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ELEIÇÕES 2014

- Publicada em 09 de Janeiro de 2014 às 00:00

Falta gestão ao Estado há 30 anos, diz Ziulkoski


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Jornal do Comércio
Ex-prefeito de Mariana Pimentel e com larga experiência no comando da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski é cogitado para concorrer ao governo do Estado pelo PMDB. Isso só será possível se José Ivo Sartori, ex-prefeito de Caxias do Sul, não aceitar a empreitada por conta da repulsa ao apoio de parte do PMDB gaúcho à reeleição da dobradinha Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) na presidência da República.
Ex-prefeito de Mariana Pimentel e com larga experiência no comando da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski é cogitado para concorrer ao governo do Estado pelo PMDB. Isso só será possível se José Ivo Sartori, ex-prefeito de Caxias do Sul, não aceitar a empreitada por conta da repulsa ao apoio de parte do PMDB gaúcho à reeleição da dobradinha Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) na presidência da República.
Mesmo respaldado por municipalistas, Ziulkoski não gosta de falar como possível pré-candidato, mas o seu nome soa bem dentro do partido e seus grupos distintos, tanto nos setores ligados ao senador Pedro Simon quanto no grupo de Eliseu Padilha, que já mandou um recado para José Ivo Sartori: “Se for contra à reeleição do projeto nacional, não terá nosso apoio”. Nesta entrevista ao Jornal do Comércio, Ziulkoski analisa como gravíssima a crise financeira do Estado, creditando à falta de gestão os principais problemas estruturais do Rio Grande do Sul. Na lista, não deixa escapar críticas aos ex-governadores do PMDB.
Jornal do Comércio – O PMDB gaúcho terá candidato ao governo do Estado, mas está dividido quanto à questão nacional. Como vê o desenrolar deste tabuleiro político?
Paulo Ziulkoski – Ter candidatura é unânime dentro do partido. Uma questão posta, que tem que ser organizada. A candidatura ao governo do Estado pressupõe fatos como o reconhecimento de que o PMDB é uma frente composta de segmentos, alguns poucos ideológicos e mais políticos divididos em três ou quatro grupos. Tem que partir de uma candidatura e construir alternativas. Tem que ter união, senão sai debilitado. Ter união é complicado numa eleição regional e nacional, pois, às vezes, divergências não são tanto de nomes, mas de alinhamento, de propostas. O partido tem uma posição nacional, já o Rio Grande do Sul é peculiar. Esta construção é que está sendo feita.
JC – O senhor está alinhado, nacionalmente, com a reeleição de Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB)?
Ziulkoski – Em nível nacional tem um posicionamento tomado em convenção. Minha atuação hoje não é partidária, mas, como presidente de uma confederação, tento imprimir uma conduta apartidária. Muitas vezes estas questões se chocam com os que militam especificamente no partido. Eu tenho uma posição clara de que a confederação reúne os municípios, e não os prefeitos. E os municípios são governados por vários partidos. Esta minha posição, às vezes, conflita dentro do partido.
JC – O seu nome é lembrado como plano B para o Palácio Piratini, caso José Ivo Sartori não aceite ser o candidato do PMDB?
Ziulkoski – Não se trata de A ou B, se trata de uma posição. Pelo o que eu acompanho pela imprensa, a candidatura do Sartori está posta com maior proeminência em função de uma posição que ele defende e que eu tenho o maior respeito, que é a de ser candidato desde que seja para defender a candidatura nacional de Eduardo Campos (PSB) à presidência da República. Isso que estamos discutindo dentro do partido. Isso é que será enfrentado pelo partido. Não vejo, então, como plano A ou B, tem outros candidatos, e eu não estou dizendo que sou candidato. Existe um grupo de municipalistas (que defende seu nome ao Piratini). Mas, não se trata de nomes, aliás o meu nome eu nem estou colocando. Agora, o partido tem as suas movimentações e seus segmentos.
JC – O senhor, como militante do PMDB, defende uma aliança com Eduardo Campos ou Dilma-Temer?
Ziulkoski – Entendo que uma candidatura do PMDB tem que tratar primeiro do governo do Estado. E tem que se alinhar aos interesses do governo gaúcho. Essa posição, às vezes, pode se alinhar a Campos ou a Dilma. Depois das eleições, quem for o eleito, tem que unificar um trabalho em defesa do governo gaúcho. O futuro governador tem que apresentar propostas para tirar o Estado da situação em que está. Tornar governável o Estado, esse é o foco da questão.
JC – O Estado vive um caos?
Ziulkoski – São os números que mostram. A situação está complicadíssima. O próprio governador (Tarso Genro, PT) disse que não sabe se vai concorrer se não mudar o perfil do pagamento da dívida porque o Estado está ingovernável. A candidatura que eu penso tem que vir com propostas para o Rio Grande do Sul, porque a União, seja quem for o presidente, vai sempre procurar tirar os recursos daqui, e o retorno será mínimo. Outra coisa é esta política de alinhamento (político), que não trouxe resultado. Esta prática não tem dado certo. Pega o exemplo atual, o governador disse durante a campanha que estava alinhado com a presidente Dilma e que isso iria salvar o Estado. E como está o governo do Estado? E assim ocorreu em outros governos, como o próprio Germano Rigotto (PMDB), que tinha sido líder do Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e que pegou um período lá atrás como governador. Então, essa questão de haver um alinhamento ajuda até certo ponto.
JC – O PMDB do Rio Grande do Sul tem força para voltar depois das últimas gestões?
Ziulkoski – Por que não teria? Se você comparar a gestão Rigotto com o governo atual, você vai ver por que o governo de Tarso tem mais fôlego. Este governo pegou alguma seca que o Rigotto pegou? E a maior arrecadação do Estado é o ICMS. Todos os partidos já foram governo. Então nenhum partido tem condições de assumir o governo?
JC – Mas o governo Rigotto foi muito criticado pelo aumento de impostos. O senhor é a favor desta prática?
Ziulkoski – Eu não sou favorável ao aumento de carga tributária, nem de aumentar impostos. É preciso fazer gestão dos impostos que se têm hoje, como melhorar a arrecadação e aplicá-los. Com todo respeito aos ex-governadores, o que falta e faltou é gestão. Em todos os governos, não posso dizer que os governos do PMDB foram melhor que este ou aquele. Se estamos nesta posição de estrangulamento, isto foi produzido nos últimos 30 anos. E todos os partidos governaram o Estado: o PDT teve o (Alceu) Collares, o PMDB teve o (Pedro) Simon, o (Antônio) Britto e o (Germano) Rigotto, o PP teve o Jair (Soares), e o PT teve o Olívio (Dutra) e, agora, o Tarso (Genro). O governo que vier tem que fazer gestão, e não pensar em ser reeleito.
JC – E como se faz gestão?
Ziulkoski – Bom, aí fazer gestão é muito complicado, para dizer resumidamente. É tudo, vai pegar as áreas de segurança, saneamento, política de pessoal, educação, saúde, infraestrutura. Cada um destes pilares é tema para se discutir por muito tempo. O que eu penso é que o cidadão gaúcho deve ter acesso à informação sobre a realidade do governo. Se o cidadão se apoderar da gestão, dos recursos, ele poderá influenciar muito melhor o governo. Cabe ao governo patrocinar o esclarecimento à opinião pública, pois daí o cidadão será o agente transformador.
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