Tem início hoje o Fórum Mundial de Educação Temático – Pedagogia, Região Metropolitana e Periferias (FME-PRMP). Com participação de especialistas do Brasil e do exterior, o evento será realizado até quinta-feira em Canoas, nas dependências da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra).
A abertura oficial será às 9h, quando serão lembrados os 50 anos do Programa Nacional de Alfabetização do Ministério da Educação e Cultura, mediante o uso do Sistema Paulo Freire, o qual consiste em uma proposta de alfabetizar adultos desenvolvida em 1962. Na época, o educador Paulo Freire ensinou 300 cortadores de cana a ler em apenas 40 horas de aula, sem cartilha.
Segundo a secretária executiva do fórum, Fernanda Zambrano, o número de inscritos já ultrapassou a previsão de 3,5 mil pessoas. “Fechamos a inscrição online na sexta-feira com 3,3 mil, mas a reiniciamos nesta segunda direto nos guichês da Ulbra, tendo pelo menos mais 300 inscritos até o final da tarde”, afirma. Quem se cadastrou pelo site receberá ainda durante as atividades o certificado de participação. Já quem fizer o cadastro na hora deve ter acesso ao documento por e-mail. As inscrições são gratuitas.
O prefeito de Canoas, Jairo Jorge, demonstrou empolgação com o FME-PRMP. “Estamos animados, será uma possibilidade de pensar a educação a partir da periferia e os desafios que temos hoje, para desenvolver um ensino de mais qualidade no futuro”, destaca. E explica: “Serão educadores de várias partes do mundo, compartilhando experiências. A cidade ganha muito com essa troca. Como podemos construir uma educação de qualidade, que quebre as diferenças dentro da sociedade e gere oportunidades? É um grande desafio, principalmente para as periferias, onde muitas vezes não há o mesmo acesso à qualidade de ensino”, pondera.
A montagem das estruturas e a abertura do Acampamento da Juventude aconteceram ontem. “Temos a inscrição de 50 pessoas para a parte interna do local e 78 para a parte externa”, revela Fernanda. O acampamento fica no Centro Social Urbano, no bairro São José. Também ontem, ocorreu a formação dos cerca de 280 voluntários e colaboradores que trabalharão no evento.
O fórum, de acordo com a secretária executiva, tem um grupo contínuo de discussão desde a sua primeira edição, em 2001. “As conversas são em espaços colaborativos online e também em reuniões mensais, que, desde o ano passado, são no auditório da prefeitura de Canoas. Nesses encontros é que foi decidido que trataríamos da questão das periferias”, esclarece Fernanda. Os palestrantes, que vêm de países como Espanha, Cuba e Zâmbia, também fizeram parte desse processo de construção do evento.
Fernanda ressalta que o público é composto por diversos tipos de educadores. “Não são só os educadores em escolas. A educação vai muito além da escola, ela abrange todos os espaços comunitários que geram educação e, por isso, têm que participar do debate. Assim, teremos muitos movimentos sociais presentes nas atividades”, diz.