicópteros encomendados pelo Estado sairá por R$ 14,8 milhões, 20 vezes mais caro.

"Cada tipo tem sua virtude. Um tem rapidez de deslocamento e o outro é ideal para observação discreta", lembra Ritter, sugerindo que o governo faça um equilíbrio entre as duas opções ao reforçar sua tropa de aeronaves. Hoje o Grupamento de Polícia Militar Aéreo (GPMA) tem dois Ximangos e mais quatro helicópteros.

Empresa negocia fornecimento para chineses e Oriente Médio

O engenheiro formado no Instituto de Tecnologia de Aeronáutica e presidente da Aeromot, Cláudio Barreto Viana, não aposta apenas na clientela do setor público para reerguer sua empresa. No quadro de avisos na entrada das oficinas da empresa, na avenida das Indústrias, zona Norte da Capital, está estampada a foto de Viana, tirada em fevereiro passado, com representantes de uma companhia de aviação de Abu Dhabi, e o título sugestivo de "Boas notícias".

O empresário foi para o Oriente Médio em busca de contratos que ainda não tiveram desfecho. Da mesma maneira, o acordo de joint venture com uma empresa chinesa para construção do Ximango no país asiático testa a paciência de Viana. A negociação começou em 2002. O plano é que a Aeromot fabrique partes do Ximango e envie kits para montagem da aeronave na China. "Quem sabe em 2010", acredita o presidente.

Atualmente, a empresa finaliza a produção de poltronas blindadas para helicópteros do Exército. São 12 unidades, com receita de R$ 600 mil. O recurso será usado no pagamento de salários. "Quero garantir um Natal mais feliz para meus empregados", justifica Viana. Dos 90 funcionários, que atuavam até fevereiro, 27 ainda têm vínculo, mas a maioria está com licença remunerada. Na área administrativa, restaram três auxiliares do presidente. A preocupação dos dirigentes da empresa é com o tempo. O êxito no processo de recuperação judicial, autorizado pela Justiça, dependerá de mais pedidos de aeronaves.

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